Eusébia, Constantina e suas ações político-culturais na corte de Juliano César e do Imperador Constâncio II (Século IV EC).

Abstract

A imperatriz Eusébia (? – 360) e Constantina (325 – 354), respectivamente, a segunda esposa e a irmã do imperador Constâncio II (317 – 361), tiveram suas ações político-culturais registrada em algumas documentações textuais da Antiguidade Tardia. Dentre essas documentações, destacamos o Panegírico em honra à imperatriz Eusébia e Carta ao Senado e ao povo de Atenas, de Juliano (331 – 363), as Res Gestae, de Amiano Marcelino (325 – 391), e a História Eclesiástica, de Filostórgio (368 – 439). Tais obras relatam algumas interferências de Eusébia e Constantina em assuntos imperiais de cunho político cultural. Dentre elas, temos conhecimento do apoio de Eusébia à nomeação de Juliano como César e o papel de Constantina no convencimento do usurpador Vetrânio (? – 356) a se autodeclarar César e combater o usurpador Magnêncio (303 – 353). A partir da leitura dessas obras, visamos explorar nessa dissertação a atuação dessas duas mulheres na corte imperial de Constâncio II e do César Juliano como mantenedoras da ordem imperial, mesmo que não ocupassem cargos político-administrativos definidos. Dessa forma, demonstraremos as interferências delas tanto nos assuntos externos quanto internos do Império Romano, tais como problemas relacionados às fronteiras, usurpações e questões político-religiosas.

Empress Eusebia (?–360) and Constantina (325–354), respectively, the second wife and sister of Emperor Constantius II (317–361), had their political and cultural actions recorded in some works from Late Antiquity. Among these documents, we chose the Panegyric in honor of Empress Eusebia and Letter to the Senate and People of Athens, by Julian (331–363), the Res Gestae by Ammianus Marcellinus (325–391), and the Ecclesiastical History, by Philostorgius (368–439). These works report some of Eusebia's and Constantina's interference in imperial matters of a political and cultural nature. Among them, we know of Eusebia's support for the appointment of Julian as Caesar and Constantina's role in convincing the usurper Vetranius (? – 356) to declare himself Caesar and fight the usurper Magnentius (303 – 353). Based on the reading of these works, we aim to explore in this dissertation the role of these two women in the imperial court of Constantius II and Julian Caesar as maintainers of the imperial order, even though they did not hold defined political-administrative positions. In this way, we will demonstrate their interference in both the external and internal affairs of the Roman Empire, such as problems related to borders, usurpations and political-religious issues.