Relações de gênero e educação infantil: transgressões, descontruções e construções

Abstract

Esta pesquisa objetivou entender como se constroem as culturas infantis no campo das relações de gênero, com crianças entre 4 e 5 anos de idade em uma escola municipal de Educação Infantil do município de Piracicaba-SP, Brasil, em contribuição aos estudos sobre pedagogias não sexistas. Para tanto, realizou-se uma investigação qualitativa com inspiração etnográfica a fim de identificar, nos discursos das crianças, como se dão as construções, se ocorrem desconstruções e transgressões das relações de gênero e como isso interfere na produção das culturas infantis. Os dados produzidos foram analisados e discutidos à luz do referencial teórico utilizado. Através da observação participante e de registros realizados em caderno de campo percebeu-se que os processos de construção de gênero marcam um lugar próprio na infância, momento em que se dá a reprodução de estereótipos. Infere-se, portanto, que os discursos presentes nas brincadeiras e na produção das culturas infantis marcam as transgressões e submissões que, por sua vez, permeiam as relações sociais e influenciam a construção da própria identidade.

This research aimed to understand the aspects of the process of construction of gender relations elaborated by children between 4 and 5 years old in a municipal school for kindergarten in the city of Piracicaba-SP, Brazil, as a contribution to studies on non-sexist pedagogies. Therefore, a qualitative investigation with ethnographic inspiration carried out in order to identify, in the children's speeches, their constructions of gender relations. The data produced analyzed and discussed in light of the theoretical framework used. Through participant observation and records made in a field notebook, it was notice that the processes of gender construction mark their own place in childhood, a time when stereotypes reproduced. It is inferred, therefore, that the discourses present in games and in the production of children's cultures mark transgressions and submissions, in turn, permeate social relations and influence the construction of their own identity.