Movimentos de um teatro interseccional: alguns expedientes interseccionais na cena paulistana e propostas práticas para artistas e não artistas

Abstract

Este trabalho analisa as teorias da interseccionalidade pelo viés feminista, averiguando sua influência na construção de poéticas teatrais, em sua maior parte, no contexto da cidade de São Paulo. Com esse intento, a pesquisa perpassa o pensamento de autoras brasileiras (Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Jaqueline Gomes de Jesus e Geni Núñez) e do norte das Américas (Kimberlé Crenshaw, bell hooks, Patricia Hill Collins, Audre Lorde, Gloria Anzaldúa e Angela Davis), a partir de um ponto de vista contracolonial (Antônio Bispo dos Santos). São esses os motores teóricos que perspectivam confluências e impasses dessas concepções em coletivos teatrais (Cia Humbalada, Grupo Clariô de Teatro e Capulanas Cia de Arte Negra) e em três espetáculos de grande repercussão crítica: Entrevista com Stela do Patrocínio (2005); Luís Antonio-Gabriela (2011); Branco, o cheiro do lírio e do formol (2017). Para identificar ligações com a cena contemporânea, são revisitados também alguns antecedentes do teatro negro, do teatro feminista e do teatro de viés marxista. A realização de uma experimentação prática, com a implementação do Laboratório de Criação Cênica Interseccional no Instituto de Artes da Unesp e a montagem da cena Xica nos contou um sonho (2022), ao lado de quatro propostas de oficinas curtas voltadas para artistas e não artistas, coligem o levantamento teórico e o exame das poéticas teatrais citadas, sugerindo pistas de trabalho aos e às interessados/as/us em principiar no teatro de cunho interseccional.

Este trabajo analiza las teorías de la interseccionalidad desde una perspectiva feminista, averiguando su influencia en la construcción de poéticas teatrales, en mayor parte en el contexto de la ciudad de São Paulo. Según esta intención, la investigación navega por el pensamiento de autoras brasileñas (Beatriz Nascimento, Lélia González, Sueli Carneiro, Jaqueline Gomes de Jesus y Geni Núñez) y el norte de América (Kimberlé Crenshaw, Bell Hooks, Patricia Hill Collins, Audre Lorde, Gloria Anzaldúa y Angela Davis), desde un punto de vista contracolonial (Antônio Bispo dos Santos). Estos son los motores teóricos que revelan confluencias e impasses de estas concepciones en colectivos teatrales (Cia Humbalada, Grupo Clariô de Teatro y Capulanas Cia de Arte Negra) y en tres obras teatrales de gran repercusión crítica: Entrevista com Stela do Patrocínio (2005); Luis Antonio-Gabriela (2011); Branco, o cheiro do lírio e do formol (2017). Para identificar conexiones con la escena contemporánea, también se vuelve a traer al debate algunos antecedentes del teatro negro, del teatro feminista y del teatro con perspectiva clasista. La realización de una experimentación práctica, con la implementación del Laboratorio de Creación Escénica Interseccional en el Instituto de Artes de la Unesp y el montaje de la escena Xica nos contó un sueño, junto a cuatro propuestas de talleres cortos dirigidos a artistas y no artistas, reúnen el recorrido teórico y el examen de las poéticas teatrales mencionadas, sugiriendo caminos de trabajo para quienes estén interesados/as/us en empezar en el de carácter interseccional.