Relação entre nível de atividade física, deturpações no humor e na percepção da imagem corporal de jovens universitários de Bauru no período de pandemia da COVID-19

Abstract

Desde seu surgimento, mais de 664 milhões de pessoas foram acometidas pela COVID-19. Para frear a doença, medidas restritivas isolaram pessoas em suas casas. A exclusão social e a solidão, causada pelo confinamento, atrelada a inatividade física, podem afetar negativamente o aspecto biopsicossocial dos indivíduos neste período. Com o surgimento de diversas desordens mentais, como depressão e ansiedade, os isolados tendem a enfrentar problemas de auto estima e auto imagem. Na literatura, diversas evidências sugerem que a inatividade física está associada a desordens mentais e insatisfação corporal, sendo sua prática favorável ao tratamento desses distúrbios. O objetivo do presente estudo foi avaliar e identificar os níveis de atividade física, humor e a percepção da imagem corporal de universitários bauruenses durante a pandemia da COVID-19. Participam do estudo 293 alunos pertencentes a instituições de ensino superior da cidade de Bauru, São Paulo, com idade média de 21,55 ± 3,65 anos, sendo 162 participantes do sexo feminino (21,54 ± 3,67 anos de idade) e 131 participantes do sexo masculino (21,56 ± 3,66 anos de idade). Os instrumentos utilizados foram: International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) que estimou e classificou o tempo de atividade física semanal dos participantes, a Escala de Humor de Brunel (BRUMS) para avaliar através de questionário estruturado e autoaplicável de 24 itens o nível de distúrbio total de humor e o Body Shape Questionnaire (BSQ) para mensurar o grau de satisfação corporal dos entrevistados. A análise de ANOVA de uma via e o teste de post hoc de Bonferroni mostrou que houve diferença estatisticamente significante (p<0,05) para Depressão entre os grupos sedentário e ativo e entre minimamente ativo e ativo, na subescala Vigor entre os grupos sedentário e ativo e no item confusão entre os grupos minimamente ativo e ativo. No distúrbio total de humor (DTH) houve diferença significativa (p<0,05) entre os grupos sedentário e ativo e entre os grupos minimamente ativo e ativo. Não houve diferenças significativas entre os grupos no quesito de percepção de imagem corporal. Conclui-se que, apesar de todos os grupos apresentarem altos níveis de distúrbios emocionais durante a pandemia, estudantes ativos fisicamente demonstraram menores índices de depressão, fadiga e confusão, além de maiores índices de vigor, quando comparado com sedentários.

Since its inception, more than 664 million people have been affected by COVID-19. To stop the disease, restrictive measures have isolated people in their homes. Social exclusion and loneliness, caused by confinement, linked to physical inactivity, can negatively affect the biopsychosocial aspect of individuals in this period. With the emergence of various mental disorders, such as depression and anxiety, the isolated tend to face problems with self-esteem and self-image. In the literature, several evidences suggest that physical inactivity is associated with mental disorders and body dissatisfaction, and its practice is favorable to the treatment of these disorders. The aim of the present study was to evaluate and identify the levels of physical activity, mood and the perception of body image of university students from Bauru, interior of São Paulo in Brazil, during the COVID-19 pandemic. The study included 293 students from higher education institutions in the city of Bauru, with 21,55 ± 3,65 years old, with 162 female participants (21,54 ± 3,67 years old) and 131 male participants (21,56 ± 3,66 years old). The instruments used were: International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) that estimated and classified the participants weekly physical activity time, Brunel’s Mood Scale (BRUMS) to assess through a structured and selfadministered 24 item questionnaire the level of total disturbance and the Body Shape Questionnaire (BSQ) to measure the degree of body satisfaction of respondents. Oneway ANOVA analysis and Bonferroni’s post hoc test showed that there was a statistically significant difference (p<0,05) for Depression between sedentary and active groups and between minimally active and active groups, in the Vigor subscale between the sedentary and active groups and in the item Confusion between the minimally active and the active groups. In Total Mood Disturbance there was a significant difference (p<0.05) between sedentary and active groups and between the minimally active and active groups. There were no significant differences between the groups in terms of body image perception. It’s concluded that, despite all groups having high levels of emotional disturbances during the pandemic, physically active students showed lower rates of depression, fatigue and confusion, in addition to higher rates of vigor, when compared to sedentary students.