Projeto Broto Verde

Nenhuma Miniatura disponível

Data

2001

Autores

Hashimoto, Francisco [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O Projeto "Broto Verde" nasceu da necessidade de proporcionar aos adolescentes carentes uma formação técnica, orientação profissional e psicológica para a sua integração e participação na sociedade. A faixa etária dos adolescentes varia de 11 a 14 anos e provêm de famílias de baixa renda da periferia da cidade de Assis. O projeto é desenvolvido em parceria entre a Flora Vale (Associação de Recuperação Florestal do Médio Parapanema), Prefeitura Municipal, Estação Experimental e Ecológica, Unesp e comunidade de Assis. Este trabalho visa apresentar a atuação de professores e alunos estagiários do curso de Psicologia da Unesp para o acompanhamento de desenvolvimento do adolescente no seu processo de formação, possibilitando-lhes a compreensão de sua identidade, ou seja, resgatando o passado, integrando-o ao presente para levá-lo à buscar sua inserção na sociedade consciente de seu direito à cidadania. O referencial utilizado para o desenvolvimento dos trabalhos é da teoria de família de orientação psicanalítica proposta por Eiguer (1989) e Berenstein (1988) e ainda, as concepções de Dejours (1992) sobre o sofrimento humano no trabalho. As ligações entre o sofrimento, a família e a saúde mental nos colocam a importância de pensarmos uma proposta de orientação que favoreça a conciliação entre os desejos individuais e as exigências da situação de trabalho. Essas concepções são coincidentes e nos conduzem a trilhar um caminho na busca do entendimento da orientação que possibilite ao jovem refletir sobre a sua formação familiar, sobre o histórico das profissões de sua família e sobre as articulações com as suas vivências atuais e as suas reais possibilidades de realização. As dificuldades vivenciadas pelo adolescente fazem parte dos dinamismos presentes dentro do grupo familiar onde seus membros interagem como um todo e que tem modalidades de funcionamento diferentes do funcionamento individual. É no momento do atendimento que o jovem tem a possibilidade de refletir sobre a sua própria história de vida e dos ancestrais, que se funda a mitologia da família como um universo de palavras, significações e afetos e a construção ou reinvenção da temporalidade pelo grupo familiar mostrando um processo de continuidade e descontinuidade entre passado, presente e futuro. Nesse projeto buscamos compreender os caminhos construídos pelos indivíduos através de seus relatos, de sua história pessoal e através da construção do genograma familiar que aos moldes de um desenho projetivo revelam onde os investimentos estão concentrados, quais os personagens com maior ou menor valor dentro da família, favorecendo associações a partir das representações transgeracionais. Utilizamos também, outras técnicas mediadoras como jogos, desenhos e psicodramatizações nos atendimentos em grupo. O projeto vem sendo desenvolvido há cinco anos e os resultados tem demonstrado que esta formação tem possibilitado a autorealização de uma parcela significativa desses adolescentes. Possibilita ainda, uma oportunidade do jovem em buscar a definição de um futuro e que não se caracteriza como definir o que fazer, mas como uma construção tempôro-espacial conciliadora de projetos e desejos. Esse processo facilita a metabolização da crise vivenciada pela necessidade de definir-se favorecendo o renascimento de vínculos e a aquisição de novos papéis, os quais são construídos quando o jovem percebe que pertence à, mas que também pode transformar-se nas opções de escolha encontradas a partir de seu próprio construir-se.

Descrição

Palavras-chave

Como citar