Efeito da elevação da margem gengival e do material restaurador no comportamento em fadiga e distribuição de tensão de molares restaurados com inlays mod

Abstract

Este estudo avaliou o efeito da elevação da margem gengival (DME) e dos materiais restauradores (cerâmica vítrea reforçada por leucita [C] vs. resina composta indireta [R]) no comportamento de fadiga e distribuição de tensão de molares superiores com margens proximais com 2 mm de profundidade restauradas com inlays mesio-ocluso-distal (MOD). Para isso, 52 terceiros molares humanos extraídos foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos (n = 13): C; DME + C; R; e DME + R. Restaurações do tipo inlay foram confeccionados no CAD-CAM e cimentadas adesivamente em todos os dentes. O comportamento em fadiga foi avaliado com o ensaio de vida acelerada stepwise stress (10.000 ciclos/step; step=50 N; 20 Hz; carga inicial=200 N). As cargas e o número de ciclos de falha em fadiga foram analisados com ANOVA de 2 fatores e teste de Tukey (p <0,05), também foram realizados gráficos de sobrevivência de Kaplan-Meier. A distribuição de tensões foi avaliada utilizando a análise por elementos finitos. Os modelos foram considerados isotrópicos, lineares, homogêneos e apresentaram contatos colados. Uma carga axial (400 N) foi aplicada à superfície oclusal. A distribuição de tensões foi analisada com o critério de tensão principal máxima. Para o comportamento em fadiga, não houve diferença para o fator DME (p> 0,05). Para o fator material restaurador, a carga e o número de ciclos para falha foram estatisticamente maiores nos grupos R (p <0,05). A análise por elementos finitos mostrou que os inlays de resina composta concentraram mais tensões na estrutura do dente, enquanto os inlays de cerâmica concentraram mais tensões na restauração. Falhas não reparáveis foram mais frequentes nos grupos de inlays de resina composta. Foi possível concluir que a DME não foi prejudicial para o comportamento em fadiga e na distribuição de tensão. As inlays de resina composta foram mais resistentes ao teste de fadiga, embora o modo de falha tenha sido mais agressivo.

This study evaluated the effect of deep margin elevation (DME) and restorative materials (leucite-reinforced glass-ceramics [C] vs. indirect resin composite [R]) on the fatigue behavior and stress distribution of upper molars with 2-mm deep proximal margins restored with MOD-inlay. Methods: Fifty two extracted human third molars were randomly assigned into four groups (n=13): C; DME+C; R; and DME+R. Inlays were fabricated in CAD-CAM and bonded to all teeth. The fatigue behavior was assessed with the stepwise stress test (10,000 cycles/step; step=50N; 20 Hz; initial load=200 N). Fatigue failure loads and number of cycles were analyzed with 2-way ANOVA and Tukey's test (p<0.05) and Kaplan-Meier survival plots. The stress distribution was assessed with finite element analysis. The models were considered isotropic, linear, homogeneous, and presented bonded contacts. A tripod axial load (400 N) was applied to the occlusal surface. The stress distribution was analyzed with the maximum principal stress criterion. Results: For fatigue, there was no difference for DME factor (p>.05). For the material factor, the load and number of cycles for failure were statistically higher in the R groups (p<.05). The finite element analysis showed that resin composite inlays concentrated more stress in the tooth structure, while ceramic inlays concentrated more stress in the restoration. Non-reparable failures were more frequent in the resin composite inlays groups. Conclusions: DME was not negative for fatigue and biomechanical behaviors. Resin composite inlays were more resistant to the fatigue test, although the failure mode was more aggressive.