Impacto da prática esportiva e excesso de peso sobre a ocorrência de fraturas ósseas entre crianças: seguimento de 24 meses

Abstract

Objetivos: Identificou-se a ocorrência de fraturas ósseas entre crianças de sete e oito anos durante um período de segmento de 24 meses, bem como, se a prática esportiva figura como fator de proteção ou risco a este desfecho, verificou-se a associação entre sexo e prática esportiva e analisou-se o efeito longitudinal da prática esportiva sobre indicadores de excesso de peso e obesidade de crianças além de variáveis comportamentais. Métodos: Estudo de delineamento prospectivo que será realizado em Presidente Prudente/SP. A amostragem envolveu escolas da região metropolitana da cidade. A casuística foi composta por 256 crianças de ambos os sexos, idade cronológica entre sete e oito anos e regularmente matriculados/frequentando nas escolas de Municipais de Presidente Prudente-SP. Estas crianças foram avaliadas anualmente: desempenho escolar/indisciplina, variáveis peso corporal, estatura, circunferência de cintura e diâmetros ósseos. A ocorrência de fraturas ósseas foi averiguada se a fratura que ocorreu foi decorrente de prática esportiva, envolvimento em algum acidente automobilístico e quedas. Além disso, o envolvimento em atividades esportivas fora do ambiente escolar e alguns comportamentos de risco (etilismo, tabagismo, pular refeições e qualidade do sono) foram avaliados por meio de questionários previamente validados. Resultados: Identificou-se a inter-relação entre variáveis comportamentais e de crescimento físico entre crianças ao longo de seu crescimento, verificou-se a ocorrência de fraturas ósseas entre crianças de seis, sete e oito anos durante um período de segmento de 24 meses figura como fator de risco a este desfecho. Os achados do presente estudo são importantes na tentativa de identificar o impacto da prática esportiva sobre o crescimento físico e desenvolvimento de doenças entre jovens durante a infância e adolescência. Conclusão: A incidência de fraturas ósseas entre crianças de 6 a 8 anos foi inferior a 10% ao longo do seguimento de 24 meses; A prevalência de sobrepeso e obesidade aumentou mais de 30% ao longo do seguimento, mostrando-se a principal variável a afetar a dinâmica de ocorrência de fraturas ósseas; O risco de fratura por qualquer causa foi 200% maior entre crianças com excesso de peso quando comparados com crianças sem a presença de excesso de peso; O risco de fraturas durante brincadeiras deixou de ser significativo; Fatores sócio demográficos e prática esportiva não se mostraram relevantes determinantes na dinâmica de ocorrência de fraturas ósseas entre crianças de 6 a 8 anos.

Objectives: The occurrence of bone fractures was identified among seven and eight-year-old children during a 24-month segment period, as well as, if sports practice is a protective or risk factor for this outcome, an association between sex and sports practice and the longitudinal effect of sports practice on indicators of overweight and obesity in children, as well as behavioral variables, was analyzed. Methods: Prospective design study to be carried out in Presidente Prudente/SP. The sampling involved schools in the metropolitan region of the city. The sample consisted of 256 children of both sexes, chronologically aged between seven and eight years and regularly enrolled/attending in schools in the Municipalities of Presidente Prudente-SP. These children were evaluated annually: school performance/discipline, variables body weight, height, waist circumference and bone diameters. The occurrence of bone fractures was investigated if the fracture that occurred was due to sports practice, involvement in a car accident and falls. In addition, involvement in sports activities outside the school environment and some risk behaviors (alcoholism, smoking, skipping meals and sleep quality) were evaluated using previously validated questionnaires. Results: The interrelationship between behavioral variables and physical growth was identified among children throughout their growth, the occurrence of bone fractures was verified among children aged six, seven and eight years during a segment period of 24 months figure as a risk factor for this outcome. The findings of the present study are important in an attempt to identify the impact of sports practice on physical growth and disease development among young people during childhood and adolescence. Conclusion: The incidence of bone fractures among children aged 6 to 8 years was less than 10% during the 24-month follow-up; The prevalence of overweight and obesity increased by more than 30% during the follow-up period, proving to be the main variable affecting the dynamics of bone fractures occurrence; The risk of fracture from any cause was 200% higher among overweight children compared with non-overweight children; The risk of fractures during play is no longer significant; Socio-demographic factors and sports practice did not prove to be relevant determinants in the dynamics of bone fractures among children aged between 6 and 8 years.