Entre ruas e ciclos: a realidade das entregadoras de aplicativo em Presidente Prudente

Abstract

A plataformização do trabalho sob controle das empresas de aplicativos de entrega de alimentos e o avanço do neoliberalismo fundado em políticas e ações de retiradas de direitos da classe trabalhadora, têm imposto, em escala crescente e sem precedentes, a degradação sistêmica do trabalho. Além disso, o que entendemos como divisão sexual do trabalho se acentua também na esfera dos aplicativos e isso se expressa desde o acúmulo de jornadas de trabalho até o assédio que se impõe, especialmente às mulheres, incluindo a imposição de barreiras ao acesso a práticas de higiene durante o período menstrual no exercício das entregas. Nessa pesquisa objetivamos apreender, a partir do recorte de gênero, como o trabalho nos aplicativos impacta a saúde menstrual das entregadoras e contribui para o aprofundamento da desigualdade de gênero e da precariedade da saúde da mulher.

The platformization of labor, driven by food delivery applications companies, and the advancement of neoliberalism based on policies and actions that does not give workers their rights, have imposed, on an increasing and unprecedented scale, the systemic degradation of work. Furthermore, what we understand as the sexual division of labor is also accentuated in the app-based sector, which is expressed in everything from the accumulation of work shifts to the harassment imposed, especially on women, including barriers to accessing hygiene practices during menstruation while performing deliveries. In this research project, our aim was to explore, from a gender perspective, how app-based work impacts the menstrual health of female delivery workers and contributes to the deepening of gender inequality and the precariousness of women’s health.