Franca - FCHS - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

URI Permanente para esta coleçãohttps://hdl.handle.net/11449/254383

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  • ItemRelatório de pós-doc
    Desde os confins do mundo: visualidades decoloniais e extrativismo em Brasil e Chile
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024) Santos, Claudete Daflon ; Naxara, Márcia Regina Capelari ; Universidade Federal Fluminense
    Desenvolveu-se, ao longo do projeto, reflexão sobre processos artísticos contemporâneos que, a partir de uma iconografia colonial, expõem, elaboram e reelaboram a violência inscrita na visualidade estabelecida por exploradores estrangeiros no Chile e no Brasil. Compuseram o corpus da pesquisa o Projeto Popper desenvolvido pelo coletivo de arte ultimaesperanza na Patagônia chilena e a série Rasuras do artista indígena da Amazônia brasileira Denilson Baniwa. Assumiu-se como premissa a existência, no século XIX, de uma ordem artístico-científica colonial que contou com o desenvolvimento de textualidades e visualidades fundadas em formas de subtração e extração, ratificando processos de dominação pautados em dicotomias como natureza/cultura, corpo/alma e objeto/sujeito. Postulou-se a mutilação como princípio estético-epistêmico associado a visualidades coloniais e ressignificado por artistas vinculados a regiões do Chile e do Brasil, como a Patagônia e a Amazônia, historicamente tachadas como confins, vazios territoriais – desertos ou sertões –, zonaslimite sobre as quais se opera o avanço autorizado de fronteiras extrativistas e mesmo neoextrativistas. A hipótese inicial de que as experiências de artistas como o coletivo ultimaesperanza e Denilson Baniwa contribuem para a revisão de um patrimônio visual socialmente legitimado a partir da apropriação da ação mutiladora se confirmou pela análise dos materiais estudados. Nesse sentido, a perspectiva decolonial, a abordagem relacional segundo Édouard Glissant, a noção de agência proposta por Alfred Gell, bem como a discussão em torno da citação como procedimento de criação e leitura tal como estabelece Antoine Compagnon, se somaram à contribuição das referências dedicadas a debates sobre fronteiras e território no contexto latino-americano.