Influência da Arábia Saudita e do Irã na Guerra do Iêmen de 2015 a 2024

Abstract

Desde 2015, o Iêmen enfrenta um conflito armado civil entre o grupo xiita Houthi e forças aliadas ao governo reconhecido internacionalmente, predominantemente sunita. Quase 20 milhões de iemenitas necessitam de ajuda humanitária, evidenciando a gravidade de uma das maiores crises do mundo. O trabalho analisa o conflito no Iêmen sob a perspectiva da teoria realista das Relações Internacionais, destacando as ações dos agentes regionais, Arábia Saudita e Irã, responsáveis pelo prolongamento da guerra entre 2015 e 2024. O estudo explora como a rivalidade entre os dois países, baseada em disputas geopolíticas, sectárias e religiosas, ampliou a crise humanitária e transformou o Iêmen em um campo de batalha estratégico. A Arábia Saudita interveio diretamente para conter a influência iraniana e restaurar o governo legítimo, enquanto o Irã utilizou estratégias indiretas, apoiando os Houthis para expandir sua influência. Ambas as intervenções intensificaram a violência e consolidaram o Iêmen como palco da luta pela hegemonia no Oriente Médio. Conclui-se que, sob os princípios do realismo político, as ações de Riad e Teerã refletem a busca por poder e segurança, demonstrando o impacto das rivalidades regionais na perpetuação de crises internas.

Since 2015, Yemen has faced a civil armed conflict between the Shia Houthi group and forces allied with the internationally recognized government, predominantly Sunni. Nearly 20 million Yemenis require humanitarian aid, highlighting the severity of one of the world's largest crises. This study analyzes the Yemen conflict through the lens of the realist theory of International Relations, focusing on the role of regional actors, Saudi Arabia and Iran, in prolonging the war between 2015 and 2024. The research explores how the rivalry between these two countries, rooted in geopolitical, sectarian, and religious disputes, has exacerbated the humanitarian crisis and turned Yemen into a strategic battleground. Saudi Arabia directly intervened to counter Iranian influence and restore the legitimate government, while Iran employed indirect strategies, supporting the Houthis to expand its influence. Both interventions intensified the violence and cemented Yemen as a stage for the struggle for regional hegemony. The study concludes that, in line with realist political principles, the actions of Riyadh and Tehran reflect their pursuit of power and security, demonstrating how regional rivalries perpetuate internal crises.