Estudo do afrouxamento do parafuso de retenção de pilares esféricos e mini cônicos após ciclagem mecânica: estudo in vitro

Abstract

A evolução é um processo de mudanças contínuas ao longo do tempo. Na odontologia, novos materiais, instrumentos e técnicas são frequentemente introduzidos, simplificando os procedimentos. No entanto, no caso de componentes para próteses múltiplas sobre implantes dentários, o avanço ocorre de forma mais lenta. Este estudo avaliou o comportamento mecânico de um novo pilar intermediário para próteses múltiplas implantossuportadas, o pilar esférico, em comparação com o pilar mini cônico (PMC), também conhecido como mini pilar. O objetivo foi analisar o torque de remoção e as alterações após a simulação de fadiga dos componentes, utilizando a ciclagem mecânica. Foram utilizados 20 corpos de prova, cada um com dois implantes instalados, totalizando 20 pilares mini cônicos e 20 pilares esféricos. Inicialmente, o torque do parafuso de retenção foi aplicado conforme o valor recomendado pelo fabricante (10 N). Em seguida, todas as amostras passaram pela ciclagem mecânica de 1.000.000 de ciclos, simulando aproximadamente um ano em função. No grupo de pilares esféricos, as amostras foram mensuradas novamente com um torquímetro digital e submetidas ao reaperto dos parafusos de retenção de 20 N e 30 N, seguidos por dois novos ciclos de envelhecimento. O objetivo foi avaliar o comportamento mecânico após repetidas inserções e remoções. Além disso, foram analisadas possíveis desadaptações nos pilares por meio da estereomicroscopia e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados mostraram que não houve diferença estatística entre os grupos de pilares esféricos e mini cônicos no teste de U de Mann-Whitney (P=0,297) quando aplicado 10 N em ambos. Contudo, no envelhecimento adicional dos pilares esféricos com torque superior, o teste ANOVA para medições repetidas (P<0,001) revelou diferença estatística. O torque residual foi maior quando o torque inicial de inserção foi de 30 N, superando os valores de 20 N e 10 N no grupo dos pilares esféricos, bem como nos 10 N do grupo PMC. O pilar esférico demonstrou maior resistência ao afrouxamento em comparação ao mini cônico, quando aplicado um valor maior de torque de inserção. Essa característica pode ser atribuída ao seu design e ao seu parafuso mais robusto, que promove melhor distribuição das tensões e pode reduzir os micromovimentos, resultando em maior estabilidade mecânica.

Evolution is a process of continuous changes over time. In dentistry, new materials, instruments and techniques are frequently introduced, simplifying procedures. However, in the case of components for multiple prostheses on dental implants, the advancement occurs more slowly. This study evaluated the mechanical behavior of a new intermediate abutment for multiple implant-supported prostheses, the spherical abutment, in comparison with the mini-conical abutment (PMC), also known as mini abutment. The objective was to analyze the removal torque and the changes after the fatigue simulation of the components, using mechanical cycling. Twenty specimens were used, each with two implants installed, totaling 20 mini-conical abutments and 20 spherical abutments. Initially, the torque of the retention screw was applied according to the value recommended by the manufacturer (10 N). Then, all samples underwent mechanical aging of 1,000,000 cycles, simulating approximately one year in function. In the group with spherical abutments, the samples were measured again with a digital torque meter and subjected to retightening of the retention screws to 20 N and 30 N, followed by two new aging cycles. The objective was to evaluate the mechanical behavior after repeated insertions and removals. In addition, possible maladjustments in the abutments were analyzed by means of stereomicroscopy and scanning electron microscopy (SEM). The results showed that there was no statistical difference between the spherical and mini-conical abutment groups in the Mann-Whitney U test (P=0.297) when 10 N was applied to both. However, in the additional aging of the spherical abutments with higher torque, the ANOVA test for repeated measurements (P<0.001) revealed a statistical difference. The residual torque was higher when the initial insertion torque was 30 N, exceeding the values ​​of 20 N and 10 N in the spherical abutment group, as well as 10 N in the PMC group. The spherical abutment demonstrated greater resistance to loosening compared to the mini-conical abutment, when a higher insertion torque value was applied. This characteristic can be attributed to its design and its more robust screw, which promotes better stress distribution and can reduce micro movements, resulting in greater mechanical stability.