Ginástica para todos na educação física escolar: potencializando a autonomia e a coletividade

Abstract

A Ginástica para Todos (GPT) pode ser trabalhada como uma prática pedagógica, capaz de oferecer experiências enriquecedoras aos/às estudantes. Diante de seu valor educacional, bem como da importância das ações didático-pedagógicas nas aulas de Educação Física, reconhece-se o ensejo de proporcionar aos/às alunos/as dos anos iniciais do Ensino Fundamental oportunidades para o desenvolvimento de relações positivas e de autonomia no processo educacional, com o fomento dessa prática. Esta pesquisa teve como objetivo geral, compreender como o processo pedagógico coletivo do ensino da GPT contribui para a construção da autonomia dos/as estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Como objetivos específicos, visou analisar a participação das crianças durante a proposta pedagógica da GPT e discutir a pertinência e a organização da proposta de criação coreográfica coletiva para este contexto. A pesquisa foi conduzida com estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental, com idades entre sete e oito anos, em uma escola estadual na cidade de Campinas/SP. Os instrumentos de pesquisa incluíram o aulário como um meio de registro dos/as estudantes e o diário de campo, um registro da professora-pesquisadora. A pesquisa narrativa autobiográfica foi escolhida como instrumento metodológico, permitindo que a pesquisadora-professora construísse os dados a partir de sua subjetividade, e os dados foram analisados de forma interpretativa. Como resultado, identificamos que a metodologia inspirada na criação coreográfica coletiva mostrou-se adequada à faixa etária das crianças participantes do estudo, favorecendo a coletividade, a progressão e a ampliação dos conhecimentos. A GPT revelou-se uma abordagem potente para o desenvolvimento da autonomia nas aulas de Educação Física escolar. Para que seu ensino seja eficaz, é fundamental adotar uma prática intencional, mediadora, na qual o/a docente reconheça e valorize os saberes dos/as alunos/as, incentive sua participação ativa na construção de um plano colaborativo, estimule o diálogo como elemento essencial e atue com comprometimento profissional.

Gymnastics for All (GFA) can be implemented as a pedagogical tool capable of providing enriching experiences for students. Given its educational value, as well as the significance of didactic-pedagogical practices in Physical Education classes, there is a recognized opportunity to offer early elementary school students meaningful experiences that foster positive relationships and autonomy in the educational process through the promotion of this practice. The general objective of this research was to understand how the collective pedagogical process of GPT teaching contributes to the construction of autonomy among students in the early years of Elementary School. The specific objectives were to analyze the participation of children during GPT activities and to discuss the relevance and organization of the proposal for collective choreographic creation in this context. The study was conducted with third-grade elementary school students, aged seven to eight years, in a public school in Campinas/SP. The research instruments included the lesson log, used as a means of recording students' engagement, and the field diary, kept by the teacher-researcher. An autobiographical narrative research approach was chosen as the methodological tool, allowing the teacher-researcher to construct data based on her subjectivity, with an interpretative approach to data analysis. The results indicate that the methodology inspired by collective choreographic creation was suitable for the age group of the participating children, fostering collaboration, progression, and knowledge expansion. GFA proved to be a powerful approach for promoting autonomy in school Physical Education classes. For its effective implementation, it is essential to adopt an intentional, mediating teaching practice in which educators recognize and value students' knowledge, encourage their active participation in the construction of a collaborative plan, promote dialogue as a fundamental element, and act with professional commitment.