Mapeamento das áreas de vulnerabilidades socioambientais aos riscos hidrológicos: inundações em Bragança Paulista – SP

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Data

2020-05-07

Orientador

Zacharias, Andréa Aparecida

Coorientador

Pós-graduação

Geografia - IGCE

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Na atualidade, uma série de desastres inter-relacionados ganharam notoriedade no Brasil e no mundo, reunindo episódios que marcaram crescentes perdas, humanas e econômicas, associadas aos riscos e suas consequências. O processo de urbanização, juntamente com a impermeabilização do solo, retificação e assentamento em cursos d’água e encostas, contribuíram para o aumento do impacto de inundações, enchentes e vários outros processos advindos da ação antrópica que levam ao risco socioambiental. Somam-se nas últimas cinco décadas mais de dez mil mortes em desastres naturais no Brasil, a maioria destes relacionadas a inundações e queda de encostas. A magnitude de um desastre está vinculada com os fenômenos sociais, econômicos e demográficos, entre outros, e contribuem para aumentar a vulnerabilidade e exposição da população. O recorte espacial aqui analisado compreende a Região Administrativa do Lavapés, macrozona que envolve a área urbana do município de Bragança Paulista/SP. Bragança Paulista sofre, historicamente, uma série de problemas socioeconômicos e ambientais. Destaca-se o aumento na magnitude e frequência das enchentes devido à extensa cobertura impermeabilizada, pois grande parte da água que antes era infiltrada no solo, passa então a compor o volume que escoa superficialmente. O objetivo principal desta pesquisa funda-se sobre o estudo da espacialidade da vulnerabilidade socioambiental aos riscos hidrológicos, em específico as inundações, considerando a atuação dos fatores desencadeantes na área urbana. Os procedimentos metodológicos são compreendidos em: (a) revisão de literatura e levantamento de dados públicos; (b) elaboração da carta de declividade objetivando-se analisar a suscetibilidade do terreno; (c) classificação da cobertura vegetal e uso e ocupação da terra; (d) coleta e seleção de dados do censo demográfico, com variáveis ponderadas a partir dos critérios de criticidade e capacidade de suporte aplicados à vulnerabilidade social; (e) aplicação da análise fatorial exploratória (AFE) para reduzir a dimensão dos dados; (f) análise de componentes principais (ACP) aplicada aos dados socioeconômicos, demográficos e ambientais; (g) interpretação das séries estatísticas do modelo de AFE; (h) aferição de campo; e por fim, (i) integração dos dados aplicando o método AHP (Analytic Hierarchy Process), que compreende uma análise multicritério para priorização das informações para a elaboração da cartografia de síntese. A integração dos dados obtidos em campo e a elaboração das cartografias intermediárias subsidiaram a confecção da cartografia de síntese final, produzindo assim o cenário da vulnerabilidade socioambiental aos riscos hidrológicos – inundações. Tais resultados possibilitaram uma visão integrada da paisagem com vistas à tomada de medidas mitigadoras por parte do poder público para a gestão municipal. Através da elaboração e análise da espacialidade da vulnerabilidade socioambiental, observam-se áreas mais (e menos) vulneráveis às inundações, o que permitiu estabelecer os padrões de urbanização que impulsionaram e frearam esses processos. A espacialização da vulnerabilidade social apresenta uma tendência de áreas periféricas com alta vulnerabilidade, obedecendo ao padrão de oposição centro-periferia. Por fim, a compreensão acerca do papel da vulnerabilidade socioambiental no âmbito municipal é um recurso fundamental ao poder público para adoção e estabelecimento de políticas e ações de prevenção, alerta, mitigação e recuperação das áreas com população mais vulnerável.

Resumo (inglês)

A series of interrelated disasters have currently gained prominence over the Brazil and worldwide, gathering episodes that have resulted in increasing losses, both human and economic, related to risks and their consequences. The urbanization process, along with degree of saturation, soil imperviousness, rectification and improper settlement on hillslopes and near to the rivers, have contributed to an increasing impact of floods and several human-induced processes that lead to socio-environmental risk. In the last five decades, there have been more than ten thousand deaths caused by natural disasters, most of them related to floods and landslide. The magnitude of a disaster is related to social, economic and demographic phenomena, among others, and contributes to increasing the population's vulnerability and exposure. We analyzed the Lavapés Administrative Region, a macrozone encompassing the urban area of Bragança Paulista/SP municipality. The city of Bragança Paulista have suffered, historically, a plenty of socioeconomic and environmental issues. The increasing intensity and frequency of the floods are noteworthy due to extensive impervious cover, since large water volumes that were previously infiltrating, now become part of the surface runoff. The main objective here relies on the spatial distribution of socio-environmental vulnerability related to hydrological risks, particularly floods, considering the triggering factors in urban areas. The methodological procedures are comprised of: (a) literature review and public data collection; (b) mapping the slope classes; (c) supervised classification of vegetation cover and land use; (d) collection and selection of demographic census data, weighting variables based on criteria of criticality and support capacity applied to the social vulnerability; (e) application of Exploratory Factor Analysis (EFA) to summarize data; (f) Principal Component Analysis (PCA) applied to socioeconomic, demographic and environmental data; (g) interpretation of the statistical results produced by EFA model; (h) fieldwork validation; and finally, (i) data integration using the Analytic Hierarchy Process (AHP) method, a multicriteria analysis to rank information for the preparation of synthesis cartography. The data integration regarding fieldwork data and different thematic maps supported the final synthesis mapping, then producing the scenario of socio-environmental vulnerability to floods. These results support a broader view of landscape aiming mitigating measures to a better municipal management. Through the spatial analysis of socio-environmental vulnerability, the most and least vulnerable areas to floods were characterized, which allowed the establishment of urbanization patterns that promote and stopped these processes. The spatial distribution of social vulnerability reflected a tendency of peripheral areas having high vulnerability, obeying the pattern of center-periphery opposition. Finally, the understanding concerning the role of socio-environmental vulnerability at municipal level is a crucial ability for the stakeholders to adopt and establish policies and actions to prevent, alert, mitigate and recover the most vulnerable areas.

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Português

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