Da Chibata ao Chibalo : administrações coloniais e regimes de trabalho em Angola (1825-1930)

Abstract

A tese Da Chibata ao Chibalo: administrações coloniais e arranjos laborais em Angola (1825–1930) analisa as transformações nas estruturas socioeconômicas e nos dispositivos políticos de controle do trabalho em Angola, no contexto da expansão e consolidação do domínio colonial português. O recorte temporal parte de 1825, ano do reconhecimento da independência do Brasil, evento que impacta diretamente os circuitos comerciais e o tráfico de escravizados, e se estende até 1930, com a promulgação do Ato Colonial, marco da centralização administrativa e da redefinição das políticas imperiais portuguesas em África. A partir de uma análise das transformações provocadas pelo fim do tráfico atlântico, da independência do Brasil e da reconfiguração do Império Colonial Português, o estudo busca compreender como diferentes atores reagiram e se adaptaram aos novos regimes de trabalho impostos. A pesquisa considera também o papel do capital estrangeiro, às imposições laborais e os efeitos do nacionalismo emergente no contexto do longo Oitocentos. O recorte temporal tem início em 1825, período marcado pela intensificação das pressões internacionais contra o tráfico atlântico, e se estende até o Ato Colonial de 1930, que redefiniu a administração do império português. Nesse intervalo, destacam-se legislações como as leis abolicionistas de 1854, 1856 e 1869, e o Regulamento de 1875, que instituiu o trabalho obrigatório para ex-escravizados. A pesquisa pretende lançar novas luzes sobre as formas de dominação e negociação presentes nos arranjos laborais angolanos, contribuindo para uma compreensão mais ampla das dinâmicas sociais e econômicas no contexto do colonialismo português tardio.

The thesis From Chibata to Chibalo: colonial administrations and labor arrangements in Angola (1825–1930) analyzes the transformations in the socioeconomic structures and political mechanisms of labor control in Angola, in the context of the expansion and consolidation of Portuguese colonial rule. The time frame starts in 1825, the year in which Brazil's independence was recognized, an event that directly impacted trade circuits and the slave trade, and extends until 1930, with the promulgation of the Colonial Act, a milestone in the administrative centralization and redefinition of Portuguese imperial policies in Africa. Based on an analysis of the transformations caused by the end of the Atlantic slave trade, the independence of Brazil, and the reconfiguration of the Portuguese Colonial Empire, the study seeks to understand how different actors reacted and adapted to the new labor regimes imposed. The project also considers the role of foreign capital, labor impositions, and the effects of emerging nationalism in the context of the long nineteenth century. The time frame begins in 1825, a period marked by increased international pressure against the Atlantic slave trade, and extends until the Colonial Act of 1930, which redefined the administration of the Portuguese empire. In this period, legislation stands out, such as the abolitionist laws of 1854, 1856 and 1869, and the Regulation of 1875, which instituted compulsory labor for former slaves. The research aims to shed new light on the forms of domination and negotiation present in Angolan labor arrangements, contributing to a broader understanding of the social and economic dynamics in the context of late Portuguese colonialism.