Efeito da desnutrição proteica sobre a população de astrócitos no córtex pré-frontal de ratos

Abstract

Perinatal protein malnutrition (PPM) is considered a serious public health concern, affecting children on the most vulnerable stages of brain development. Recent studies indicate that protein malnutrition -both in the intrauterine period as in the early phases of infancy- is associated with disorders in learning and memory processes and behavior, as well as other cognitive functions. In addition, experimental and clinical studies indicate a relationship between PPM and the late onset of psychiatric disorders such as autism and schizophrenia. This study aimed to establish if some of the structural changes found in the prefrontal cortex (PFC) of patients with these medical conditions could be reproduced in experimental models of protein malnutrition. Thus, in the present study, using a model of rat PPM, immunohistochemical techniques, and unbiased stereological analysis we quantified the astrocytic population immunoreactive for s100B, considered an efficient astrocyte marker in the cerebral cortex. Our results indicate that our PPM model led to a significant decrease in body and brain weight in malnourished rats. In addition, we observed a significant decrease in the number of astrocytes S100B+ in malnourished animals at P21, with statistical normalization at P60

A desnutrição proteica perinatal (DPPN) representa um grave flagelo para boa parte da humanidade, afetando crianças nas fases mais vulneráveis do desenvolvimento cerebral. Estudos recentes têm apontado para o fato que a desnutrição proteica tanto no período intrauterino como nas primeiras fases da infância está associada a alterações comportamentais, dos processos de aprendizado e memória e de outras funções cognitivas. Paralelamente, estudos experimentais e clínicos indicam uma relação entre quadros de DPPN e o aparecimento tardio de doenças psiquiátricas como o autismo e a esquizofrenia. Este estudo visou estabelecer se as alterações estruturais encontradas no córtex pré-frontal de pacientes com essas condições clínicas podem ser reproduzidas em modelos experimentais de desnutrição proteica. Para isto, em modelo de DPPN em ratos, analisamos mediante quantificação estereológica populações gliais da região do córtex pré-frontal, afetadas nessas situações. Esta analise permitiu quantificar a população astrocitária evidenciada pela técnica imuno-histoquímica para a proteína ligante de cálcio S100B, considerada um eficiente marcador de astrócitos no córtex cerebral. Nossos resultados indicam que o modelo de desnutrição proteica utilizado levou a uma diminuição muito significativa no peso corporal e encefálico nos ratos desnutridos. Paralelamente foi observada uma diminuição significativa no número de astrócitos S100B+ nos animais desnutridos na idade P21, com normalização estatística em P60