Análise do uso de mercenários no Iraque — 2003 – 2009

Abstract

Este trabalho tem como principal tema a questão do uso de mercenários no Iraque entre 2003 e 2009, tendo como principal técnica a análise documental e histórica sobre o assunto e como método de pesquisa a revisão bibliográfica qualitativa, sobre o uso de companhias militares privadas (PMCs) no Iraque entre 2003 e 2009, destacando suas origens históricas, os fatores que impulsionaram sua ascensão e seus impactos sobre as sociedades norte-americana e iraquiana. O objetivo é demonstrar que a consolidação das PMCs (security contractors) como um fenômeno contemporâneo, moldado pela globalização, neoliberalismo e mudanças nas dinâmicas de segurança nacional; trouxe vários problemas tais como a dependência desses contractors, violações dos direitos humanos, impunidade pela dificuldade de responsabilização dos contratados, além do comprometimento da supervisão e transparência, essenciais para a consolidação dos ideais democráticos. Conclui-se que, embora as PMCs representem um modelo inovador no mercado de segurança, seu uso em zonas de conflito armado apresenta limites claros. Funções críticas, como interrogatórios e uso da força, são inadequadas para delegação a atores privados, cuja motivação primária é o lucro. Este trabalho contribui para o debate ao enfatizar os riscos e desafios associados às PMCs, reforçando a necessidade de regulamentação mais rigorosa e práticas que priorizem a ética e os direitos humanos em cenários de guerra.

This work's main theme is the issue of the use of mercenaries in Iraq between 2003 and 2009, with documentary and historical analysis on the subject as its main technique and qualitative bibliographic review as its research method on the use of private military companies. (PMCs) in Iraq between 2003 and 2009, highlighting their historical origins, the factors that drove their rise, and their impacts on North American and Iraqi societies. The objective is to demonstrate that the consolidation of PMCs (security contractors) as a contemporary phenomenon, shaped by globalization, neoliberalism and changes in national security dynamics; brought several problems such as dependence on these contractors, human rights violations, impunity due to the difficulty in holding contractors accountable, in addition to the compromise of supervision and transparency, essential for the consolidation of democratic ideals. It is concluded that, although PMCs represent an innovative model in the security market, their use in armed conflict zones has clear limits. Critical functions such as interrogations and use of force are inappropriate for delegation to private actors whose primary motivation is profit. This work contributes to the debate by emphasizing the risks and challenges associated with PMCs, reinforcing the need for more rigorous regulation and practices that prioritize ethics and human rights in war scenarios.