O papel da fotografia como testemunha silenciosa durante as ditaduras militares do Brasil e da Argentina.

Abstract

O papel da fotografia como testemunha visual dos acontecimentos durante o período de 1964 a 1985, cujo espaço temporal foi marcado pelas ditaduras militares em diversas sociedades latino-americanas teve papel decisivo enquanto meio de resistência e oposição à ditadura. Este trabalho tem por objetivo investigar e expor como a fotografia foi utilizada para documentar, resistir e contribuir para a construção de uma memória coletiva dos eventos ocorridos nos regimes militares de dois países da América do Sul - o Brasil e a Argentina. A escolha por ambos decorre da semelhança em seus períodos ditatoriais, como pelo longo tempo em que ficaram sob o comando dos regimes totalitários, nos quais ambos tiveram significativos movimentos de resistência e foram infringidos por diversas violações dos direitos humanos. Dessa forma, como potência narrativa, é destacado o papel da fotografia como testemunha silenciosa, através de análises qualitativas interpretativas, com ênfase nesse contexto histórico-social. Portanto, espera-se que com esse tema seja possível compreender o papel da fotografia como crucial na preservação da memória histórica, além de ser uma indispensável prova documental para a luta dos direitos humanos nacionais e internacionais.

The role of photography as a visual witness to events during the period from 1964 to 1985, which was marked by military dictatorships in various Latin American societies, played a decisive role as a means of resistance and opposition to the dictatorship. The aim of this work is to investigate and explain how photography was used to document, resist and contribute to the construction of a collective memory of the events that took place during the military regimes in two South American countries - Brazil and Argentina. The choice of the two countries is due to the similarities in their dictatorial periods, as well as the long time they were under the command of totalitarian regimes, in which both had significant resistance movements and were subjected to various human rights violations. In this way, as a narrative power, the role of photography as a silent witness is highlighted, through interpretative qualitative analysis, with an emphasis on this historical-social context. It is therefore hoped that this topic will help us understand the crucial role of photography in preserving historical memory, as well as being indispensable documentary evidence for the struggle for national and international human rights.