Ocorrência dos SNPs de Diacylglycerol acyltransferase (DGTA-1 e 2), Fatty acid synthase e Stearoyl-CoA desaturase e suas relações com o perfil de ácidos graxos da carne de cordeiros alimentados com dietas contendo os ionóforos monensina sódica, narasina e salinomicina

Abstract

Os ionóforos estão entre os aditivos mais comumente usados em dietas de confinamento de ruminantes em todo o mundo. Os objetivos deste experimento foram avaliar os efeitos dos ionóforos monensina, narasina e salinomicina, sobre o desempenho produtivo, as características de carcaça e o perfil de ácidos graxos da carne de cordeiros confinados alimentados com dietas com alto teor de concentrado. Além disso, avaliou-se a presença de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) para os genes diacilglicerol aciltransferase (DGAT-1 e DGAT-2), ácido graxo sintase (FASN) e estearoil-CoA dessaturase (SCD), e a associação destes com características produtivas dos cordeiros. Cinquenta e dois cordeiros Dorper vs. Santa Inês com peso corporal inicial (BW) de 23,2 ± 6,5 kg (média ± desvio padrão) e 93 ± 9 dias de idade (média ± desvio padrão) foram distribuídos em um delineamento em blocos completos casualizados (13 blocos e 4 tratamentos). As dietas experimentais continham 900 g/kg de concentrado e 100 g/kg de feno de Coast-cross (Cynodon sp.). Os cordeiros foram alimentados com um dos 4 tratamentos: sem aditivos (controle, CONT), adição de 8 mg/kg de MS de monensina (MON), adição de 13 mg/kg de MS de narasina (NAR) e adição de 20 mg/kg de MS de salinomicina (SAL). O período experimental foi de 90 dias, dividido em 3 períodos de 30 dias. Não houve efeito dos ionóforos sobre o CMS, GMD e EA. A inclusão de ionóforos na dieta dos cordeiros não afetou nenhuma das características de carcaça avaliadas. Não houve efeito dos ionóforos na concentração individual de ácidos graxos. Além disso, a concentração total de ácidos graxos de cadeia curta, média e longa não foi afetada pelos tratamentos, e não houve diferença na concentração de ácidos graxos saturados, insaturados e ômega 3 e 6. Em conclusão, os ionóforos não afetaram nenhuma das características de produção de cordeiros confinados. O perfil de ácidos graxos da carne, crucial para a avaliação da saúde do consumidor, também permaneceu inalterado independentemente do ionóforo consumido. Além disso, não foi possível associar o genótipo com os tratamentos nutricionais. Esses achados sugerem que, em sistemas de produção bem planejados, é viável terminar cordeiros em confinamento fornecendo dietas com alta proporção de concentrado sem a necessidade de adição de ionóforos na dieta, o que deve ser visto como positivo, uma vez que é crescente a demanda da sociedade para minimizar o uso de antibióticos ionóforos na alimentação de ruminantes.