Trilhando caminhos, tecendo saberes: uma pesquisa (auto)biográfica em educação, ciência e EJA

Abstract

A dissertação aqui apresentada pauta-se pela preocupação em relacionar conhecimento e saberes (vocábulos e práticas) entre pessoas pouco escolarizadas. Conhecimento: palavra da língua portuguesa de origem latina cuja definição é tida como ato ou efeito de conhecer. Todos nós conhecemos algo, sabemos alguma coisa, saberes estes que podem ou não serem reconhecidos como tal, mas ainda assim são tidos como saberes enquanto práticas na vida cotidiana. A problemática nesse contexto ocorre com a não validação do saber muitas vezes pelo fato deste não ser sistematizado como tal, o que leva seu detentor frequentemente ao descrédito daquilo que tem, ou teve como referência (muitas vezes) por uma vida toda. Indo ao encontro a tais afirmativas é objetivo desta dissertação trazer à visibilidade algumas marcas (ou evidências materiais) do que pode ser entendido como saberes do cotidiano, saberes que orientam a vida cotidiana, e suas aproximações com o conhecimento científico. Para tanto, foram realizados 8 encontros, sendo 1 para primeiros contatos, apresentação da proposta e convite para participação, 6 encontros-oficinas e 1 encontro de encerramento. Esses foram realizados com um grupo composto por pessoas pouco escolarizadas, frequentantes da EJA numa escola pública do interior paulista (Limeira-SP), os quais foram pautados por temáticas cotidianas propostas a cada encontro, de modo a fomentar discussões, utilizando como elemento disparador a pedagogia da pergunta (Freire, 2013), e a perspectiva de pesquisa (auto)biográfica (Nóvoa; Finger, 2014). Destaca-se que os encontros foram registrados por gravação em áudio, e transcritos para análise. Quanto aos resultados encontrados, foram encontrados indícios de saberes que se situam nas fronteiras entre saberes da vida cotidiana e saberes científicos.

The dissertation presented here is guided by the concern of relating knowledge and wisdom (words and practices) among people with little education. Knowledge is a word from the Portuguese language of Latin origin whose definition is considered the act or effect of knowing. We all know something, we know something, knowledge that may or may not be recognized as such, but is still considered as knowledge as practices in everyday life. The problem in this context occurs with the lack of validation of knowledge often because it is not systematized as such, which usually leads its holder to discredit what he has, or has had as a reference (often) for his entire life. In response to such statements, the objective of this dissertation is to bring to light some marks (or material evidence) of what can be understood as everyday knowledge, a knowledge that guides everyday life, and its approximations to scientific knowledge. To this end, 8 meetings were held, 1 for initial contacts, one presentation of the proposal and invitation to participate, 6 workshop meetings and 1 closing meeting. These were held with a group composed of people with little education, attending EJA in a public school in the interior of São Paulo (Limeira-SP), which were guided by everyday themes proposed at each meeting, to encourage discussions, using as a triggering element the pedagogy of questioning (Freire, 2013), and the perspective of (auto)biographical research (Nóvoa; Finger, 2014). It is noteworthy that the meetings were recorded in audio and transcribed for analysis. As for the results found, evidence was found of knowledge that lies on the border between knowledge of everyday life and scientific knowledge.