Revisitando o conceito de metástase e suas vias de disseminação.

Abstract

Uma das maiores causas de mortalidade em animais domésticos são as neoplasias malignas e suas complicações, sendo a capacidade de gerar metástase, a principal característica que define uma neoplasia maligna. Esse potencial é adquirido através da instabilidade genética e proliferação ilimitada, que culminam em subclones de maior malignidade, com habilidades para se desprender da neoplasia primária e migrar pela matriz extracelular em busca de uma via de disseminação, que pode ser a sanguínea, linfática ou trascelômica. Mesmo dispondo de mecanismos de evasão do sistema imune, somente uma pequena porcentagem consegue sobreviver na circulação, promover o extravasamento, invadir e colonizar órgãos distantes. Todavia, ainda há muita discussão sobre o que define quais órgãos serão acometidos por metástases. Atualmente, os avanços das pesquisas nesse campo levam a crer numa associação entre as teorias da “semente e o solo”, dos padrões dominantes de circulação, e da metástase como resultado da pressão de seleção sobre uma população geneticamente heterogênea e instável. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é compreender os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da metástase, sobretudo as suas vias de disseminação, mecanismos de escape e adaptação, para que futuramente o diagnóstico das metástases seja realizado mais rapidamente, assim como o início do tratamento voltado para combate-la.

One of the main causes of death in domestic animals are malignant neoplasms and their complications, being the ability to generate metastasis the major characteristic that defines malignant neoplasms. This potential is acquired by genetic instability and unlimited proliferation, culminating in the selection of subclones of greater malignancy, with skills to detach themselves from the primary neoplasia, and migrate through the extracellular matrix in search of a path of dissemination, which may be through blood vessels, lymphatic vessels, or through transcelomic dissemination. Even having mechanisms to evade the imune system, only a small percentage of neoplastic cells can survive in the circulation, perform extravasation, invade and colonize distant organs. However, there is still a lot of discussion about what defines which organs will be affected by metástases. Currently, the advances in research in this fild lead us to believe in an association between the theories of the “seed and soil”, dominant circulation patterns, and metastasis as a result of selection pressure on a genetically heterogeneous and unstable population. Thus, the objective of this study is to understand the mechanisms involved in the pathophysiology of metastasis, especially its dissemination pathways, mechanisms of escape and adaptation, so that in the future, the diagnosis of metastases can be done faster, as well as the beginning of treatment.