A obesidade induzida pelo consumo de refrigerante a base de cola aumenta a peroxidação lipídica plasmática em ratos Wistar

Abstract

Introdução: A obesidade é uma doença crônica de elevada incidência mundial que afeta humanos e cães, sendo caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e associada ao consumo de alimentos hipercalóricos como os refrigerantes a base de cola (RBC). Esta enfermidade reduz a capacidade antioxidante do organismo e pode resultar em injúrias celulares causadas pela superprodução de espécies reativas de oxigênio. A avaliação da peroxidação lipídica, resultado deste dano oxidativo, possui potencial para o diagnóstico de estresse oxidativo na obesidade. Objetivo: Testar a hipótese de que existe correlação entre os aumentos de gordura corporal e peroxidação lipídica plasmática em ratos Wistar obesos. Métodos: Após aprovação da Comissão de Ética em Experimentação Animal Local (FOA 00545-2017), foi realizado um estudo controlado, randomizado e cego com 20 ratos Wistar, machos e de 4 meses. A partir do programa computacional OpenEpi (versão 3.01) os animais foram sorteados e divididos em dois grupos: controle (n=10) e tratados com Coca-Cola® ad libitum (n=10). Decorridos 120 dias, os ratos em jejum de 12 horas foram anestesiados e submetidos à punção cardíaca para obtenção de plasma heparinizado. A peroxidação lipídica plasmática foi determinada pela quantificação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), com auxílio de uma leitora automática de placas (Robonik, Elisa Plate Analyser, Índia) com absorbância de 540 nm. A gordura retroperitoneal e gonadal foi removida após laparotomia e pesada. Resultados: O consumo de RBC induziu obesidade, aumentando a quantidade de tecido adiposo corporal em 97%. Houve correlação positiva significativa entre a gordura corporal e a concentração plasmática de TBARS (r=0,39; p=0,63) (Figura 1). Conclusão: Em ratos Wistar com obesidade induzida pelo consumo de RBC existe elevação proporcional da peroxidação lipídica plasmática e da gordura corporal, demonstrando um aumento do estresse oxidativo sistêmico dependente da quantidade de tecido adiposo no organismo.