A violência contra mulher em universidades do estado de São Paulo

Abstract

Considerando os achados de pesquisas recentes, constata-se que o espaço universitário, embora comumente associado ao conhecimento, à emancipação e ao progresso social, também se revela como um ambiente onde a violência contra a mulher pode ser perpetuada. Assim, estudantes do gênero feminino que frequentam instituições de ensino superior tornam-se suscetíveis a diferentes formas de agressão motivadas por questões de gênero, como assédio moral e sexual, abusos psicológicos, exclusões simbólicas e outras formas de opressão cotidiana. Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo central compreender a violência contra a mulher no ambiente universitário, buscando identificar e sistematizar dados que evidenciem os tipos de violência mais recorrentes, os locais mais propensos à ocorrência desses atos, os sentimentos e impactos emocionais experimentados pelas vítimas, a frequência e motivação da busca por serviços de apoio, bem como as medidas institucionais de enfrentamento adotadas pelas universidades. Trata-se de um estudo de natureza exploratória, cuja metodologia baseou-se na realização de entrevistas semiestruturadas com alunas de universidades públicas e privadas localizadas no estado de São Paulo. A análise dos dados foi realizada a partir do método de Análise de Conteúdo, conforme proposto por Laurence Bardin, permitindo a categorização temática dos relatos obtidos. A partir das narrativas das entrevistadas, a pesquisa busca lançar luz sobre a complexidade do fenômeno da violência de gênero no espaço universitário, contribuindo para o aprofundamento do debate acadêmico e para a formulação de estratégias mais eficazes de enfrentamento por parte das instituições de ensino superior. Dessa forma, espera-se que os resultados desta investigação sirvam como subsídio para a construção de políticas públicas e ações institucionais que promovam ambientes universitários mais seguros, igualitários e acolhedores para todas as mulheres.

Considering the findings of recent research, it is clear that the university environment, although commonly associated with knowledge, emancipation and social progress, is also an environment where violence against women can be perpetuated. Thus, female students who attend higher education institutions become susceptible to different forms of aggression motivated by gender issues, such as moral and sexual harassment, psychological abuse, symbolic exclusion and other forms of daily oppression. In this context, the main objective of this research is to understand violence against women in the university environment, seeking to identify and systematize data that highlight the most recurrent types of violence, the places most likely to occur such acts, the feelings and emotional impacts experienced by victims, the frequency and motivation for seeking support services, as well as the institutional measures adopted by universities to address this issue. This is an exploratory study, whose methodology was based on semi-structured interviews with female students from public and private universities located in the state of São Paulo. Data analysis was performed using the Content Analysis method, as proposed by Laurence Bardin, allowing the thematic categorization of the reports obtained. Based on the narratives of the interviewees, the research seeks to shed light on the complexity of the phenomenon of gender violence in the university environment, contributing to the deepening of the academic debate and to the formulation of more effective strategies for confronting it by higher education institutions. Thus, it is expected that the results of this investigation will serve as a subsidy for the construction of public policies and institutional actions that promote safer, more egalitarian and welcoming university environments for all women.