Benefícios e desafios da incorporação no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, de testes moleculares para detecção de HPV oncogênico, por técnica de PCR

Abstract

O câncer do colo do útero (CCU), também denominado câncer cervical, é um dos tumores que mais acomete a população feminina. Ele é provocado pela infecção por subtipos do HPV, e é colocado como a quarta causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil. Desta forma, a realização do exame citopatológico é uma das principais estratégias para a prevenção e controle dessa neoplasia. O exame citopatológico, comumente conhecido como “exame de Papanicolau” é recomendado para mulheres de 25 a 64 anos que já tenham iniciado a atividade sexual, ele é realizado por um profissional de saúde que realiza a coleta do material, que é colocado em uma lâmina, fixado e encaminhado para análise. Sendo realizado anualmente e, após dois exames normais consecutivos pode ser realizado a cada 3 anos. Contudo, um teste inovador para a detecção do HPV em mulheres vem sendo implementado em alguns estados e cidades do Brasil, que é o teste de HPV por Reação de Polimerização em Cadeia (PCR), além dele ser recomendado como primeiro método de triagem pela OMS. Esse teste, além de ser realizado por um profissional de saúde permite a autocoleta, uma vez que não há a necessidade do instrumento de coleta (swab) tocar o colo do útero. Ademais, nos casos negativos o intervalo de rastreio para a realização desse teste é de 5 anos. Recentemente, o Ministério da Saúde (MS) publicou a decisão de incorporar, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), os testes moleculares para detecção de HPV oncogênico, por técnica de PCR, validados analítica e clinicamente segundo critérios internacionais para o rastreamento do CCU em população de risco padrão e conforme as Diretrizes do MS. Desta forma, o presente estudo avaliou os benefícios para a implementação nacional do teste de HPV por PCR e a comparação da sua eficácia com o exame de Papanicolau. Assim, foram utilizados estudos clínicos, artigos e diretrizes de organizações /MS para uma análise profunda sobre os benefícios do teste de HPV por PCR. Os resultados mostraram que a implementação do teste de HPV por PCR pode representar um avanço significativo na prevenção do câncer do colo do útero, oferecendo uma alternativa mais sensível e com maior intervalo de rastreamento. A incorporação pelo SUS do teste, poderá otimizar os resultados de saúde pública, aumentando a adesão e a detecção precoce em populações com maior dificuldade de acesso ao exame citopatológico.

Cervical Cancer (CC), is one of the most prevalent cancers affecting the female population. It is caused by infection with certain HPV subtypes and ranks as the fourth leading cause of cancer death among women in Brazil. Thus, performing the cytopathological exam is one of the main strategies for the prevention and control of this neoplasm. The cytopathological exam, commonly known as the “Pap smear,” is recommended for women aged 25 to 64 who have already initiated sexual activity. It is conducted by a healthcare professional who collects a sample, places it on a slide, fixes it, and sends it to analysis. This test is done annually, and after two consecutive normal results, it can be performed every three years. However, an innovative test for HPV detection in women is being implemented in some states and cities in Brazil, which is the HPV test by Polymerase Chain Reaction (PCR). In addition to being recommended as the primary screening method by WHO, this test allows self-collection, as there is no need for the swab to touch the cervix. Moreover, for negative results, the screening interval for this test is five years. Recently, the Ministry of Health (MH) published a decision to incorporate, within the scope of the Unified Health System (SUS), molecular tests to detect oncogenic HPV by PCR technique, analytically and clinically validated according to international criteria for CC screening in the standard-risk population and in line with MS guidelines. Therefore, this study evaluated the benefits of the national implementation of the HPV PCR test and compared its efficacy with the Pap smear. Clinical studies, articles, and guidelines from organizations/MH were used for an in-depth analysis of the benefits of the HPV PCR test. The results showed that implementing the HPV PCR test could represent a significant advancement in cervical cancer prevention, offering a more sensitive alternative with a longer screening interval. SUS's incorporation of the test could optimize public health outcomes, increasing adherence and early detection in populations with greater difficulty accessing cytopathological exams.