Avaliação psicodiagnóstica e atendimento psicoterapêutico para o ambulatório de crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus do hospital estadual de Bauru

Abstract

Introdução: O Diabetes Mellitus é uma Síndrome Metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por deficiência absoluta ou relativa na produção e/ou ação da insulina levando a hiperglicemia crônica e distúrbios de lipídeos, proteínas e carboidratos. É classificado em quatro tipos: tipo 1, tipo 2, gestacional e outros. O diabetes é uma doença crônica e existem três fatores psicossociais que exercem forte influência na capacidade de lidar e controlar a doença: o estresse, a capacidade de manejo e o ambiente social e familiar. A psicologia se insere nesse bojo, pois pode auxiliar pacientes e familiares no entendimento dos eventos estressores, na melhor maneira de enfrentar e superar o estresse e na construção de estratégias para manejar e dominar circunstâncias estressantes. Objetivos: Realizar uma avaliação psicológica dos adolescentes atendidos no Ambulatório de Crianças e Adolescentes com Diabetes Mellitus do Hospital Estadual e de suas famílias e construir e aplicar uma proposta de atendimento psicoterapêutica para a população avaliada. Métodos: Local: Hospital Estadual - Ambulatório de Crianças e Adolescentes com Diabetes Mellitus do Hospital Estadual, às quartas-feiras das 08:00h às 13:00h. População: Cerca de 50 (cinquenta) adolescentes e pré-adolescentes (10 a 16 anos) do Ambulatório e seus familiares. Instrumentos: termo de consentimento livre e esclarecido, anamnese com a família, entrevista semi-estruturada com o adulto responsável, entrevista semi-estruturada com o adolescente, teste de desenho da Casa-Árvore-Pessoa, sessões psicoterapêuticas em grupo. Resultados: Cerca de 50 adolescentes foram triados no HE, com entrevistas com os próprios adolescentes e também com seus cuidadores. Estão em andamento a categorização e análise dos resultados coletados na primeira etapa do projeto - entrevistas, anamnese e teste do desenho. Dados referentes às crenças e concepções em relação à doença, hábitos alimentares e cotidianos (sono, estudo, relações sociais e rotina familiar) estão sendo divididos em categorias de análise para que posteriores relações e estudos sejam estabelecidos. Também ocorrem neste momento atendimentos psicoterapêuticos em grupo, com caráter de oficinas. Nestes espaços são realizadas atividades com dinâmicas de grupo e de expressão, com o intuito de propiciar aos pacientes um espaço para que reflitam sobre si e sua condição, com o objetivo de falar das angústias, do mal-estar que a doença propicia, mas, também, refletir sobre um projeto de vida e da possibilidade deles se inventarem e terem uma melhora na qualidade de vida.