Disfunção da Pars Intermédia em equídeos: uma revisão da literatura

Abstract

A Disfunção da Pars Intermedia da Pituitária (PPID), ou Síndrome de Cushing, é uma endocrinopatia comum em equinos, afetando de 15% a 30% dos animais idosos. Os sinais clínicos são inespecíficos e incluem hirsutismo, obesidade, laminite, infertilidade, poliúria, polidipsia, perda de peso, letargia e diminuição do desempenho, além de hiperidrose, catabolismo muscular e infecções secundárias. A fisiopatologia ainda não é completamente compreendida, mas envolve a perda da inibição dopaminérgica na pars intermedia da hipófise devido ao estresse oxidativo e neurodegeneração dos neurônios dopaminérgicos no hipotálamo. O diagnóstico atual recomenda medir a concentração basal de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e, para casos iniciais, medir as concentrações de ACTH estimuladas pelo hormônio liberador de tireotropina (TRH). A pergolida é o tratamento mais indicado, sendo um agonista total sintético da D2-dopamina que reduz a produção de p r ó - o p i o m e l a n o c o r t i n a ( POMC) e melhora a maioria dos sinais clínicos. Contudo, não há evidências suficientes sobre a eficácia a longo prazo da pergolida, e outros tratamentos como ciproeptadina, trilostano e mitotano têm eficácia limitada. A pergolida, apesar de eficaz, é proibida em competições e apresenta efeitos colaterais como inapetência e cólica. A resposta clínica à pergolida pode ser subjetiva e mais pesquisas são necessárias para entender seu impacto na hiperplasia e no tamanho do adenoma da hipófise. O diagnóstico e tratamento precoces são cruciais para melhorar a qualidade de vida dos equinos afetados, e a investigação contínua sobre a PPID é essencial para aprimorar as abordagens terapêuticas e prognósticas.

EUZÉBIO, A. C. I. Pars Intermedia dysfunction in equines: a literature review Botucatu, 2022. 20 p. Course completion work. Faculty of Veterinary Medicine and Animal Science, Botucatu Campus, São Paulo State University (FMVZ – UNESP). Pituitary Pars Intermedia Dysfunction (PPID), or Cushing's Syndrome, is a common endocrinopathy in horses, affecting 15% to 30% of elderly animals. Clinical signs are nonspecific and include hirsutism, obesity, laminitis, infertility, polyuria, polydipsia, weight loss, lethargy and decreased performance, as well as hyperhidrosis, muscle catabolism and secondary infections. The pathophysiology is not yet completely understood, but involves a loss of dopaminergic inhibition in the intermediate pituitary gland due to oxidative stress and neurodegeneration of dopaminergic neurons in the hypothalamus. Current diagnosis recommends measuring basal ACTH concentration and, for early cases, measuring ACTH concentrations stimulated by thyrotropin-releasing hormone (TRH). Pergolide is the most recommended treatment, being a synthetic total D2 -dopamine agonist that reduces POMC production and improves most clinical signs. However, there is insufficient evidence on the long-term effectiveness of pergolide, and other treatments such as cyproheptadine, trilostane and mitotane have limited effectiveness. Pergolide, despite being effective, is prohibited in competitions and has side effects such as loss of appetite and colic. The clinical response to pergolide may be subjective and further research is possible to understand its impact on pituitary adenoma hyperplasia and size. Early diagnosis and treatment are crucial to improving the quality of life of affected horses, and continued research into PPID is essential to improve therapeutic and prognostic approaches.