O uso de metodologias ativas e tecnologias digitais na educação de estudantes autistas

Abstract

A presente pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação Inclusiva – PROFEI da Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – FCT/UNESP e está inserido na Linha de Pesquisa: Inovação tecnológica e tecnologia assistiva. Educação Inclusiva enfrentou desafios que exigiram práticas pedagógicas flexíveis, principalmente para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), aliadas a metodologias ativas e à mediação pedagógica, podem favorecer autonomia, engajamento e acessibilidade, promovendo aprendizagem significativa e inclusiva. Assim, propusemos como questão de pesquisa: Quais foram as práticas, contradições e os desafios da adoção das metodologias ativas mediadas pelo uso das TDIC, considerando suas contribuições para a aprendizagem de estudantes com TEA? Como objetivo geral estabelecemos: identificar possibilidades e desafios da adoção de metodologias ativas mediadas pelo uso de tecnologias digitais na educação de estudantes com TEA, com o intuito de elaborar e validar um Guia Orientador digital para professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. A pesquisa adotou abordagem qualitativa, fundamentada em revisão da literatura com buscas em bases da CAPES entre 2018 e 2024. Foram selecionados 27 estudos sobre metodologias ativas e TDIC na inclusão escolar. O desenvolvimento do Guia seguiu o modelo ADDIE (Análise, Design, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação), com curadoria de materiais, elaboração em Canva e FlipHTML5 e validação por professores da educação básica por meio de questionário online, sendo os dados interpretados pela técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados evidenciaram que a inclusão de estudantes com TEA exigiu práticas individualizadas e mediação docente ativa. As TDIC, sobretudo jogos digitais, ampliaram engajamento e habilidades quando utilizadas com planejamento e metodologias ativas como sala invertida, projetos e gamificação. Persistiram barreiras de infraestrutura e formação, e a efetividade dependeu da integração crítica de tecnologia e pedagogia. O Guia Orientador organizou evidências em duas frentes, práticas de metodologias ativas e seus desafios, e entregou sequências didáticas, exemplos e ferramentas para ensino inclusivo. Propôs planejamento personalizado, colaboração escola-família, avaliações formativas e formação docente, com foco em estudantes com TEA e aplicações em Matemática. A validação com 27 professoras indicou alta clareza do Guia e boa aplicabilidade, ampliando o repertório inclusivo. A maioria já utilizava metodologias ativas e TDIC e reconheceu ganhos em engajamento e habilidades de estudantes com TEA. Persistiram barreiras de formação, tempo e infraestrutura.

This research was developed within the scope of the Graduate Program in Inclusive Education (PROFEI) at the Faculty of Science and Technology, São Paulo State University “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP), in the Research Line of Technological Innovation and Assistive Technology. Inclusive education has faced challenges that demanded flexible pedagogical practices, especially for students with Autism Spectrum Disorder (ASD). Information and Communication Digital Technologies (ICDT), combined with active methodologies and pedagogical mediation, can foster autonomy, engagement, and accessibility, thus promoting meaningful and inclusive learning. The research question was: What were the practices, contradictions, and challenges in adopting active methodologies mediated by ICDT, considering their contributions to the learning of students with ASD? The general objective was to identify possibilities and challenges in adopting active methodologies mediated by digital technologies in the education of students with ASD, aiming at developing and validating a digital Guiding Manual for teachers in the early years of Elementary Education. The study followed a qualitative approach, based on a literature review of CAPES databases between 2018 and 2024, selecting 27 studies on active methodologies and ICDT in school inclusion. The development of the Guiding Manual followed the ADDIE model (Analysis, Design, Development, Implementation, and Evaluation), including material curation, design in Canva and FlipHTML5, and validation by basic education teachers through an online questionnaire, with data interpreted using Content Analysis. The results indicated that the inclusion of students with ASD required individualized practices and active teacher mediation. ICDT, particularly digital games, enhanced engagement and skill development when used with planning and active methodologies such as flipped classroom, projects, and gamification. Barriers in infrastructure and teacher training persisted, and effectiveness depended on the critical integration of technology and pedagogy. The Guiding Manual compiled evidence in two dimensions: practices of active methodologies and their challenges, and delivered teaching sequences, examples, and tools for inclusive education. It proposed personalized planning, school-family collaboration, formative assessments, and teacher training, with a focus on students with ASD and applications in Mathematics. Validation with 27 teachers indicated high clarity and applicability of the Manual, expanding the inclusive repertoire. Most participants already used active methodologies and ICDT and acknowledged gains in engagement and skills among students with ASD, although barriers related to training, time, and infrastructure remained.