Estudo da inflamação induzida por Flavobacterium oreochromis em pacu (Piaractus mesopotamicus) alimentado com ração suplementada com extrato de Ulva lactuca

Abstract

As algas verdes marinhas são consideradas uma das bioreservas mais ricas do mundo, compostas por inúmeros compostos bioativos com propriedades versáteis e múltiplas atividades, que podem ser usadas na aquicultura como imunoestimulantes, antioxidantes e bactericidas contra bactérias potencialmente patogênicas para os peixes. Os testes in vitro avaliaram a susceptibilidade das principais bactérias patogênicas para peixes nativos, indicando que 9.375 mg/mL do extrato apresenta atividade bactericida para a Flavobacterium oreochromis e bacteriostático para as demais cepas testadas. Posteriormente, foi avaliado o efeito do uso do extrato de Ulva lactuca nos parâmetros bioquímicos e hematológicos, assim como a resposta celular à inflamação induzida na bexiga natatória por F. oreochromis em uma espécie nativa, em diferentes tempos de coleta. O extrato foi adicionado em ração comercial, separando quatro tratamentos: 10g/kg (extrato / ração), 20g/kg, 30g/kg e controle (ração não suplementada). Os materiais foram coletados em seis tempos: 0H – antes da indução, 3H – três horas após indução da inflamação, 6H, 12H, 24H e 48H. Dos componentes celulares presentes no sangue e no infiltrado inflamatório, apenas os trombócitos apresentaram diferenças significativas, principalmente nos peixes alimentados com 20g/kg de U. lactuca. As alterações histológicas são condizentes com quadros hemorrágicos e de inflamação. Nas análises bioquímicas, fosfatase alcalina, colesterol, triglicérides e albumina apresentaram interações entre tempo pós indução e tratamentos. De modo geral, a inclusão da macroalga não impacta de forma negativa na saúde do animal, mas o estudo carece de mais dados para comprovar a influência da macroalga na resposta inflamatória dos pacus.

Marine green algae are one of the richest bioreserves in the world, composed of bioactive compounds with versatile properties and multiple activities, which can be used in aquaculture as immunostimulants, antioxidants and bactericides against potentially pathogenic bacteria for fish. The in vitro tests evaluated the susceptibility of the main pathogenic bacteria for Brazilian’s native fish, indicating that 9,375 mg/mL of the extract has bactericidal activity against Flavobacterium oreochromis and bacteriostatic for the other strains assessed. Subsequently, the effect of using Ulva lactuca extract on biochemical and hematological parameters was evaluated, as well as the cellular response to inflammation induced in the swim bladder by F. oreochromis in a native species, at different collection times. The extract was added to commercial feed, separating four treatments: 10g/kg (extract / feed), 20g/kg, 30g/kg and control (non-supplemented feed). The materials were collected at six times: 0H – before induction, 3H – three hours after inflammation induction, 6H, 12H, 24H and 48H. Of the cellular components present in the blood and in the inflammatory infiltrate, only thrombocytes showed significant differences, mainly in fish fed with 20g/kg of U. lactuca. Histological alterations are consistent with hemorrhagic and inflammation conditions. In biochemical analyses, alkaline phosphatase, cholesterol, triglycerides, and albumin showed interactions between post induction time and treatments. In general, the inclusion of macroalgae does not negatively impact the health of the animal, but the study lacks more data to prove the influence of macroalgae on the inflammatory response of pacus.