Fornecimento radicular de nanopartículas de ferro e implicações no estresse oxidativo de tomate (Solanum lycopersicum L. cv. "Micro-tom")

Abstract

A Lua é o único satélite natural da Terra e há anos desperta a atenção e a curiosidade de diversos cientistas que buscam novos horizontes, tanto para ciência quanto para o mundo. Diversos estudos analisaram a composição química de amostras do solo lunar, que revelaram possuir macro e micronutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento de plantas, sugerindo a possibilidade da agricultura lunar. Na agricultura, as nanopartículas são aplicadas com intuito de melhorar o rendimento de plantações através da produção de fertilizantes que utilizam nanopartículas de macro ou micronutrientes. Além disso, podem agir como carreadoras, transportando macromoléculas ou agroquímicos necessários para o crescimento de plantas. Nos tecidos vegetais, nanopartículas podem se tornar tóxicas se não forem degradadas, liberando os elementos essenciais transportados por ela. Acúmulo de nanopartículas em diversas regiões da planta podem levar à produção de espécies reativas de oxigênio que desestruturam o metabolismo celular, através da degradação da membrana plasmática, necrose de tecidos, danos nos cloroplastos e no DNA. A produção de espécies reativas de oxigênio pode acionar o sistema antioxidante, auxiliando a proteção dos pigmentos fotossintéticos e acessórios ao dano causado pelo estresse oxidativo. Com a proteção do aparato fotossintético resultante da ação das nanopartículas, o rendimento das plantas pode ser incrementado. O objetivo desse estudo foi investigar o estresse oxidativo gerado pela aplicação de nanopartículas de ferro e se as mesmas são capazes de recuperar plantas sob regime de deficiência de ferro. Nas condições do experimento, que podem apresentar semelhanças com o solo lunar, o estresse oxidativo gerado por nanopartículas de ferro depende de diferentes fatores. Plantas de Solanum lycospericum L. cv. “Micro-tom” pertencentes ao tratamento “nFe 500” foram capazes de se recuperarem da deficiência de ferro. Sugere-se que, neste tratamento, mecanismos de defesa foram ativados, promovendo controle do estresse oxidativo. Já as plantas do tratamento “nFe 250” não foram capazes de controlar o estresse oxidativo, enquanto, as dos tratamentos “nFe 125”, não foram eficientes, provavelmente, por deficiência de ferro não recuperada com o fornecimento de nanopartículas nessa concentração.