Ação imunomoduladora do santin isolado da própolis produzida na caatinga nordestina em monócitos humanos

Abstract

A própolis tem despertado o interesse dos pesquisadores devido ao seu potencial para o desenvolvimento de novos fármacos. Este produto apícola apresenta composição química variável de acordo com as fontes vegetais utilizadas pelas abelhas. Os compostos descritos nas amostras de própolis apresentaram efeitos terapêuticos em modelos in vitro e in vivo. Neste trabalho, investigamos o composto isolado santin de uma recém-descoberta amostra de própolis produzida a partir de Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., popularmente conhecida como “jurema-preta”, na caatinga nordestina. Foram avaliadas a viabilidade de monócitos 26humanos após incubação com o santin e a produção de citocinas pró- e anti-inflamatórias ou relacionadas ao inflamassoma (TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10, IL-18, IL-33) em condições basais ou após estímulo por LPS, a fim de simular um estado inflamatório. Foram avaliados também metabólitos do ácido araquidônico (PGE2 e LTB4), a ação bactericida dos monócitos, a produção de espécies reativas do oxigênio (EROs) e a expressão de marcadores de superfície (TLR2, TLR4, CD62L, CD80 e HLA-DR) por citometria de fluxo. Os dados indicam que o santin possui um perfil ativador, influenciando a atividade de populações de monócitos purificados a partir de células mononucleares do sangue periférico de indivíduos saudáveis e estimulando a atividade bactericida, a qual foi devida provavelmente ao aumento na produção de EROs.