A contribuição sociológica para os conflitos escolares: um estudo a partir do programa Conviva São Paulo-SP

Abstract

Esta pesquisa analisa os conflitos escolares na Escola Estadual Pedro Brandão dos Reis, localizada em José Bonifácio (SP), a partir dos registros da plataforma PLACON do programa Conviva- SP nos anos de 2022 e 2023. O estudo investiga como os conflitos escolares refletem desigualdades estruturais (como racismo, machismo e homofobia) e são gerenciados pela política educacional paulista. Metodologicamente, trata-se de um estudo de caso com abordagem quanti-qualitativa, utilizando análise documental dos registros da plataforma PLACON, revisão bibliográfica e crítica às diretrizes do Programa Conviva SP. Os resultados revelam que: (1) a maioria dos conflitos é classificada genericamente como "questões disciplinares" (75% em 2022; 57% em 2023), ocultando suas raízes sociais; (2) há subnotificação significativa (35% dos dias sem registros em 2022); e (3) o programa prioriza registros burocráticos em detrimento de ações pedagógicas transformadoras. Conclui-se que a mediação de conflitos exige uma abordagem sociológica crítica, articulando a disciplina de Sociologia à justiça restaurativa, para desnaturalizar violências simbólicas e promover convivência democrática.

This research analyzes school conflicts at Pedro Brandão dos Reis State School, located in José Bonifácio (São Paulo, Brazil), based on records from the PLACON platform of the Conviva-SP program during the years 2022 and 2023. The study investigates how school conflicts reflect structural inequalities—such as racism, sexism, and homophobia—and how they are managed by São Paulo’s educational policy. Methodologically, it is a case study with a quantitative and qualitative approach, using document analysis of the PLACON platform records, literature review, and critical examination of the Conviva-SP Program guidelines. The results reveal that: (1) most conflicts are broadly classified as “disciplinary issues” (75% in 2022; 57% in 2023), masking their social roots; (2) there is significant underreporting (35% of school days had no entries in 2022); and (3) the program prioritizes bureaucratic reporting over transformative pedagogical actions. It is concluded that conflict mediation requires a critical sociological approach, integrating the Sociology discipline with restorative justice, to denaturalize symbolic violence and promote democratic coexistence