Desenvolvimento de produtos em bambu e a transferência desse conhecimento para o assentamento rural Horto de Aimorés

Abstract

Introdução: O Projeto Bambu iniciado em 1990 na Unesp de Bauru, vem desde 2008 atuando junto a comunidade do Assentamento Rural Horto de Aimorés, capacitando famílias na cadeia produtiva do bambu, desde o plantio de espécies à confecção de produtos e estruturas que auxiliam na geração de renda. O grupo de famílias foi estruturado como Associação Agroecológica Viverde capaz de conduzir o processo de transferência e capacitação locais. A continuidade das ações no Assentamento, com a participação dos alunos, busca promover também a união e articulação entre os próprios assentados de forma que seja possível ampliar o interesse pela cultura dentro da comunidade. Além do plantio de 120 mudas de bambu para o fornecimento de matéria prima necessária, foi elaborado o projeto de um galpão/oficina capaz de abrigar o processo de transferência e expansão do projeto, já que o assentamento não conta com uma área para produção e organização. Com o início da produção local o projeto busca a consolidação de parcerias para o seu crescimento, a comercialização de produtos e, consequentemente, geração de renda. Objetivos: Fortalecer a produção local de artesanatos e estruturas em bambu ampliando junto à comunidade o interesse pela cultura e suas potencialidades, buscando simultaneamente transmitir a tecnologia e o conhecimento desenvolvidos. Ampliação do mercado para a comercialização dos produtos confeccionados com a busca de novas parcerias. Métodos: Projeto, construção e operação de oficina para a confecção local de produtos artesanais e estruturas leves. Organização de eventos direcionados à capacitação na cadeia produtiva do bambu e também à integração tanto entre os assentados quanto entre universidade e comunidade, envolvendo ainda atividades não relacionadas diretamente ao bambu, como cultura e lazer. Resultados: Em 2012 foi entregue à comunidade um galpão/oficina com 250 m2 projetado e construído em bambu para o desenvolvimento das atividades de produção e organização. A construção foi viabilizada pelo apoio da universidade e de editais como Santander/ Unisol 2010 e 2011 e Instituto 3M em 2012. O projeto envolveu professores e alunos dos cursos de Design, Arquitetura e Engenharia, gerando produção científica em revistas e congressos. Em 2013, foi efetivado contrato com o Programa Caras do Brasil do grupo Pão de Açúcar para comercialização dos produtos confeccionados. Com periodicidade bimestral, inicialmente foi solicitada a confecção de 600 colheres e 600 espátulas de bambu. O projeto foi certificado como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil. O galpão vem sendo utilizado também como espaço para eventos e cursos como o de turismo rural, que implantado abrirá novas possibilidades ao projeto tendo o bambu como um dos grandes atrativos.