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Avaliação da exposição a fungicidas e da suplementação alimentar em abelhas sem ferrão da espécie Scaptotrigona postica

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Orientador

Nicodemo, Daniel

Coorientador

Pós-graduação

Ciência Animal - FCAV

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

A preservação dos ecossistemas e a produtividade agrícola dependem da polinização entomófila, a qual tem sido impactada por práticas agrícolas intensivas, inclusive o uso de agrotóxicos. Embora os fungicidas sejam considerados menos prejudiciais que os inseticidas, eles podem causar efeitos adversos à saúde das abelhas, especialmente em condições de escassez alimentar. Este estudo avaliou os efeitos metabólicos da exposição de abelhas sem ferrão Scaptotrigona postica aos princípios ativos bixafem, protioconazol e trifloxistrobina, componentes de um fungicida comercial, em doses de 0,7 e 2,7 µg por abelha, isolados ou em combinação. Ensaios controlados de exposição a fungicidas foram conduzidos em câmara laboratorial equipada com sistema de pulverização automatizado sobre esteiras móveis, projetado para replicar com precisão as condições de aplicação em campo, revelaram maior exposição em abelhas posicionadas no topo das plantas e expostas a gotículas finas. Em uma segunda etapa, comparou-se o efeito desses compostos em abelhas de colônias com e sem suplementação alimentar fermentada. A suplementação alimentar foi investigada como estratégia de mitigação aos efeitos dos fungicidas, utilizando dietas proteicas que foram misturadas e fermentadas por sete dias, que continham levedo de cerveja, proteína isolada de soja, açúcar, leite de soja e pão das abelhas. Após 13 semanas de suplementação, foi observado maior peso corporal em abelhas de colônias suplementadas em relação ao controle, indicando benefícios nutricionais, mesmo sem aumento significativo no estoque de alimentos das colônias. No entanto, os efeitos prejudiciais dos fungicidas foram observados em abelhas de ambos os grupos. Houve comprometimento da respiração mitocondrial, evidenciado pela redução do consumo de oxigênio nos complexos I e II da cadeia transportadora de elétrons e diminuição nos níveis de ATP. Entre os fungicidas avaliados, a trifloxistrobina e a combinação dos três princípios ativos apresentaram os efeitos mais tóxicos, causando impactos metabólicos. Em relação a avaliação do estresse oxidativo, a suplementação alimentar demonstrou efeito protetor ao atenuar parcialmente os impactos dos fungicidas. Observou-se maior estabilidade nos níveis de glutationa reduzida – principal antioxidante celular – e redução nos teores de malondialdeído, marcador de peroxidação lipídica. Adicionalmente, verificou-se menor ativação das enzimas antioxidantes glutationa peroxidase e catalase, indicando que a suplementação contribuiu para a manutenção do equilíbrio redox e redução do estresse oxidativo induzido pelos fungicidas. Embora a suplementação alimentar implicou em maior ação antioxidante, não conferiu proteção completa contra o estresse oxidativo induzido pelos fungicidas. Esses achados ressaltam a necessidade de práticas agrícolas que mitiguem a exposição das abelhas aos fungicidas. Além disso, novas dietas podem ser formuladas para reduzirem ainda mais os efeitos desses agrotóxicos sobre a saúde das abelhas.

Resumo (inglês)

The preservation of ecosystems and agricultural productivity depends on entomophilous pollination, which has been impacted by intensive agricultural practices, including the use of pesticides. Although fungicides are considered less harmful than insecticides, they can cause adverse effects on bee health, especially in conditions of food scarcity. This study evaluated the metabolic effects of exposing stingless bees Scaptotrigona postica to the active ingredients bixafem, prothioconazole and trifloxystrobin, components of a commercial fungicide, at doses of 0.7 and 2.7 µg per bee, alone or in combination. Controlled fungicide exposure tests were conducted in a laboratory chamber equipped with an automatic spraying system on moving tracks, designed to accurately replicate field application conditions, and revealed greater exposure in bees positioned at the top of plants and exposed to fine droplets. In a second stage, the effect of these compounds on bees from colonies with and without fermented food supplementation was compared. Food supplementation was investigated as a strategy to mitigate the effects of fungicides, using protein diets that were mixed and fermented for seven days, containing brewer's yeast, soy protein isolate, sugar, soy milk and bee bread. After 14 weeks of supplementation, greater body weight was observed in bees from supplemented colonies compared to the control, indicating nutritional benefits, even without a significant increase in the colonies' food stock. However, the harmful effects of the fungicides were observed in bees from both groups. Mitochondrial respiration was compromised, as evidenced by a reduction in oxygen consumption in complexes I and II of the electron transport chain and a decrease in ATP levels. Among the fungicides evaluated, trifloxystrobin and the combination of the three active ingredients had the most toxic effects, causing metabolic impacts. In relation to the assessment of oxidative stress, food supplementation showed a protective effect by partially attenuating the impacts of the fungicides. There was greater stability in the levels of reduced glutathione - the main cellular antioxidant - and a reduction in the levels of malondialdehyde, a marker of lipid peroxidation. In addition, there was less activation of the antioxidant enzymes glutathione peroxidase and catalase, indicating that supplementation contributed to maintaining the redox balance and reducing the oxidative stress induced by the fungicides. Although dietary supplementation implied greater antioxidant action, it did not grant complete protection against fungicide-induced oxidative stress. These findings highlight the need for agricultural practices that mitigate the exposure of bees to fungicides. In addition, new diets can be formulated to further reduce the effects of these pesticides on bee health.

Descrição

Palavras-chave

Meliponidae, Agrotóxicos, Nutrição animal, Heminópteros, Stingless bees, Melipona, Pulverização

Idioma

Português

Citação

GOMES, C.R.A. - Avaliação da exposição a fungicidas e da suplementação alimentar em abelhas sem ferrão da espécie Scaptotrigona postica. 2025, 131f - Tese (Doutorado em Ciência Animal) – Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Jaboticabal, 2025.

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Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
FCAV
Campus: Jaboticabal


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