Análise do perfil histopatológico de amostras de PDX (Patient-Derived Xenograft) de sarcoma sinovial pediátrico e estabelecimento de cultura de esferoides (3D)

Abstract

O sarcoma sinovial é um dos tipos de tumores que mais afeta as populações entre 0 e 19 anos de idade e é considerado o sarcoma de partes moles não-rabdomiossarcoma mais comum nessa faixa etária. Nesse contexto, a medicina de precisão surge para auxiliar no desenvolvimento de tratamentos mais efetivos e menos tóxicos para os pacientes pediátricos, sendo baseadas nas particularidades de cada um dos pacientes. A confirmação da semelhança das características morfológicas dos tumores que crescem nos modelos xenoenxerto derivados de pacientes (PDX) e dos pacientes se torna indispensável. Para isso, analisamos os tumores de sete pacientes que cresceram em camundongos NSG provenientes do projeto PRONON “Medicina de Precisão Aplicada ao Câncer Infanto-Juvenil” (NUP: 25000.211368/2019-41), o qual encontra-se plenamente alinhado a todas as regulamentações da Ministério da Saúde e Comissão de Ética em Pesquisa (CEP). Os tumores coletados de duas gerações de camundongos NSG foram previamente emblocadas em parafina. Os blocos foram cortados e a coloração com hematoxilina e eosina (H.E) realizada. As lâminas coradas foram fotografadas e analisadas, com o auxílio da médica patologista do Centro Infantil Boldrini, comparando características morfológicas com as lâminas de biópsia dos pacientes. Os resultados dessas análises demonstraram que as amostras xenoenxertadas recapitularam o padrão histomorfológico do tumor original, sendo todas classificadas como sarcoma sinovial. No entanto, também foi observado que nas amostras xenoenxertadas houve aumento da agressividade tumoral, fato indicado pela presença aumentada de figuras mitóticas típicas e atípicas e aquisição de um fenótipo mais indiferenciado quando comparadas às lâminas do paciente. Além disso, foram realizadas validações ortogonais do modelo de xenoenxerto, com FISH e RT-PCR, que confirmaram a estabilidade molecular do modelo. Além disso, o tratamento de esferoides derivados de amostras de PDX com drogas alvo-dirigidas e epigenéticas resultou na redução da viabilidade celular. Assim, pode-se concluir que o modelo de xenoenxerto apresenta estabilidade molecular e histopatológica em aproximadamente 86% dos casos, conforme descrito na literatura, sendo, portanto, uma ferramenta robusta e confiável para estudos. Adicionalmente, a cultura tridimensional a partir de células originadas do xenoenxerto demonstra um grande potencial para pesquisas futuras.