A interface visual de jogos digitais educativos para crianças dentro do Transtorno do Espectro do Autismo: recomendações baseadas no Design Gráfico Inclusivo

Abstract

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se caracteriza como um distúrbio do desenvolvimento humano, em que sua causa e tratamento ainda estão em constante investigação. Ao conceber que crianças dentro do TEA possuem significativa preferência por estímulos visuais, o uso de jogos mobile por este grupo se mostra em uma crescente. Assim sendo, o uso de jogos digitais mobile começa a ser incorporado como artefato complementar no processo educativo e de socialização da criança com TEA. Contudo, ainda que existam muitos estudos que investiguem essa relação, pesquisas na área de design, que explorem a construção e composição de interfaces e sua linguagem visual aplicada, ainda são incipientes. Ademais, são escassos os projetos de desenvolvimento de jogos que contam com a participação das próprias crianças em sua concepção, ainda que estas sejam o usuário final. Por conseguinte, o objetivo principal deste trabalho é propor recomendações, baseadas nos conceitos do design gráfico inclusivo, para o design da interface visual de jogos educativos mobile, para crianças dentro do TEA. Para tanto, aplicou-se metodologias participativas em duas APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de cidades distintas: São Luís, Maranhão e Bauru, São Paulo. Em cada uma destas instituições realizou-se um Grupo Focal com os profissionais responsáveis pelo tratamento das crianças com TEA, num total de 15 participantes de diferentes áreas de conhecimento. Nas mesmas APAEs aplicou-se o Método COSPATIAL, proposto por Millen, Cobb e Patel (2011), caracterizado pela participação de crianças dentro do TEA no processo de design de um jogo, expressando suas ideias e preferências. No total, o método contemplou 10 crianças, 5 referentes à APAE-MA e 5 referentes à APAE-Bauru. Como resultado da análise e tratamento dos dados coletados, propõe-se recomendações para o design das interfaces aqui abordadas.

Autism Spectrum Disorder (ASD) is characterized as a human development disorder, the cause and treatment of which are still under constant investigation. Considering that children with ASD have a significant preference for visual stimuli, the use of mobile games by this group is increasing. Therefore, the use of mobile digital games is beginning to be incorporated as complementary artifacts in the educational and socialization process of children with ASD. However, there are still many studies that investigate this relationship, and research in the area of ​​design, which explores the construction and composition of interfaces and their applied visual language, is still incipient. In addition, there are few game development projects that include the participation of children themselves in their design, even if they are the end user. Therefore, the main objective of this work is to propose recommendations, based on inclusive graphic design concepts, for the design of the visual interface of mobile educational games for children with ASD. To this end, participatory methodologies were applied in two APAEs (Association of Parents and Friends of the Exceptional) in different cities: São Luís, Maranhão and Bauru, São Paulo. In each of these institutions, a Focus Group was held with professionals responsible for treating children with ASD, with a total of 15 participants from different areas of knowledge. In the same APAEs, the COSPATIAL Method, proposed by Millen, Cobb and Patel (2011), was applied, characterized by the participation of children with ASD in the process of designing a game, expressing their ideas and preferences. In total, the method included 10 children, 5 from APAE-MA and 5 from APAE-Bauru. As a result of the analysis and treatment of missing data, recommendations for the design of the interfaces discussed here are proposed.