Diferentes estratégias de hidratação são capazes de promover aceleração autonômica durante a recuperação em indivíduos coronariopatas submetidos a exercício aeróbio? Ensaio clínico cross-over

Abstract

Introdução: A ingestão de água de maneira controlada combinada com a prática de exercício físico é capaz de acelerar a recuperação autonômica de coronariopatas, porém ainda é desconhecido se outros métodos de ingestão de água promovem efeitos similares. Objetivos: Investigar se diferentes estratégias de hidratação promovem aceleração da recuperação autonômica de indivíduos coronariopatas submetidos a exercício aeróbio, por meio da análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC). Métodos: 14 homens, participantes de programas de reabilitação cardíaca (RC) com diagnóstico principal de coronariopatia isquêmica e função ventricular esquerda preservada foram avaliados. Todos os voluntários realizaram as seguintes etapas: Teste de esforço máximo; Protocolo controle (PC); hidratação controlada (PHC); hidratação ad libitum (PHAL), todas realizadas em esteira ergométrica. Os protocolos consistem na realização de exercício aeróbio similar a uma sessão de RC, a diferença entre eles é que no PC não houve ingestão de água, no PHC a água foi ingerida com quantidade determinada pela perda hídrica no PC, enquanto no PHAL o indivíduo ingeriu de acordo com a vontade. A ordem de realização do PHC e PHAL foi randomizada. Durante os protocolos a frequência cardíaca (FC) foi registrada batimento a batimento para posterior análise da VFC, por meio dos índices lineares (RMSSD, SDNN, LF, HF e LF/HF) e geométricos (RRTri, TINN, SD1, SD2 e SD1/SD2). Resultados: Os resultados obtidos apontam que a ingestão de água ad libitum e controlada foram capazes de antecipar o retorno da atividade parassimpática, identificado pelos índices RMSSD, HF, e SD1 e da atividade global por meio da relação SD1/SD2. Conclusão: Ambos os métodos (ad libitum e controlada) são eficientes para acelerar a modulação autonômica após exercício e são indicados para serem realizadas as reposições de líquidos. Assim como os métodos lineares, a utilização de métodos geométricos de análise da VFC são ferramentas sensíveis para identificar alterações na modulação autonômica.

Introduction: Controlled water intake combined with physical exercise is capable of accelerating the autonomic recovery of coronary artery disease patients, but it is still unknown whether other methods of water intake promote similar effects. Aim: To investigate whether different hydration strategies promote acceleration of autonomic recovery in individuals with coronary artery disease undergoing aerobic exercise, through the analysis of Heart Rate Variability (HRV). Methods: 14 men, participants in cardiac rehabilitation (CR) programs with a primary diagnosis of ischemic coronary artery disease and preserved left ventricular function were evaluated. All volunteers performed the following steps: Maximum effort test; Control Protocol (PC); controlled hydration (PHC); ad libitum hydration (PHAL), all performed on a treadmill. The protocols consist of performing aerobic exercise similar to a CR session, the difference between them is that in the PC there was no water intake, in the PHC the water was ingested with an amount determined by the water loss in the PC, while in the PHAL the participant ingested according to will. The order in which PHC and PHAL were performed was randomized. During the protocols, heart rate (HR) was recorded beat by beat for later analysis of HRV, through linear (RMSSD, SDNN, LF, HF and LF/HF) and geometric indices (RRTri, TINN, SD1, SD2 and SD1 /SD2). Results: The results obtained indicate that ad libitum and controlled water intake were able to anticipate the return of parasympathetic modulation, identified by the RMSSD, HF, and SD1 indices and the global modulation through the SD1/SD2 ratio. Conclusion: Both methods (ad libitum and controlled) are efficient to accelerate autonomic modulation after exercise and are indicated for fluid replacement. As with linear methods, the use of geometric methods of HRV analysis are sensitive tools to identify changes in autonomic modulation.