Construção e validação de protocolo gráfico para desobstrução de vias aéreas em escolas de educação infantil

Abstract

Introdução: A asfixia por corpo estranho é uma das principais causas de morbimortalidade em crianças menores de três anos de idade, sendo muito comum até os 14 anos. No Brasil, existe a lei 13722/18, conhecida como Lei Lucas, que foi sancionada em 2018, após uma criança de 10 anos ir a óbito em passeio escolar por asfixia. A lei obriga que os profissionais das escolas e espaços de recreação recebam treinamento de primeiros socorros. Neste contexto, destaca-se o papel fundamental que profissionais de saúde desempenham na capacitação desses para atuarem na prevenção de obstrução de via aérea por corpo estranho e em manobras para desobstrução e ressuscitação cardiopulmonar (RCP) até chegada de um socorro especializado. Objetivo: Construir e validar conteúdo e face de protocolo gráfico para desobstrução de vias aéreas em escolas de educação infantil. Métodos: Trata-se de um estudo metodológico percorrido por três etapas: revisão integrativa de literatura, construção do protocolo e validação do protocolo realizado. Na primeira etapa foi realizada revisão de literatura dos últimos dez anos sobre o tema, no primeiro semestre de 2024, na segunda etapa, construiu-se um o protocolo gráfico a partir da revisão de literatura realizada na etapa anterior e na terceira, realizou-se a validação do conteúdo e de face do protocolo pelos juízes e a avaliação semântica pelo público alvo. Resultados: Foram incluídos quatro estudos e o protocolo de Suporte Básico de Vida do SAMU 192, elaborado pelo Ministério da Saúde do Brasil. O protocolo foi submetido à avaliação de 10 juízes e obteve IVC satisfatório (IVC ≥ 0,80) em todos os itens para todos os critérios avaliados: apresentação gráfica, facilidade de leitura, sequência do algoritmo, clareza, relevância, pertinência e abrangência. As principais sugestões de alteração foram: adicionar título, usar negrito e aumentar o tamanho das fontes, incluir "sim/não" nos losangos, citar autoria das imagens e alterar numeração das mesmas, explicar ou substituir termos, detalhar manobras de RCP e manter a linearidade no fluxograma. Na avaliação semântica, realizada por meio de aplicação do protocolo à 41 funcionários, não houve sugestão pertinente de alteração dos itens e o percentual de adequação foi 100% e de compreensão 95,1%. Conclusão: O protocolo alcançou a validade de conteúdo e de face com padrão satisfatório para utilização em escolas de educação infantil.