No ar e na rede: o uso da internet nas práticas radiofônicas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Abstract

Partindo da premissa de que existe uma intensa atividade radiofônica nas áreas organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o presente estudo analisa e discute a utilização da internet e das mídias sociais nessas atividades, o papel que desempenham na projeção e divulgação das lutas, bem como de que forma contribuem para a territorialização do MST. Lateralmente, outras questões relacionadas também são abordadas a fim de somar esforços neste caminhar, tais como a disputa do espectro radiofônico, a consolidação das rádios nos territórios de Reforma Agrária e a legislação que rege os serviços de radiodifusão comunitária vigente no Brasil. Elementos históricos sobre o rádio no Brasil e a construção do Sistema Sem Terra de Comunicação complementam o arcabouço. Comunicação, hegemonia, espaço e território são conceitos que dão embasamento à pesquisa. Com base no método da pesquisa participante, segue um modelo de investigação social no qual a formação teórica e a prática cotidiana dialogam entre si. Por fim, ao analisar a trajetória de uma década da Camponesa FM, localizada em Crateús (CE), o estudo mostra que a complementariedade das tecnologias é um grande potencial para as emissoras sem terra e contribui também para a expansão da referência política do MST.

Based on the premise that there is intense radio activity in many areas organized by the Landless Rural Workers Movement (MST), this study analyzes and discusses the use of the internet and social media in those activities, the role they play in the projection and dissemination of struggles, as well as how they contribute to the territorialization of the MST. Tangentially, other related issues are also addressed in order to join efforts along this path, such as the dispute over the radio spectrum, the consolidation of radio stations in the Agrarian Reform territories and the legislation governing community broadcasting services in force in Brazil. Historical elements about radio in Brazil and the construction of the "Landless Communication System" complement the framework. Communication, hegemony, space and territory are concepts that support the research. Based on the method of participant research, it follows a model of social investigation in which there is a permanent dialogue between theoretical training and daily practice. Finally, by analyzing the decade-long trajectory of Camponesa FM, located in Crateús (Ceará), the study demonstrates that the complementarity of technologies represents significant potential for the Landless Workers' Movement's radio stations and also contributes to the expansion of the MST's political influence.

Partiendo de la premisa de que existe una intensa actividad radial en las áreas organizadas por el Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), este estudio analiza y discute el uso de internet y los medios de comunicación sociales en estas actividades, el rol que juegan en la proyección y difusión de luchas, así como cómo contribuyen a la territorialización del MST. Lateralmente, también se abordan otros temas relacionados con el fin de aunar esfuerzos en este camino, como la disputa por el espectro radioeléctrico, la consolidación de estaciones de radio en los territorios de la Reforma Agraria y la legislación que rige los servicios de radiodifusión comunitaria vigente en Brasil. Elementos históricos sobre la radio en Brasil y la construcción del Sistema de Comunicación Sem Terra complementan el marco de este estudio. Comunicación, hegemonía, espacio y territorio son conceptos que sustentan la investigación. Basado en el método de investigación participante, sigue un modelo de investigación social en el que la formación teórica y la práctica diaria dialogan entre sí. Por último, al analizar la trayectoria de una década de Camponesa FM, ubicada en Crateús (CE), el estudio muestra que la complementariedad de las tecnologías es un gran potencial para las emisoras sin tierra y también contribuye a la expansión de la referencia política del MST.