Casos de corpo estranho em bebês: diagnóstico e tratamento

Abstract

Corpos estranhos são caracterizados como objetos indesejados não pertencentes ao organismo que podem estar alojados ou aderidos ao corpo humano. A presença de corpos estranhos localizados na cavidade bucal de bebês é uma situação comumente encontrada, embora aderido ao palato duro seja raramente descrito na literatura. O presente estudo tem como objetivo relatar dois casos clínicos de corpos estranhos aderidos em diferentes estruturas da cavidade bucal de bebês. Caso 1: Paciente do sexo masculino, 9 meses de idade, compareceu a Bebê-Clínica da Faculdade de Odontologia Unesp - FOA/Unesp acompanhado dos pais devido a presença de lesão indolor no palato duro há aproximadamente 15 dias. Ao exame físico intraoral foi identificado uma alteração amarelada, lisa, brilhante, circunscrita, de consistência endurecida e halo eritematoso nas bordas, localizada na região mediana do palato duro, compatível com um corpo estranho. Caso 2: Paciente do sexo feminino, 12 meses de idade, compareceu a Bebê-Clínica da FOA/Unesp acompanhada da mãe devido a presença de cisto esbranquiçado na gengiva há aproximadamente 7 dias. Ao exame físico intraoral foi identificado uma alteração esbranquiçada, lisa, brilhante, circunscrita, de consistência endurecida, localizada em região posterior do rodete gengival do lado esquerdo, compatível com um corpo estranho. Em ambos os casos, a conduta adotada foi a remoção dos corpos estranhos com auxílio de gaze estéril e instrumental odontológico em ambiente ambulatorial. Após o procedimento, constatou-se que os corpos estranhos eram, respectivamente, um protetor de porta anti-impacto de silicone e um fragmento de plástico de um brinquedo antiestresseconhecido como “Pop It”. Em preservação clínica, foi observado mucosa do palato duro e do rodete gengival com aspectos de normalidade, sem sinais de recidiva. Conclui-se que a presença de corpos estranhos aderidos em diferentes localizações da cavidade bucal de bebês são situações que apresentam riscos de aspiração ou deglutição. Adicionalmente, um exame físico detalhado e criterioso possibilita um diagnóstico imediato e preciso, bem como o tratamento para a remoção.

Foreign bodies are characterized as unwanted objects that do not belong to the organism and can be lodged or adhered to the human body. The presence of foreign bodies located in the oral cavity of infants is a commonly encountered situation, although adherence to the hard palate is rarely described in the literature. The present study aims to report two clinical cases of foreign bodies adhered to different structures of the oral cavity in babies. Case 1: A 9-month-old male patient presented to the BabyClinic at the Faculty of Dentistry of UNESP - FOA/Unesp, accompanied by his parents, due to the presence of a painless lesion on the hard palate for approximately 15 days. Upon intraoral physical examination, a yellowish, smooth, shiny, well-defined lesion with a hardened consistency and an erythematous halo at the edges was identified in the median region of the hard palate, consistent with a foreign body. Case 2: A 12-month-old female patient presented to the Baby-Clinic at FOA/Unesp, accompanied by her mother, due to the presence of a whitish cyst on the gum for approximately 7 days. Upon intraoral physical examination, a whitish, smooth, shiny, well-defined lesionwith a hardened consistency was identified in the posterior region of the gingival roll on the left side, consistent with a foreign body. In both cases, the approach taken was the removal of the foreign bodies with the aid of sterile gauze and dental instruments in an outpatient setting. After the procedure, it was determined that the foreign bodies were, respectively, a silicone door impact protector and a plastic fragment from an antistress toy known as “Pop It”. During clinical follow-up, the mucosa of the hard palate and gingival rim was observed to be normal, with no signs of recurrence. It is concluded that the presence of foreign bodies adhered to different locations of the oral cavity in babies represents situations that pose risks of aspiration or swallowing. Additionally, a detailed and thorough physical examination allows for an immediate and accurate diagnosis, as well as the treatment for removal.