A ruptura poética tradicional na poesia dos anos 1970 : estudio crítico e antologia

Abstract

A presente pesquisa analisa a literariedade em alguns poetas da década de 1970; os quais, através de sua linguagem informal e sexualizada, características que podem parecer corriqueiras nos dias atuais, mas que não o foram durante o período mencionado, quando o Brasil atravessava sua fase mais feroz do governo militar, apoiado enfaticamente pelo movimento da TFP, movimento cuja sigla, em si, já apontava os rígidos propósitos a que se propunha: a defesa da Tradição-Família-Propriedade. Marginalizados dentro da sociedade por contestar certos valores patriarcais e a posição feminina; assim como dentro dos círculos literários por romper, dentre outras coisas, com as convenções, os rígidos formatos e com a visão romantizada dos temas da poesia e, portanto, ficando à distância da crítica literária; eles construíram uma geração literária que foi se desenvolvendo por, pelo menos, mais uns vinte anos, onde várias mulheres se consolidaram como autoras. Disso resultou não um movimento literário fechado, mas um amplo leque de diversidades estéticas que procurou levar a poesia para as ruas. Trata-se, portanto, de descortinar um pouco da riqueza da produção poética presente nessa geração então considerada poesia marginal e alternativa para além do status de rebeldes frente à ditadura.

This research analyzes the literariness existing in some poets from the 1970; which, through their informal and sexualized language, characteristics that may seem common today, but were not common during the period mentioned, when Brazil was in its strongest phase of military government, emphatically supported by the TFP movement, movement whose acronym, in itself, already pointed out the rigid purposes it proposed: the defense of Tradition Family-Property. Marginalized within society for contesting certain patriarchal values and the female position; as well as within literary environments by breaking, among many things, with conventions, rigid formats and the romanticized vision of poetry themes and, therefore, remaining at a distance from literary criticism; they built a literary generation that developed for at least another twenty years, where several women established themselves as authors. What resulted was not a closed literary movement, but a wide range of aesthetic diversities that sought to take poetry to the streets. It is, therefore, about knowing a little about the richness of the poetic production present in this generation that was considered marginal and alternative poetry beyond their status as rebels in the face of the dictatorship.