Fatores associados ao contato pele a pele entre mãe e recém-nascido e à amamentação na primeira hora de vida: estudo transversal

Abstract

O objetivo deste estudo transversal foi investigar os fatores associados à prática do contato pele a pele entre mãe e recém-nascido e à amamentação na primeira hora de vida. Gestantes (n=165) que fizeram acompanhamento ou atendimento no terceiro trimestre em uma maternidade pública de direito privado localizada na região central do interior do estado de São Paulo participaram do estudo. Informações sociodemográficas, relacionadas à gestação, ao aleitamento materno e condições sistêmicas foram coletadas em um questionário pré-testado. Após o nascimento do bebê, informações sobre via de parto, sexo e peso do bebê, Apgar do recém-nascido, intercorrências pós-parto, amamentação na sala de parto, e contato pele a pele foram coletadas no prontuário do recém-nascido. A análise estatística foi conduzida por meio de análise descritiva e análises de regressões logísticas simples e múltiplas para avaliar as associações entre as variáveis independentes e os três desfechos de interesse, considerando p<0,05: a) contato pele a pele; b) amamentação na primeira hora; c) contato pele a pele e amamentação na primeira hora em conjunto. Os resultados mostraram que a prática do contato pele a pele foi registrada em 41,2% dos partos, enquanto a amamentação na primeira hora ocorreu em 26,8%. Quando analisado o desfecho combinado (contato pele a pele + amamentação na primeira hora), verificou-se que apenas 18,2% dos partos atenderam a esse critério. Partos normais (OR=10,12; IC95%: 3,41-30,04) e início do pré-natal até o segundo mês da gravidez (OR=4,54; IC95%: 1,29-,15,28) aumentaram significativamente a chance de contato pele a pele. Gravidez planejada (OR=2,78; 1,04-7,46) e partos normais (OR=19,34; IC95%: 7,18-52,11) aumentaram a chance de iniciar a amamentação na primeira hora. No desfecho combinado (contato pele a pele + amamentação na primeira hora), observou-se que o início precoce do pré-natal (OR=7,38; IC95%: 1,45- 37,58) e partos normais (OR=22,71; IC95%: 6,74-76,50) apresentaram aumento significativo na chance desse evento combinado. Em conclusão, os achados deste estudo evidenciaram uma baixa adesão às práticas de contato pele a pele e amamentação na primeira hora de vida. Fatores como parto normal, início precoce do pré-natal e gravidez planejada apresentaram associação significativa com a maior adesão a essas práticas

The aim of this cross-sectional study was to investigate the factors associated with skin-to-skin contact between mother and newborn and breastfeeding within the first hour of life. Pregnant women (n=165) in their third trimester who received care or follow-up during this period at a private law public maternity hospital in the central region of São Paulo State participated in the study. Sociodemographic information, as well as data related to pregnancy, breastfeeding, and systemic conditions, were collected using a pre-tested questionnaire. After birth, data on the mode of delivery, newborn's sex and weight, Apgar score, postpartum complications, breastfeeding in the delivery room, and skin-to-skin contact were retrieved from the newborn's medical records. Statistical analysis was conducted using descriptive analysis and simple and multiple logistic regression analyses to assess associations between independent variables and the three outcomes of interest, considering p<0.05: skin-to-skin contact, breastfeeding within the first hour, and both practices combined. The results showed that skin-to-skin contact was recorded in 41.2% of births, while breastfeeding within the first hour occurred in 26.8%. When analyzing the combined outcome, only 18.2% of births met this criterion. Vaginal delivery (OR=10.12; 95% CI: 3.41-30.04) and initiation of prenatal care by the second month of pregnancy (OR=4.54; 95% CI: 1.29- 15.28) significantly increased the likelihood of skin-to-skin contact. Planned pregnancy (OR=2.78; 95% CI: 1.04-7.46) and vaginal delivery (OR=19.34; 95% CI: 7.18-52.11) increased the likelihood of initiating breastfeeding within the first hour. Regarding the combined outcome, early initiation of prenatal care (OR=7.38; 95% CI: 1.45-37.58) and vaginal delivery (OR=22.71; 95% CI: 6.74-76.50) significantly increased the probability of this event occurring. In conclusion, the findings of this study highlighted low adherence to skin-to-skin contact and breastfeeding within the first hour of life. Factors such as vaginal delivery, early initiation of prenatal care, and planned pregnancy were significantly associated with greater adherence to these practices