Aleitamento materno: uma análise de fatores relacionados à autoeficácia e conhecimento sobre amamentar

Abstract

Introdução: A amamentação é amplamente reconhecida como essencial para a saúde materno-infantil, promovendo benefícios a curto e longo prazo para mãe e bebê. No entanto, apesar das diretrizes do Ministério da Saúde recomendarem o Aleitamento Materno Exclusivo (AME) até os seis meses, as taxas dessa prática no Brasil ainda estão abaixo da meta da OMS. A autoeficácia e o conhecimento materno são fatores fundamentais para a adesão ao AME, influenciados por suporte profissional, experiência prévia e orientação no pré-natal e pós-parto. Objetivos: O estudo teve como objetivo verificar a associação entre o nível de conhecimento sobre aleitamento materno e a autoeficácia na amamentação de nutrizes no pós-parto imediato, analisando sua relação com a duração do aleitamento materno exclusivo aos seis meses de vida. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, analítico, com correlação entre variáveis, realizado com 146 puérperas internadas no alojamento conjunto do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Foram aplicadas as escalas de Autoeficácia na Amamentação – Forma Abreviada (BSES-SF) e de Conhecimento Materno sobre Aleitamento Materno (KNOWL), além de um questionário sociodemográfico. O acompanhamento das participantes ocorreu até os seis meses pós-parto. Resultados: Os resultados indicaram que 65,8% das mulheres apresentaram conhecimento suficiente sobre amamentação no pós-parto imediato. A autoeficácia materna foi predominantemente alta no início (58,2%), aumentando ao longo do tempo. Aos seis meses, 55,72% das mulheres mantiveram o aleitamento materno, mas apenas 34,29% permaneceram em aleitamento materno exclusivo. A continuidade do aleitamento mostrou-se associada à via de parto, contato pele a pele ao nascer e orientação sobre amamentação na maternidade. Conclusão: Os achados evidenciam que, embora conhecimento e confiança sejam fundamentais para a amamentação, fatores externos e institucionais influenciam significativamente sua manutenção. O estudo reforça a importância de estratégias educativas e suporte contínuo desde o pré-natal e enquanto a amamentação durar, para melhorar os índices de aleitamento materno.

Introduction: Breastfeeding is widely recognized as essential for maternal and child health, providing short- and long-term benefits for mother and baby. However, despite Ministry of Health guidelines recommending Exclusive Breastfeeding (EBF) up to six months, the rates of this practice in Brazil are still below the WHO target. Maternal self-efficacy and knowledge are fundamental factors for adherence to EBF, influenced by professional support, previous experience and guidance in the prenatal and postpartum periods. Objectives: The study aimed to verify the association between the level of knowledge about breastfeeding and self-efficacy in breastfeeding among mothers in the immediate postpartum period, analyzing its relationship with the duration of exclusive breastfeeding at six months of age. Methodology: This is a quantitative, analytical study, with correlation between variables, carried out with 146 puerperal women admitted to the rooming-in unit at the Hospital das Clínicas of the Botucatu Medical School - UNESP. The Breastfeeding Self-Efficacy Scale - Abbreviated Form (BSES-SF) and the Knowledge of Breastfeeding (KNOWL) scales were used, as well as a sociodemographic questionnaire. The participants were followed up until six months postpartum. Results: The results indicated that 65.8% of women had sufficient knowledge about breastfeeding in the immediate postpartum period. Maternal self-efficacy was predominantly high at the beginning (58.2%), increasing over time. At six months, 55.72% of the women continued breastfeeding, but only 34.29% remained exclusively breastfeeding. Continued breastfeeding was associated with the route of delivery, skin-to-skin contact at birth and guidance on breastfeeding in the maternity ward. Conclusion: The findings show that although knowledge and confidence are fundamental to breastfeeding, external and institutional factors significantly influence its maintenance. The study reinforces the importance of educational strategies and continuous support from prenatal care and for as long as breastfeeding lasts, to improve breastfeeding rates.