Evolução da COVID-19 em gestantes segundo cor da pele: estudo brasileiro de base populacional

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Data

2022-04-26

Orientador

Parada, Cristina Maria Garcia de Lima

Coorientador

Pós-graduação

Saúde Coletiva - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Objetivou-se avaliar a evolução da COVID-19, confirmada na classificação final do caso, em função da raça/cor, entre gestantes brasileiras notificadas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP Gripe). Trata-se de estudo transversal e exploratório, realizado com banco de dados secundários de base populacional, a partir de dados do SIVEP Gripe, disponibilizado pelo Ministério da Saúde do Brasil. A coleta de dados foi dividida nos meses de agosto de 2020 e fevereiro de 2021. Foram incluídas, respectivamente, as semanas epidemiológicas entre 13 (22-28/03/2020) e 32 (02-08/08/2020) e 33 (09-15/08/2020) e 53 (27/12/2020 a 02/01/2021). Foram incluídas 1.884 e 1.286 casos, respectivamente. As variáveis desfecho são: hospitalização, hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito por COVID-19. Realizou-se análise descritiva das variáveis relativas à sociodemografia, comorbidades, doenças relacionadas à gestação e sinais e sintomas principais e secundários. Em seguida, realizou-se análise bivariada pelo teste qui-quadrado entre as covariáveis de interesse e o desfecho, calculando-se o risco relativo e intervalo de confiança de 95%. As variáveis que na análise bivariada mais fortemente se associaram aos desfechos (p<0,20), foram incluídas em modelo de regressão. Na análise final, associações foram consideradas estatisticamente significativas se p<0,05. Não foi necessário encaminhamento para apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa, por tratar-se de banco de dados de domínio público. Houve queda de aproximadamente dois terços na proporção de gestantes que necessitaram de UTI ou evoluíram a óbito na comparação do primeiro para o segundo período. Não houve associação entre a variável de interesse, cor da pele/raça e a necessidade de internação ou de internação em UTI, porém, no segundo período, gestantes pretas tiveram quase cinco vezes mais risco de evoluírem para óbito, quando comparadas às brancas. Conclui-se que o risco de óbito aumentado entre gestantes pretas no segundo período do estudo pode indicar a dificuldade de acesso ao manejo clínico qualificado. Porém, dada a natureza evolutiva dos cuidados adequados na pandemia, outros estudos poderão confirmar os achados aqui obtidos.

Resumo (inglês)

We aimed to acess the evolution of COVID-19, confirmed in the final case classification, according to race/color, among Brazilian pregnant women notified in the Influenza Epidemiological Surveillance Information System (SIVEP Gripe). This is a cross-sectional, exploratory study, carried out with a population-based secondary database, based on data from the Influenza Epidemiological Surveillance Information System (SIVEP Gripe), made available by the Brazilian Ministry of Health. Data collection was divided in two periods, in August 2020 and February 2021. The epidemiological weeks between 13 (22-28/03/2020) and 32 (02-08/08/2020) and 33 (09-15/08/2020) and 53 (27/12/2020 to 02/01/2021) were included, respectively. A total of 1,884 and 1,286 cases were included, respectively. The outcome variables are hospitalization, Intensive Care Unit (ICU) hospitalization, and death from COVID-19. Descriptive analysis was performed on the variables regarding sociodemographics, comorbidities, pregnancy-related diseases, and main and secondary signs and symptoms. Then, bivariate analysis was performed using the chi-square test between the covariates of interest and the outcome, calculating the relative risk and 95% confidence interval. The variables in the bivariate analysis were more strongly associated with the outcomes (p<0.20) were included in a regression model. In the final analysis, associations were considered statistically significant if p<0.05. It was not necessary to submit the study to the Research Ethics Committee, since the database is in the public domain. There was a drop of about two thirds in the proportion of pregnant women who required ICU or died in the comparison between the first and the second period. There was no association between the variable of interest, skin color/race and the need for hospitalization or admission to the ICU, however, in the second period, black pregnant women had almost five times more risk of evolving to death when compared to white women. Finally, we conclude that the increased risk of death among black pregnant women in the second period of the study may indicate the difficulty of access to qualified clinical management. However, given the evolving nature of appropriate care in the pandemic, further studies may confirm the findings obtained here.

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Português

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