Associação de composição corporal avaliados por impedância bioelétrica e ultrassonografia muscular com mortalidade em 30 dias em idosos com fratura de quadril

Abstract

Introdução: A fratura de fêmur proximal (FFP) em idosos está associada a maior risco de mortalidade. A avaliação da composição corporal nessa população é desafiadora, a impedância bioelétrica (BIA) e a ultrassonografia muscular (US) surgem como promissores preditores de mortalidade para essa população. Objetivo: Avaliar marcadores da composição corporal por meio de BIA e US em relação à mortalidade em 30 dias em idosos com fratura de fêmur. Metodologia: Estudo de coorte prospectivo que incluiu 136 pacientes, foram realizados exames de avaliação de composição corporal pela BIA e US para avaliação da mortalidade em 30 dias. Também foi realizada avaliações clinicas por escalas e escores para caracterizar o quadro clinico dos pacientes. As análises estatísticas envolveram testes de t de Student, Mann-Whitney e Qui-quadrado. Posteriormente, foram realizadas análises de regressão logística com variáveis estatisticamente relevantes. A Curva ROC foi empregada para avaliar a área sob a curva (AUC). Nível de significância de 5%. Resultados: Dos 136 pacientes avaliados, cerca de 16% (22) foram a óbito em um período de 30 dias. Estes pacientes apresentavam uma diminuição do Ângulo de Fase (AF), bem como uma diminuição dos músculos da coxa, reto femoral (RF), vasto lateral (VL), vasto intermédio (VI), ângulo de penação (AP) e comprimento do fascículo (CF), expressos pelo US. O AF se associou a mortalidade em 30 dias. A espessura do musculo do VL apontou que sua diminuição pode aumentar em até 7 vezes a chance de óbito, bem como a diminuição do CF. A análise da escala de cinza para avaliação da qualidade muscular, apontou que o aumento na escala de cinza expressa uma pior qualidade muscular bem como se associa a mortalidade em 30 dias. Conclusão: O estudo identificou uma forte associação entre marcadores de composição corporal, avaliados por BIA e US, e mortalidade em 30 dias de idosos com fratura de quadril. A US mostrou-se promissora como ferramenta de avaliação corporal e preditora de mortalidade em idosos, com a vantagem de ser segura e livre de radiação, sendo especialmente útil em pacientes críticos.

Introduction: Proximal femoral fracture (PFF) in the elderly is associated with a higher risk of mortality. Assessing body composition in this population is challenging, and bioelectrical impedance (BIA) and muscle ultrasound (US) have emerged as promising predictors of mortality in this population. Objective: To evaluate body composition markers using BIA and US in relation to 30-day mortality in elderly patients with femoral fractures. Methodology: This prospective cohort study included 136 patients. Body composition tests were carried out using BIA and US to assess 30-day mortality. Clinical assessments were also carried out using scales and scores to characterize the clinical condition of the patients. Statistical analyses involved Student's t-tests, Mann-Whitney tests and Chi-square tests. Logistic regression analyses were then carried out with statistically relevant variables. The ROC curve was used to assess the area under the curve (AUC). Significance level of 5%. Results: Of the 136 patients evaluated, around 16% (22) died within a 30-day period. These patients had a decrease in Phase Angle (PA), as well as a decrease in the thigh muscles, rectus femoris (RF), vastus lateralis (VL), vastus intermedius (VI), pennation angle (PA) and fascicle length (FC), expressed by US. FA was associated with 30-day mortality. The thickness of the VL muscle showed that its decrease can increase the chance of death by up to 7 times, as well as the decrease in CF. Analysis of the gray scale for assessing muscle quality showed that an increase in the gray scale expressed poorer muscle quality and was associated with 30-day mortality. Conclusion: The study identified a strong association between body composition markers, assessed by BIA and US, and 30-day mortality in elderly hip fracture patients. US has shown promise as a body assessment tool and predictor of mortality in the elderly, with the advantage of being safe and radiation-free, making it especially useful in critically ill patients.