Rio Claro - IB - Instituto de Biociências

URI Permanente para esta coleçãohttps://hdl.handle.net/11449/253968

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Avaliação da capacidade funcional aeróbica de pacientes na fase pós-covid-19 longa pelo teste de esforço físico aeróbico, respostas hemodinâmicas agudas e associações
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-07-31) Stoppa, Eid Mara ; Quitério, Robison José ; Almeida, Mariana Cristina da Silva ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Introdução: A Síndrome Pós-Covid Prolongada (SPCP) apresenta sintomas persistentes, incluindo fadiga e falta de ar, afetando tanto pacientes hospitalizados quanto não hospitalizados, destacando-se a limitação funcional do sistema cardiorrespiratório e musculoesquelético. A alta prevalência de sequelas da COVID-19, incluindo injúrias cardiopulmonares, ressalta a necessidade de avaliações funcionais, como a medição do consumo de oxigênio, para compreender as consequências da doença e oferecer subsídios para elaborar o tratamento. A justificativa deste trabalho é centrada na avaliação funcional por meio do Teste de Esforço Físico Aeróbico (TEFA).Objetivo: Avaliar e classificar a capacidade funcional aeróbica em pacientes pós-infecção por COVID-19 e analisar as respostas agudas associações hemodinâmicas. Metodologia: Foram avaliados 11 indivíduos entre 50 e 60 anos, de ambos os sexos, dois anos após o acometimento pelo vírus COVID-19, por meio do TEFA. O consumo de oxigênio foi classificado de acordo com o sexo e a idade, após análise das variáveis hemodinâmicas e nível de atividade física por meio do Teste de Baecke. Os dados foram analisados estatisticamente, com média e desvio padrão calculados. A associação entre capacidade aeróbica e alterações de saúde foi verificada por meio do teste de correlação de Pearson, com um nível de significância de 5%. Resultados: Os indivíduos acometidos pela COVID-19 foram categorizados segundo o nível de atividade aeróbica, sendo 73% classificados com capacidade razoável a ruim e 27% com capacidade funcional boa. Nível de atividade física, variáveis hemodinâmicas e consumo de oxigênio. Foram identificadas correlações positivamente significativas com a frequência cardíaca máxima obtida (bpm), pressão arterial sistólica máxima (mmHg), variação da pressão arterial diastólica (mmHg), duplo produto máximo (bpm.mmHg), variação do duplo produto (bpm.mmHg), déficit do duplo produto (%) e consumo máximo de oxigênio previsto (mL.kg.min-1). Conclusão: A avaliação da capacidade funcional aeróbica em pacientes pós-infecção por COVID-19 longa revelou uma prevalência significativa de capacidade funcional razoável a ruim.
O acesso à escrita em período de ensino remoto: as relações entre escola e família
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-09-23) Grella, Denise Fernanda Botacin ; Micotti, Maria Cecília de Oliveira ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
O afastamento do convívio escolar, durante a pandemia da Covid-19, levou a um processo de estudos domiciliares, colocando em evidência as relações entre instituição escolar e os familiares dos alunos. Foram diversos os desafios enfrentados pelas famílias e pelas crianças afastadas dos colegas, da equipe escolar, dos professores; afastadas também dos espaços onde podiam se expressar, brincar, aprender e vivenciar novas experiências. O ensino remoto tornou-se a única opção para que os direitos de aprender conteúdos escolares não fossem suprimidos. A partir dessa realidade, o presente trabalho busca descrever a participação da família no processo de ensino e aprendizagem da criança, oferecendo amparo e estrutura necessária (conhecimento, tempo, recursos materiais) em conjunto com a escola. Objetiva-se com esta pesquisa, de cunho qualitativa/quantitativa, identificar e analisar a atuação dos familiares durante o afastamento escolar, bem como a metodologia de trabalho adotada por professores e gestores escolares. A pesquisa focaliza o ensino realizado durante a pandemia em 2021, para turmas do 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal de Rio Claro/SP. Contou com a participação de 12 familiares de alunos, 2 professoras (responsáveis por essas turmas) e 3 integrantes da equipe gestora dessa escola. A escolha dos 2os anos deve-se ao fato de ser o último ano do ciclo de alfabetização, segundo a BNCC. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2023, em entrevista semiestruturada, com o apoio do aplicativo Gravador de Voz e da plataforma Google Meet. As entrevistas, ocorreram presencialmente ou em formato on-line, conforme a disponibilidade de horário dos participantes. Foram analisadas a realização das atividades remotas de Língua Portuguesa, pelos 78 alunos, classificadas conforme a entrega e contrastados com os resultados das avaliações feitas pelos professores dos 3os anos durante o retorno ao ensino presencial. Os resultados revelam que perante a pandemia, a instituição escolar buscou estratégias para cumprir o seu papel e garantir que o acesso à educação fosse garantido. Dessa forma, os professores vivenciaram novas formas de ensinar e os alunos novas formas de aprender, como o uso de aplicativos de mensagens, jogos, vídeos, áudios. Os familiares se aproximaram mais da escola em busca de apoiar os alunos para a realização das atividades propostas, as quais eram elaboradas com base nos documentos oficiais e a partir da realidade das crianças e do que estavam vivendo em relação às famílias. Observa-se ainda o reconhecimento da importância dada à escola, seu ambiente rico em aprendizagem e do papel do profissional docente.
O uso de caracteres foliares na identificação das espécies do Grupo Ocotea pulchella (Lauraceae)
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-09-10) Queiros, Flora Aparecida Gomes de ; Moraes, Pedro Luis Rodrigues de ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Em Ocotea (Lauraceae), o Grupo Ocotea pulchella é constituído atualmente pelas espécies Ocotea adamantina P.L.R. Moraes & van der Werff, O. montana (Meisn.) Mez, O. pomaderroides (Meisn.) Mez, O. pulchella (Nees & Mart.) Mez, O. semicompleta (Nees & Mart.) Mez e pelo Complexo Ocotea tristis: O. cordata (Meisn.) Mez, O. nummularia (Meisn.) Mez, O. phillyreoides (Nees) Mez, e O. tristis (Nees & Mart.) Mez. As espécies são endêmicas do Brasil, exceto O. pulchella com distribuição também na Argentina, Paraguai e Uruguai. Ocotea pulchella e O. tristis são similares, frequentemente confundidas entre si e carecem de dados anatômicos foliares que possam diferenciá-las. O estudo teve como objetivo identificar as espécies do Grupo Ocotea pulchella por meio da caracterização foliar dos espécimes, a partir de amostragem abrangendo diferentes estágios sucessionais, hábitats e hábitos, avaliando o conjunto de caracteres foliares que melhor contribui para a diferenciação das espécies. As folhas foram caracterizadas por meio dos estudos da anatomia do limbo foliar e pecíolo, epiderme foliar em vista frontal, e venação foliar. Os dados foram obtidos por meio das metodologias usuais em microscopia de luz e radiografia. Os resultados indicaram maior variabilidade intraespecífica nos caracteres analisados da anatomia do limbo foliar e pecíolo, e nos caracteres macroscópicos da venação foliar. A variabilidade foi observada independentemente do estágio sucessional, hábitat e hábito dos espécimes analisados. Com o estudo da epiderme foliar em vista frontal e os caracteres microscópicos da venação foliar, as espécies do Grupo Ocotea pulchella foram diferenciadas. O conjunto de dados analisados forneceu suporte ao reconhecimento das espécies O. cordata, O. nummularia e O. phillyreoides, e não corroborou a sinonimização das espécies em O. tristis. O estudo foi relevante para Ocotea e o Grupo Ocotea pulchella por evidenciar a importância de caracteres anatômicos foliares na identificação das espécies, principalmente, em casos dúbios. Duas chaves dicotômicas baseadas em caracteres da epiderme foliar em vista frontal e da venação foliar foram construídas para a identificação das espécies do Grupo Ocotea pulchella.
Influência do perfil de força-velocidade na responsividade à melhoria de desempenho pós-ativação e potencialização pós-ativação
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-08-26) Mantovani, Guilherme Beneduzzi ; Lima, Leonardo Coelho Rabello de ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A potencialização pós-ativação (PPA) e a potencialização de desempenho pós-ativação (MDPA) são dois fenômenos que podem incrementar agudamente o desempenho em atividades que exigem força e potência. Ambas ocorrem em janelas distintas e existem evidências que sugerem que homens, treinados, potentes e que apresentam maior expressão de fibras do tipo II têm maior probabilidade de se beneficiar desses fenômenos. Entretanto, não existem evidências suficientes para estabelecer uma forma de avaliação capaz de predizer precisamente a magnitude desses fenômenos e quando eles irão ocorrer. O perfil de força-velocidade (PFV) pode ser uma alternativa, visto que permite avaliar os componentes intrínsecos da potência muscular. O objetivo do presente estudo foi investigar a compatibilidade entre o PFV e responsividade à MDPA e PPA. Quarenta e dois homens com idades entre 18 a 30 anos foram divididos em três grupos de acordo com seus PFV: deficiente em velocidade (GDV, n=5), deficiente em força (GDF, n=19) e equilibrado (GE, n=18). Foram calculadas a altura de salto com contra movimento, força vertical de reação do solo, velocidade e potência de saída dos participantes em duas condições: controle MDPA (realização de aquecimento genérico) e experimental MDPA (a cada 2 minutos após a realização de três agachamentos com carga de 87% de 1 RM). O pico de torque evocado em repouso foi avaliado em duas condições: controle PPA (aquecimento genérico) e experimental PPA (a cada 10s após a realização de três agachamentos com carga de 87% de 1 RM). As diferentes condições foram realizadas em dias separados, em ordem randomizada e contrabalanceada. Análises estatísticas apontaram interação tempo x condição em todas as variáveis como altura de salto (p<0,001, n2p= 0,128), força (p<0,001, n2p= 0,078), velocidade (p<0,001, n2p= 0,128) e potência (p<0,001, n2p= 0,116). Os outros fatores como interações de tempo x condição x grupo não apresentaram significância. Houve interação tempo x grupo x condição (p=0,016) significativa para o pico de torque em repouso sendo no GDF/EXP, entre o tempo pré e os tempos 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110 e 120s. No GE/EXP foram encontradas significância entre tempo pré e os tempos 50, 60s. Ao final do estudo foi concluído que o PFV não é um fator determinante para predizer a responsividade a MDPA e PPA. Corroboramos com o fato da MDPA promover aumentos no desempenho.
Ferramenta multifatorial para predição do risco de quedas em idosos e pessoas de meia idade: um estudo prospectivo
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-08-22) Cruz, Thainá Gabriele Camargo da ; Scheicher, Marcos Eduardo ; Martins, Anabela Correia ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Introdução: A ocorrência de quedas é recorrente na população idosa, sendo um importante problema desaúde pública. Pesquisas atuais têm incluído indivíduos a partirde 50 anos no rastreio do risco da ocorrência de quedas. Como o equilíbrio postural depende de muitos sistemas e as quedas são multifatoriais, é provável que um único teste não seja capaz de avaliar corretamente o equilíbrio e nem de prever a possibilidade de ocorrência das quedas. O presente estudo teve como objetivo desenvolver uma ferramenta de triagem para o risco de quedas futuras em idosos e adultos de meia idade residentes na comunidade e comparar o desempenho das ferramentas em três grupos distintos: indivíduos que caíram e os que não caíram, homens e mulheres, e diferentes faixas etárias. Métodos: participaram do estudo 62 pessoas com 50 anos e mais, moradoras da comunidade da cidade de Marília, SP. Os participantes foram classificados como “caidores” ou “não caidores” com base em quedas ocorridas em um seguimento de 12 meses a partir da data de avaliação. Os testes aplicados foram: 30 seconds sit to stand, teste do degrau, teste de equilíbrio em 4 estágios na plataforma de força. Também foram aplicados os questionários: Questionário Ambiental de Risco de quedas, Perfil de Atividade e Participação relacionado com a Mobilidade e Self Efficacy for Exercise. Foi realizada uma análise de regressão logística binária para determinar um modelo que permita a previsão de quedas a partir dos testes funcionais e outras variáveis. As comparações entre “caidores” e “não caidores” e entre gêneros foram feitas pelo teste de Mann-Whitney e o test t não pareado. Diferenças entre as faixas etárias foram avaliadas pela ANOVA de 1 via com poshoc de Bonferroni e pelo teste de Kruskal- Wallis com poshoc de Dunn. Em todas as análises, um valor de p ≤ 0,05 foi considerado como significante. Resultados: A escala ambiental foi um previsor da ocorrência de quedas futuras (OR = 1,355, IC = 1,045-1,757, p = 0,002), mas as outras variáveis incluídas não. Na plataforma de força as variáveis Vx-tandem-olhos abertos (OR = 0,845, IC = 0,734-0,972, p = 0,019) e Vy- unipodal-olhos abertos (OR = 0,812, IC= 0,667-0,988, p = 0,03) se mostraram previsores para a ocorrência de quedas futuras. Houve resultados significativos nos questionários de escala de risco ambiental (p=0,02) e de AVD e mobilidade (p=0,03) entre caidores e não caidores. Na comparação por gênero, o teste do degrau (p=0,04), escala de risco ambiental (p=0,001) e AVD e mobilidade (p=0,001) foram significativos. As comparações por faixas etárias mostraram diferenças significativas no teste do degrau (p=0,009), Sentar e Levantar (p=0,01) MoCa (p=0,03), e AVD e mobilidade (p=0,01). Conclusão: A pesquisa identificou a escala ambiental de risco de quedas como ferramenta preditora para quedas futuras em idosos e adultos de meia idade. Na plataforma de força, as variáveis Vx-tandem-olhos abertos e Vy-unipodal-olhos abertos também se mostraram preditores. Houve diferenças nos testes entre gêneros, faixas etárias e entre caídores e não caídores.
Influência do apoio das mãos nos resultados do Weight-Bearing Lunge Test (WBLT) dos membros inferiores e sua relação com a funcionalidade em indivíduos hemiparéticos crônicos
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06-28) Pires, Gabriela Barbosa ; Navega, Flávia Roberta Faganello ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
INTRODUÇÃO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado uma das principais causas de incapacidade adquirida. A tendência de andar mais devagar, compromete o desempenho funcional, interferindo negativamente na autonomia, na participação social e na qualidade de vida pós AVC. As deficiências do pé e tornozelo já foram relacionadas com menores VM e pior mobilidade funcional (MF), sendo a deformidade em equinovaro a mais prevalente pós AVC. As medidas de amplitude de movimento (ADM) de dorsiflexão do tornozelo produzem resultados distintos dependendo se são realizadas com ou sem descarga de peso. Diversos métodos são utilizados para medir a ADM de dorsiflexão incluindo goniometria, fotogrametria e testes funcionais, como o Weight-Bearing Lunge Test (WBLT). O WBLT é um teste clínico que avalia a ADM de dorsiflexão com descarga do peso corporal. Apesar do WBLT ser validado para pacientes com AVC, não foram encontrados estudos que analisassem a ADM dorsiflexão de ambas as pernas em indivíduos hemiparéticos e tampouco a influência do posicionamento do apoio das mãos durante a aplicação do teste. Também não foram encontrados estudos que analisaram a relação entre os resultados do WBLT com a MF e VM em pacientes hemiparéticos. OBJETIVO: O objetivo geral do estudo foi analisar a influência do apoio das mãos nos resultados do WBLT nos dois membros inferiores e a relação com a espasticidade, funcionalidade e número de quedas, em indivíduos hemiparéticos crônicos. MÉTODOS: O estudo foi realizado com indivíduos hemiparéticos de ambos os sexos e segmentado em três partes. Para todas as partes, foram utilizados os dados das seguintes avaliações: aspecto cognitivo (Montreal Cognitive Assessment - MoCA test), mobilidade de dorsiflexão (DF) tornozelo do lado parético (P) e não parético (NP) por meio do Weight Bearing Lunge Test (WBLT) com diferentes apoios do membro superior (Apoio Horizontal - AH, Apoio Vertical - AV e sem Apoio - SA), considerando-se as medidas da distância do hálux à parede (DHA) e inclinação da tíbia (IT) - ângulo formado entre o quinto metatarso, maléolo lateral e cabeça da fíbula. Para o Estudo I, os indivíduos também foram avaliados quanto à inclinação da tíbia na posição sentada (ITS), amplitude de movimento ativa dos tornozelos através da goniometria (GTM) e fotogrametria (FTM) (plantiflexão e dorsiflexão de ambos os tornozelos). Para o Estudo II, foram realizadas as avaliações do tônus muscular por meio das escalas de Ashworth Modificada (MAS) e de Tardieu (TD). No Estudo III, os indivíduos foram avaliados quanto ao equilíbrio e mobilidade pelos testes Timed Up and Go (TUG), Teste de Caminhada de 10 metros (TC10), Teste de Sentar-Levantar Cinco Vezes (TSL5X), Avaliação de Fugl- Meyer para MMII e Escala Functional Ambulation Classification (FAC). A coleta de dados ocorreu ao longo de um único dia. RESULTADOS: Os resultados do Estudo I mostram que as medidas de DF do tornozelo com e sem descarga de peso produzem resultados significativamente diferentes sugerindo que essas duas medidas não devem ser usadas indistintamente como medidas da amplitude de movimento da DF do tornozelo. No Estudo II, as escalas de espasticidade não apresentaram correlação com os tipos de apoio no WBLT, porém, uma maior espasticidade dos flexores plantares foi associada a uma menor amplitude de DF. O Estudo III, mostra que em relação às medidas de IT a IT_P_AH foi a variável que apresentou maior correlação com as variáveis de MF (TUG, o TSL5X e a FAC). Em relação a DHP a DHP_NP_AV apresentou correlação com o TUG e o TC10m. CONCLUSÃO: Os diferentes tipos de apoio das mãos não influenciaram de maneira significativa os resultados do WBLT, tanto no lado P quanto no lado NP. A espasticidade do lado P não apresentou relação com os resultados do WBLT, independentemente do tipo de apoio das mãos. Considerando a relação entre mobilidade funcional e os resultados do WBLT, no lado P, a medida de IT com WBLT_AH foi a que mais se relacionou com a mobilidade funcional. No lado NP, a DHP realizada com AV foi a medida que mais se relacionou. A IT_SA, tanto do lado P quanto do lado NP, se correlacionou com o número de quedas, sendo a correlação mais forte com o lado NP.
Repercussões estruturais do exercício agudo na junção miotendínea após atrofia muscular em ratos Wistar
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06-26) Grillo, Bruna Aléxia Cristofoletti ; Ciena, Adriano Polican ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A atrofia muscular é uma condição que provoca a fragilidade do tecido musculoesquelético e sua etiologia de distúrbios hereditários ou fisiopatológicos agrava sua incidência e desenvolvimento. Especificamente nos tecidos que compõem o aparelho locomotor, como o músculo estriado esquelético e a junção miotendínea (JMT), a atrofia causa diversas alterações que implicam no comprometimento estrutural e funcional desses tecidos. O treinamento, por sua vez, promove um ambiente regenerativo capaz reverter os efeitos deletérios da atrofia, no entanto, o desfecho crônico foi o primeiro passo para compreender a plasticidade musculoesquelética e miotendínea, o próximo passo é elucidar a cronologia das adaptações agudas nas estruturas e suas correlações. Dessa forma, o objetivo do estudo foi descrever as alterações morfológicas e no período agudo de remodelamento na junção miotendínea do músculo gastrocnêmio, após a atrofia muscular causada pela imobilização articular e intervenção com o treinamento em escada vertical em ratos Wistar. Foram utilizados 65 ratos Wistar divididos em: Controle (C), não submetidos a protocolo; Treinado (T), submetidos ao treinamento resistido; Imobilizado (I), submetidos a atrofia muscular; Imobilizado Treinado (IT), submetidos a atrofia muscular e treinamento resistido. Para compreender as adaptações agudas, as amostras musculares foram coletadas em 4 Períodos: 0 horas (0h), fim da atrofia seguido pela 1ª sessão de treinamento; 24 horas (24h), 24h após o fim da atrofia e 1ª sessão de treinamento; 4 dias (4d), 4 dias após a atrofia e realização de 3 sessões de treinamento em dias alternados; e 7 dias (7d) após a atrofia e realização de 4 sessões de treinamento. A análise do ventre muscular foi realizada através da Microscopia de Luz (Hematoxilina e Eosina e Picro-Sírus Red), para a morfometria da dimensão fractal (DF) dos núcleos e quantificação tecido conjuntivo, e mediante a ATPase Miofibrilar foi mensurada a área de secção transversa (AST) das fibras tipo I e II. A JMT foi analisada por meio da Microscopia de Luz (Hematoxilina e Eosina) para evidenciação da disposição dos núcleos, além da Imunofluorescência para evidenciação dos telócitos (CD34) e células satélites (Pax7). No ventre muscular, a imobilização resultou em redução da DF (I0h), aumento na área de tecido conjuntivo (I0h) e reduções na AST da fibra muscular (I0h, I24h). Enquanto o treinamento após atrofia, promoveu aumento na DF (TI0h), variações na quantificação do tecido conjuntivo (TI0h, TI4d, TI7d) e aumento na AST das fibras (TI0h, TI4d, TI7d). Na JMT, observamos que o treinamento repercutiu no acúmulo de núcleos, no entanto, a imobilização isolada ou associada ao treinamento, resultou em alterações menos expressivas nos núcleos; enquanto os telócitos foram encontrados em todos os grupos experimentais, com alinhamento ao longo da interface após 24 horas de treinamento e livre movimentação, além da íntima relação de proximidade com as células satélites. Concluímos que as estruturas do músculo estriado esquelético (núcleos, tecido conjuntivo e fibras musculares) demonstram a especifidade adaptativa em promover o suporte funcional e estrutural que precede a regeneração muscular. Com destaque, reforçamos a especificidade transcricional dos núcleos na JMT, e a contribuição dos telócitos no início dos processos regenerativos, devido à identificação de telócitos e sua proximidade às células satélites no período agudo de remodelação na JMT.
Educação Física escolar no ensino médio noturno: análise pela gestão sobre a matriz curricular e sua implementação
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06-26) Silva, Daniela Cristina Martins ; Del-Masso, Maria Candida Soares ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Este estudo surgiu da necessidade de entender os motivos pelos quais a disciplina de Educação Física não faz parte da grade horária dos estudantes do Ensino Médio Noturno das escolas públicas do estado de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa que tem por objetivo analisar, a partir do ponto de vista dos profissionais responsáveis pela gestão escolar, o oferecimento da disciplina de Educação Física aos estudantes matriculados no ensino médio noturno. Visa também analisar a presença dessa disciplina na matriz curricular do ensino médio noturno e identificar as possíveis dificuldades e possibilidades do fazer pedagógico realizado pelos professores de Educação Física da Rede Estadual de Educação da cidade de Jacareí, SP. Foi realizada uma pesquisa com a equipe gestora de 3 escolas estaduais da cidade de Jacareí, que possuem Ensino Médio Noturno. A coleta de dados deste estudo foi realizada mediante entrevista individual com cada integrante das equipes gestoras das escolas, seguindo um roteiro de entrevista com perguntas abertas e fechadas, visando identificar a percepção, os aspectos facilitadores e as dificuldades enfrentadas quanto a presença da disciplina Educação Física na grade curricular do Ensino Médio Noturno. Os resultados sugeriram a importância em trazer a Educação Física para dentro da grade curricular do Ensino Médio Noturno reorganizando a quantidade de aulas junto com outras disciplinas que possuem maior quantidade de aulas semanais. Trazer uma dessas aulas para a expansão (horário contrário) para que se consiga colocar a Educação Física no período noturno seria uma possibilidade viável.
Participação e envolvimento de crianças e adolescentes com paralisia cerebral nos ambientes domiciliar e comunitário
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-05-22) Ribeiro, Isabela Reis ; Baleotti, Luciana Ramos
Embora a literatura sobre as barreiras ambientais que permeiam a vida das pessoas com deficiência tenha evoluído nos últimos anos, ainda é incipiente no que diz respeito a estudos que tenham investigado à frequência de participação e o envolvimento de crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC) em atividades típicas dos ambientes de vida cotidiana, bem como a influência dos diferentes ambientes na participação e envolvimento. Nesse sentido, objetivou-se com este estudo investigar o efeito do nível das funções: motora grossa, manual e de comunicação, e do nível socioeconômico na participação e envolvimento em atividades de crianças e adolescentes com PC nos ambientes domiciliar e comunitário. Participaram deste estudo trinta responsáveis por crianças e adolescentes com PC recrutados em um Centro Especializado de Reabilitação, vinculado a uma clínica escola localizada em uma cidade de médio porte do interior paulista e, em uma clínica privada especializada em atendimentos na área de Neuropediatria, localizada em uma cidade de grande porte do interior paulista. Para a coleta de dados foi utilizado: Sistema de Classificação da Função Motora Grossa, Sistema de Classificação da Habilidade Manual, Sistema de Classificação de Comunicação, Medida da Participação e do Ambiente- Crianças e Jovens – PEM, traduzido e adaptado para uso no Brasil e o Questionário Socioeconômico – Critério de Classificação Econômica Brasil. Foi realizada estatística descritiva para caracterização da amostra. A distribuição de normalidade foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk com correção de Lilliefors. Para analisar o efeito de grupo, o efeito de condição e a interação grupo versus condição foi construída uma ANOVA mista para medidas repetidas (Split plot), seguida do teste Post-Hoc de Bonferroni. A hipótese de esfericidade foi analisada pelo teste Mauchly´s e, quando violada, as análises foram baseadas no teste de Greenhouse-Geisser. Para explorar possíveis associações entre variáveis de ajudas e barreiras e funções participativas foi realizado teste de correlação de Spearman, conforme o tipo de variável e os resultados do teste de normalidade. Dos 30 participantes, 73% eram mães, 20% pais e 7% avós das crianças e adolescentes com PC, 40% classificados no nível socioeconômico alto e, 18% no nível baixo. Quanto as crianças e adolescentes, estes compreendiam a faixa etária de 5 a 13 anos, classificados como leve ou grave nas funções motoras grossa, de habilidade manual e comunicativa, Ao analisar os valores intergrupo, foi observado que os valores de frequência apresentam diferença significativa em casa e na comunidade entre os níveis leve e grave das funções motoras grossa, manual e de comunicação. Já para o envolvimento, houve diferença significativa entre os níveis leve e grave da função manual para o ambiente casa e, para a função comunicativa, tanto em casa quanto na comunidade. Foram encontradas correlações positivas entre frequência de participação, envolvimento e ajudas/barreiras do ambiente somente no grupo leve das funções motoras e comunicativa, já no grupo grave, não houve correlação em nenhuma das variáveis analisadas. As diferenças na participação com base nas classificações de funções e nível socioeconômico mostram que a participação efetiva depende do contexto. Estas informações podem fornecer aos pais e cuidadores pontos de partida para desenvolverem ainda mais um apoio personalizado para indivíduos com PC, bem como o desenvolvimento de sistemas de serviços que facilitem a participação em contextos significativos para as crianças e adolescentes.
Parâmetros de capacidade funcional, da cinemática da marcha e de força muscular inspiratória são capazes de predizer o desfecho hospitalar de idosos com manifestações clínicas da síndrome da fragilidade? Um estudo longitudinal prospectivo de coorte
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06-26) Pilastri, Fernanda Bueno ; Navega, Marcelo Tavella ; Marques, Nise Ribeiro
Sabe-se que o padrão demográfico mundial está em constante transformação, com um aumento significativo do número de idosos, o que é particularmente evidente no Brasil. Junto com o envelhecimento pode surgir algumas síndromes, condições que diminui a capacidade do organismo de responder a estressores externos, causando maior índice de hospitalização. Pensando nisso esse trabalho tem como objetivo comparar os parâmetros de capacidade funcional, cinemática da marcha e força muscular inspiratória em idosos com manifestações clínicas de fragilidade, em relação aos desfechos hospitalares de internação de curta duração, longa duração e óbito. Além disso, associar esses parâmetros ao tempo de internação e identificar sua habilidade em predizer o desfecho hospitalar nesse grupo de idosos fragilizados. Trata-se de um estudo prospectivo, observacional, de coorte realizado com 27 indivíduos com 60 anos ou mais, internados no Hospital Manoel de Abreu, Bauru-SP. Apenas idosos com diagnóstico de fragilidade ou pré-fragilidade, conforme o fenótipo de Fried et al (2001), foram elegíveis. Foram coletados dados sobre a cinemática da marcha utilizando um sistema de aquisição de dados por Bluetooth (TM400, Noraxon, Phoenix, EUA). As fases da marcha foram determinadas por meio de um acelerômetro fixado na região do maléolo lateral do membro inferior direito (Inline Accelerometer, Noraxon, Phoenix, EUA). Para avaliação da força muscular inspiratória foi utilizando o S-Index, parâmetro medido pelo POWERbreathe® K5. E para avaliação da funcionalidade realizamos a aplicação da escala Medical Research Council (MRC); a escava visual analógica (EVA); e a aplicação da Short Physical Performance Battery (SPPB). A coleta de dados foi concluída após um mês, registrando desfechos hospitalares, categorizados em óbito, internação de curta duração (menos de 10 dias) e internação longa (mais de 10 dias). A análise discriminativa stepwise identificou que apenas a força muscular inspiratória foi capaz de discriminar os grupos de internação curta e óbito, assim como os grupos de internação longa e óbito (p < 0,001). Além disso, para o limiar de ∆= -53,23% no S-Index, observou-se uma sensibilidade de 92,85 e especificidade de 78,57. Com isso, concluímos que a força muscular inspiratória, avaliada pelo S-Index, pode ser um preditor do desfecho hospitalar em idosos com manifestações clínicas da síndrome da fragilidade.
Encontros com as diferenças e a partilha do comum na Educação Física Escolar a partir da temática indígena - "Somos todos indígenas!"
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-24) Rozario, Claudemir do ; Alves, Flavio Soares
Encontrei-me com este tema, ao encontrar-me com minha ancestralidade afro-brasileira e indígena e diante da constatação do apagamento histórico dos saberes e culturas destes povos nas diversas áreas de conhecimento, inclusive na Educação Física Escolar. Vivemos em uma sociedade multiétnica composta por uma considerável diversidade de culturas. O reconhecimento e a valorização dessa diversidade é atribuição conspícua da escola. Neste sentido, a disciplina de Educação Física se apresenta como um espaço riquíssimo de estudo e experiências motrizes relacionadas a tais manifestações culturais, dentre elas, a de matriz indígena. A relevância da temática indígena se confirma pelas leis n° 10.639/03 e n° 11.645/08, que alteraram, respectivamente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para incluir a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privado, além da Base Nacional Curricular comum que aborda o tema nos anos iniciais, mais especificamente no Ciclo II do ensino fundamental. Neste sentido, considerando o ambiente escolar como um espaço miscigenado e crivado pela alteridade, situamos o seguinte questionamento: como a Educação Física, enquanto componente curricular, pode se configurar como um espaço potente de afirmação e valorização das culturas indígenas sem isolá-la das outras culturas? Partindo deste campo problemático, este presente estudo de caráter qualitativo criou um campo de discussões e práticas sobre a presença de jogos, brincadeiras, lutas e danças de matriz indígena na Educação Física Escolar. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica que, na tensão com as singularidades do campo estudado, deu respaldo para a construção de uma Unidade Didática envolvendo a temática indígena, constituída por 6 encontros que foram desenvolvidos junto a 30 alunos do 5º do Ensino Fundamental de uma escola municipal do município de Campinas /SP. Para levantamento dos dados foi utilizado o diário de campo e o diário do professor, com o intuito de registrar as intensidades, singularidades e também as narrativas que se constituíram na relação pedagógica estabelecida entre o professor e alunos em sala de aula. Seguindo a proposta da pesquisa-ação, os dados coletados foram analisados qualitativamente, de acordo com a dinâmica interpretativa oferecida pela Análise Temática. Foram encontrados 4 categorias de análise que, em seu conjunto buscou atender a delimitação problemática definida pela pesquisa. Diante da destituição de humanidade dos povos originários ocasionada pelo processo de colonização, vislumbra-se a possibilidade da restituição e reparação, através de uma prática educacional que ouse avançar de uma dimensão moral para uma dimensão ética e atitudinal nas aulas de Educação Física. Neste sentido, através dos encontros com as diferenças nas aulas da Educação Física, a partir da temática indígena, foi possibilitada a oportunidade da partilha daquilo que todos temos em comum, nossa humanidade (Mbembe, 2019). Deste movimento investigativo, desenvolvemos um recurso educacional, constituído por uma Unidade Didática oriunda da análise e avaliação do exercício educativo realizado ao longo desta presente pesquisa.
Fatores que influenciam a distribuição do tatu-galinha Dasypus novemcinctus (Cingulata: Dasypodidae) em corredor florestal de Mata Atlântica
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06-06) Ribeiro, Ananda Leoni ; Araújo, Márcio Silva
A fragmentação e a perda de habitat são responsáveis pela diminuição das áreas naturais, em tamanho e quantidade, pelo aumento do isolamento entre as áreas remanescentes e pelo aumento do efeito de borda, resultando em uma mudança nos ecossistemas e, consequentemente, no declínio da biodiversidade. O tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) tem como algumas de suas características a baixa taxa metabólica e a ampla distribuição geográfica, além de ser considerado um engenheiro do ecossistema, uma vez que através do comportamento de escavação é capaz de desempenhar diferentes serviços ecossistêmicos, como a bioturbação e ciclagem de nutrientes. O estudo investigou os fatores que influenciam na distribuição do tatu-galinha em uma região de Mata Atlântica, considerando a influência da estrutura da paisagem e do histórico de queimadas. As variáveis analisadas foram a cobertura florestal, a distância de estradas, a presença de construções e de corpos d’água, o histórico de queimadas, a altitude e o declive do terreno. Por meio de armadilhas fotográficas, foram feitos registros em 54 sítios amostrais. Com esses registros, foi construído o histórico de detecção da espécie para então modelar a ocupação da região do Corredor Cantareira-Mantiqueira pela espécie. Como resultado foi observado um efeito negativo da cobertura florestal na escala de 400 m para a ocupação da espécie, reforçando a sua tolerância as modificações no habitat e aqui apresentando uma preferência por áreas menos florestais.
Programa Residência Pedagógica na Educação Física: análise da mobilização de dispositivos e componentes do PRP na produção do conhecimento profissional docente
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-28) Tardin, Heitor Perrud ; Souza Neto, Samuel de
Esta pesquisa trata do Programa Residência Pedagógica (PRP) na Educação Física (EF), tendo como foco a análise da mobilização de dispositivos, do tacto pedagógico e dos componentes envolvidos na produção do conhecimento profissional docente em uma Comunidade de Educação Física (CEF). Como problemática de estudo: “quais são os dispositivos e componentes do PRP que podem contribuir para a produção do conhecimento profissional docente?”. Coloca-se como objetivo geral analisar a mobilização de dispositivos, do tacto pedagógico e dos componentes do PRP envolvidos na produção do conhecimento profissional docente. Especificamente se busca: (a) identificar os dispositivos mobilizados no Programa Residência Pedagógica e nas Políticas de Formação Docente; (b) averiguar na mobilização dos dispositivos, os componentes que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento profissional docente; (c) analisar as estratégias de uma comunidade de educação física para o desenvolvimento do tacto pedagógico na produção do conhecimento profissional docente; e, (d) analisar a mobilização do conhecimento profissional, prática profissional e engajamento profissional na produção do conhecimento profissional docente. Metodologicamente o caminho escolhido foi a pesquisa qualitativa, estudo descritivo analítico, por descrever o fenômeno estudado de forma detalhada, visando favorecer a interpretação dos dados de forma verbal. Escolheu-se como técnicas: fonte documental, entrevista semiestruturada, revisão integrativa de literatura e análise de conteúdo. Os participantes foram quatro estudantes egressos (residentes) (R1, R2, R3 e R4), tendo como critério a participação integral do estudante no projeto (18 meses) e o acompanhamento dos preceptores. Os resultados foram analisados em quatro eixos: “Dispositivos mobilizados no Programa Residência Pedagógica e nas Políticas de Formação Docente”; “Componentes mobilizados nos dispositivos que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento profissional docente”; “As estratégias de uma comunidade de educação física para o desenvolvimento do tacto pedagógico na produção do conhecimento profissional docente”; e, “A mobilização do conhecimento profissional, prática profissional e engajamento profissional na produção do conhecimento profissional docente”. Como resultados: os principais dispositivos encontrados são Relato de Experiência; Narrativas; Relatório Final; Portfólio; Caso de Ensino. Estes dispositivos são encontrados e utilizados no PRP pesquisado no presente estudo, portanto, contribuem de maneiras diferentes no desenvolvimento do tacto pedagógico e do conhecimento profissional docente. Os componentes mobilizados nos dispositivos que podem contribuir para a produção do conhecimento profissional docente evidenciam como uma CEF pode favorecer o processo de formação inicial, socializando experiências e saberes, além de implementar dispositivos formativos que favorecem o desenvolvimento do conhecimento profissional docente. As estratégias utilizadas no PRP, como a imersão na prática, discussão de textos, acompanhamento de preceptores, implementação de diversos dispositivos e reflexão foram pontoschaves durante o projeto, auxiliando no desenvolvimento do tacto pedagógico dos residentes. Assim, mobilização do conhecimento profissional, prática profissional e engajamento profissional são identificadas ao longo do PRP, demonstrando o alcance multifacetado do PRP que colabora com a legislação vigente na formação de professores. Concluindo, entende-se que o PRP, desenvolvido neste trabalho como uma CEF pode favorecer a formação e a profissionalização docente. Assim como a implementação de dispositivos formativos contribuem com esse cenário de forma direta e positiva. O conhecimento profissional docente e o tacto pedagógico se desenvolvem na prática, e com isso, o PRP se apresenta como um cenário favorável para que isto ocorra de maneira natural e orientada.
Seed dispersal and plant diet of fruit-eating birds in secondary forest fragments
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-30) Motta, Carina Isabella ; Cortes, Marina Correa
A mobilidade das aves frugívoras as torna dispersoras chave de sementes na paisagem fragmentada atual, impulsionando o estabelecimento e sucessão de novas florestas. Distúrbios antropogênicos circundantes moldam essas florestas em estágio inicial, resultando em comunidades florestais secundárias novas. Para entender melhor em quais condições a dispersão de sementes é mais eficaz, assim como as espécies de plantas na dieta das aves dessas comunidades, trabalhamos em dez parcelas de floresta em estágio inicial na bacia do rio Corumbataí no estado de São Paulo. Estabelecemos redes de neblina em cada parcela uma vez por mês ao longo de um ano para coletar fezes de indivíduos capturados. As sementes encontradas nas fezes foram usadas para testar o componente quantitativo da efetividade da dispersão de sementes (SDE) entre as parcelas e espécies de aves. Características do habitat tais como idade da floresta, cobertura florestal e comunidade de espécies de plantas lenhosas zoocóricas não explicaram as variações no componente quantitativo da SDE entre as parcelas. A espécie Antilophia galeata se destacou como a dispersora mais efetiva, seguida de Turdus leucomelas, Ramphocelus carbo e Tachyphonus coronatus. O grau de frugivoria das aves se relacionou positivamente com a SDE enquanto que a massa corporal não teve efeito. O sequenciamento de um mini-barcode de rbcL (Ribulose-1,5-Bifosfato Carboxilase), foi aplicado em DNA isolado das fezes de dez espécies de aves dispersoras de sementes. Dos gêneros de plantas detectados, quatro são exóticas e, embora a maioria tenha sido classificada como árvore ou arbusto, pelo menos dois são de hábito herbáceo. Embora tenhamos detectado variação na dispersão de sementes entre fragmentos, indicando heterogeneidade espacial de processos ecológicos em florestas jovens, essa variação não é explicada pelas características analisadas. Nossa análise da dieta indica que algumas espécies de aves quantitativamente eficientes na dispersão de sementes provavelmente forrageiam fora das florestas. Se por um lado a movimentação para além da floresta potencialmente aumenta a conectividade entre os fragmentos, também pode aumentar a introdução de espécies exóticas, contribuindo para a organização de novos ecossistemas na Mata Atlântica.
Brincadeiras de mãos cantadas nas aulas de educação física: acolhendo e divulgando as culturas infantis na escola
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-25) Thomé, Tiago Ferraz ; Bento-Soares, Daniela
As brincadeiras de mãos cantadas fazem parte da cultura do brincar das crianças, que além de vivenciá-las, transformam e ressignificam seus múltiplos jeitos de se brincar. O objetivo desta pesquisa foi conhecer/mapear as brincadeiras de mãos cantadas que fazem parte da pluralidade dos jeitos de se brincar dos/as alunos/as da EMEIEF “Professora Maria Aparecida Fernandes Leite”, bem como, de forma específica, observar as diferentes formas de brincar a depender do local de origem das famílias das crianças, ressaltando as influências das culturas locais; investigar como as brincadeiras de mãos cantadas constituem-se elementos disparadores e acolhedores das culturas infantis nas aulas de Educação Física escolar; construir formas de registro com os/as alunos/as sobre as brincadeiras de mãos cantadas apresentadas durante as aulas; e analisar a problematização das brincadeiras apresentadas pelos/as alunos/as. Mas, brincar para quê? Brincar para brincar! Brincar já é o próprio universo! Na Educação Física escolar, é fundamental adotar práticas que superem a relação opressor-oprimido e que vão além da transmissão de conhecimentos para promover uma educação para todos/as, democrática e emancipadora. Pois o brincar é resistência, é reconstrução de mundo, é liberdade, é permitir que meninos e meninas se apropriem de seus próprios corpos e imaginários, descubram o mundo e, nessa relação, se humanizem. Para isso, foram convidados/as a participar da pesquisa meninos e meninas do 4º ano A, bem como seus/as responsáveis. Este estudo teve como desenho a pesquisa participante, utilizando os seguintes instrumentos de pesquisa de campo: entrevista com adultos/as responsáveis pelos/as crianças, ou seja, para conhecimento das rotinas das famílias e do brincar das crianças, diário de campo e filmagens das aulas e das rodas de conversa pelo professor-pesquisador, para análise da proposta pedagógica. Os dados foram analisados de forma qualitativa, através do método da análise temática. A pesquisa gerou inéditos viáveis importantes, ressaltando a importância de uma prática pedagógica dialógica que não silencia a voz de meninos e meninas, mas que permite, além da valorização das suas experiências, a possibilidade de criar, recriar e transformar os jeitos de se brincar. Compreendemos que, como em um telefone sem fio atemporal, as brincadeiras passam de geração a geração e que hoje temos outras formar de aprender sobre elas, com a utilização das mídias digitais. Ao problematizarmos as brincadeiras "Meleca" e "Fui ao Botequim”, atuamos na leitura de mundo, enriquecendo juntos/as nossa compreensão sobre temas importantes, como a diversidade religiosa e o respeito aos animais. Os diários do pesquisador possibilitaram uma análise profunda sobre meu quefazer pedagógico, mostrando o quão importante é a constante práxis no “ser professor/a”.
O ensino dos esportes de invasão e o desenvolvimento de habilidades para a vida na educação física escolar
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-09) Vellozo, Anderson Borges ; Bento-Soares, Daniela
A busca pelo tratamento pedagógico adequado ao Esporte nas aulas de Educação Física faz levantar algumas indagações importantes para uma reflexão e mobilização para a mudança da prática, como relacionadas aos motivos para o ensino dos Esportes, aos conteúdos a serem ensinados no contexto dos Esportes e às estratégias pedagógicas de ensino dos Esportes. Nesse sentido, discussões sobre a participação no ensino dos Esportes para a formação integral de crianças e adolescentes são incentivadas e consistem no objeto desta pesquisa. O conceito de Habilidades para a Vida (HV), traduzido do inglês Life Skills, representa um conjunto de competências, valores e habilidades que são desenvolvidos em um contexto (nesse caso, o esportivo) e transferidos para outros da vida cotidiana, como a casa, a escola e a comunidade. Nessa perspectiva, quanto maior a intencionalidade do/a professor/a em ensinar, discutir e proporcionar possibilidades de transferência das HV, mais chances de êxito os/as estudantes terão de colocá-las em prática em diversos outros contextos. Assim, esta pesquisa, objetivou propor estratégias pedagógicas implícitas e explícitas para o desenvolvimento de habilidades para o Esporte e HV de alunos/as do 5º ano do ensino fundamental, nas aulas de Educação Física. Da mesma forma, propôs investigar as percepções dos/as alunos/as sobre as habilidades para o Esporte e HV desenvolvidas a partir das estratégias de ensino e analisar a relação dos conflitos emergentes no processo ensino-aprendizagem dos Esportes com o desenvolvimento de HV nas aulas realizadas. A pesquisa foi de natureza qualitativa, do tipo pesquisa-ação, e contou com a participação de 36 alunos/as, matriculados/as no 5º ano do ensino fundamental de uma escola de tempo integral do município de Mogi das Cruzes/SP. Foram abordadas as HV interpessoais respeito, honestidade e trabalho em equipe, a partir de uma sequência didática para o ensino dos Esportes de invasão. Constituíram instrumentos de registro dos dados o diário de campo preenchido pelo professor-pesquisador e o diário de casa preenchido pelos/as alunos/as. Os dados foram analisados a partir de Análise de Conteúdo e realizada triangulação dos dados construídos. Os resultados demonstram que as estratégias utilizadas tiveram implicações positivas no processo de aprendizagem e desenvolvimento dos/as alunos/as sobre o conteúdo Esportes de invasão e das HV abordadas, obtendo melhor aceitação dos/as estudantes à novas formas de aprendizagem, como aulas teóricas, vídeos, rodas de conversa e jogos reduzidos. Do mesmo modo, constatou-se a compreensão dos alunos/as sobre os conceitos das HV abordadas nas aulas e a associação de situações ocorridas no Esporte e em outros contextos sociais. Também, observamos a relação existente entre os conflitos com maiores incidências, no processo ensino-aprendizagem dos Esportes, com as HV adotadas neste estudo, por meio da conjectura dos motivos geradores desses conflitos. Assim, a partir dos resultados obtidos, sugere-se considerar as estratégias propostas neste estudo como possibilidades de ensino dos Esportes nas aulas de Educação Física escolar, visando a formação integral dos/as estudantes.
Lutas com agarre e desenvolvimento de competências socioemocionais em adolescentes: ações didáticas para aulas de educação física escolar
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-28) Medeiros, Leandro ; Bataliotti, Soellyn Elene
As lutas corporais, como unidade temática da educação física escolar, são importantes e necessárias por oferecerem aprendizagens e experiências singulares envolvendo o corpo e o movimento em diferentes estratégias e técnicas nas situações de oposição. O tema proporciona valiosos estudos sobre o comportamento humano, já que estão presentes desde as civilizações mais antigas e são utilizadas para diferentes objetivos. Esta temática, que compõe a Base Nacional Comum Curricular – BNCC a partir do terceiro ano do ensino fundamental, apresenta objetos de conhecimentos e habilidades específicas a serem contempladas nos planejamentos e práticas pedagógicas dos professores. Para fins de pesquisa, este estudo tem como objeto de conhecimento principal as lutas corporais com agarre, cujo contato é próximo entre os oponentes e as ações principais são agarrar, derrubar e imobilizar. Esta pesquisa consistiu em utilizar os conceitos e procedimentos das lutas com agarre (jiu-jitsu, judô, luta olímpica e huka-huka), respeitando a realidade dos estudantes de escola pública dos anos finais do ensino fundamental na educação física escolar. O objetivo do estudo foi desenvolver uma proposta pedagógica de ensino das lutas com agarre e analisar como ela colabora no desenvolvimento de algumas competências socioemocionais para estudantes do sétimo ano dos anos finais do Ensino Fundamental de uma escola pública do município de Campo Limpo Paulista. Este estudo focou suas ações no desenvolvimento de cinco competências socioemocionais como: autocontrole, autogestão, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisões consciente. Para tal, metodologicamente foi construída uma unidade de ensino pautada em abordagens centralizadas nos estudantes, contextualizadas, com jogos de oposição e lutas adaptadas inspiradas na pedagogia do esporte e promoção de disparadores de discussão e reflexão, a partir de situações problemas que o tema lutas com agarre proporciona para o desenvolvimento de habilidades e competências socioemocionais. Através dos depoimentos e expressões dos estudantes durante a pesquisa do tipo participante, foram anotadas no diário de campo e ao final desenvolvido entrevista do tipo grupo focal e analisadas através da análise textual discursiva. Percebeu-se que os mesmos ampliaram o conhecimento sobre lutas corporais, desenvolveram apreço pelas lutas corporais com agarre e desenvolveram habilidades e competências socioemocionais. Portanto o presente estudo, propõe ações didáticas sobre o tema lutas com agarre na educação física escolar, nas dimensões procedimentais, conceituais e atitudinais contribuindo com a perspectiva cultural sobre as lutas com agarre e desenvolvimento nos aspectos motores, cognitivos e principalmente de competências socioemocionais de estudantes dos anos finais do ensino fundamental.
O Jiu Jitsu brasileiro, educacional e possível na educação física escolar
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-05-07) Oliveira, Géssica Rinaldi de ; Del-Masso, Maria Cândida Soares
Este estudo, de natureza qualitativa, buscou identificar, a partir da literatura brasileira da área, quais os temas e componentes que abordam o Jiu Jitsu e sugerem a existência desse conteúdo nas publicações da Educação Física Escolar e suas possibilidades de ensino no ensino fundamental. Com os dados, foram realizadas análises de conteúdo e a categorização do objeto da pesquisa, a fim de compreender e situá-lo social, cultural e pedagogicamente. Após análise mais profunda no campo da geografia esportiva e da antropologia cultural, identificou-se dois grandes fluxos migratórios do Jiu Jitsu no mundo, junto a um processo de assimilação cultural seguido por grande disseminação mundial. Os resultados encontrados reafirmam a escassez de publicações sobre as lutas e sobre o Jiu Jitsu em bases de dados. Das publicações encontradas, identificou-se uma predominância acadêmico-científica na área das ciências biológicas diante das ciências humanas, e, sobretudo, da área pedagógica, o que pode justificar a falta de familiaridade do tema pelos docentes pesquisadores, uma deficitária formação em lutas dos docentes de Educação Física e a urgente necessidade de novos estudos e propostas pedagógicas para o ensino das lutas na escola. Da análise da legislação educacional em vigor, o estudo sugere a revisão na BNCC, para a inclusão da temática lutas, desde o primeiro ano do ensino fundamental, como ação necessária para a compreensão das lutas enquanto cultura corporal e, sobretudo, para o reconhecimento cultural das lutas brasileiras negligenciadas, como o Jiu Jitsu Brasileiro que ainda é desconhecido como esporte nacional. Para tratamento do tema na Educação Física Escolar, propomos a chancela do termo Jiu Jitsu Educacional, como uma legitimação pedagógica nacional que rompe com as metodologias tradicionais e das raízes pedagógicas orientais feudais. Na tentativa de resolver a problemática que norteou a pesquisa e como contribuição acadêmico científica, este estudo apresenta a possibilidade de ensino do Jiu Jitsu Brasileiro por meio de Jogos Dramáticos e Histórias em Quadrinhos, constituindo um recurso educacional consoante com as pedagogias emergentes e, que acreditamos que servirá de base para situar o estado da arte do Jiu Jitsu Brasileiro no currículo da Educação Física Escolar, na tentativa de propor caminhos para uma prática pedagógica mais consistente nessa área especificamente.
O ensino do esporte na educação física escolar: saberes e experiência que emergem em uma prática de ensino libertadora/emancipatória
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-25) Costa, Luis Carlos ; Del-Masso, Maria Candida Soares
Esta dissertação se desenvolve a partir de inquietações referentes ao ensino do esporte dentro da escola, sobretudo a superação de um ensino pautado apenas em vieses biológicos e métodos tecnicista que acabam por resultar em um ensino acrítico, que culminam na objetificação de educandos e educandas que dele participam, além de excluir os menos habilidosos e habilidosas. Contrapondo a esse modelo de ensino do esporte, esta dissertação defende um ensino em busca da liberdade e emancipação do educando e da educanda. Para tanto aventa uma proposição educativa para o ensino do esporte amparado pela Pedagogia da Libertação de Paulo Freire, que por sua vez se encontra sob o guarda-chuva das teorias pedagógico-críticas, que em 1980 proporcionaram uma série de críticas à educação tradicional a qual o ensino do esporte de forma tecnicista estava pautado, portanto tem como objetivo problematizar o ensino do esporte dentro do ambiente escolar, em busca de verificar quais processos de ensino e aprendizagem podem emergir de um ensino esportivo libertador e emancipatório. A Pedagogia da Libertação de Paulo Freire contrapõe-se ao ensino que é centrado no educador e na educadora, que o educando e educanda tem uma atuação passiva no processo, que o educador e a educadora é quem sabe e o educando e educanda quem não sabe, cabendo ao educador e a educadora transmitir e depositar esses conhecimentos, enquanto o educando e educanda apenas tem a função de arquivá-los, educação essa que Paulo Freire denomina de bancária. Para que ocorra a contraposição dessa educação, Paulo Freire propõe a educação dialógica e problematizadora. Assim, o educador propõe alguns princípios e conceitos-chave, que serão utilizados na nossa proposição educativa, sendo eles: Práxis, diálogo, conscientização; autonomia e síntese cultural. Usamos estes princípios como suleadores para a problematização dos temas geradores que foram identificados mediante uma investigação dos conhecimentos prévios dos educandos e educandas denominada por Paulo Freire de “saber de experiência feito”. Os temas geradores encontrados foram: esporte e gênero; definição de esporte e técnica esportiva. Os processos de ensino e aprendizagem que emergiram das problematizações destes temas geradores, podemos resumidamente considerar: conscientização; alteridade; compromisso/ responsabilidade; respeito, autonomia e empatia. Ao final o estudo demostrou que um ensino do esporte que subverta a lógica da modernidade em busca de uma liberdade e emancipação dos educandos e das educandas pode proporcionar processos de ensino e aprendizagem que em um ensino bancário, técnico-instrumental seja pouco provável acontecer.
Apresentando amizades, equilibrando relações: uma proposta socioeducativa na escola a partir de atividades circenses
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-02) Jans, Tassiana ; Bento-Soares, Daniela
Com as atividades circenses cada vez mais presentes no contexto escolar, a necessidade de se pensar estratégias pedagógicas adequadas para essas práticas nas aulas de Educação Física é uma realidade. O conhecimento de diferentes estudos da área, bem como a experiência prática nesse contexto, tem evidenciado a necessidade da adoção de propostas que sejam centralizadas nas relações que se estabelecem entre alunos/as e professores/as e entre alunos/as, com ênfase nas interações sociais. Por esse motivo, essa pesquisa teve como objetivo principal descrever uma proposta pedagógica que promova as interações entre as crianças a partir das atividades circenses nos anos iniciais do Ensino Fundamental, no âmbito da Educação Física escolar. A pesquisa foi realizada com alunos/as de cinco a sete anos, do 1º ano do Ensino Fundamental (anos iniciais). Utilizou como instrumentos de pesquisa o “aulário”, construído pelos/as alunos/as, e o diário de campo, da professora-pesquisadora, em uma perspectiva de um estudo de pesquisa-ação. Os dados foram analisados a partir de Análise Temática e apresentam discussões em dois temas: as interações e as estratégias pedagógicas. As informações construídas pela pesquisa se mostram coincidentes com a literatura, mostrando o grande potencial da temática circense no incentivo às relações entre as crianças e dessas com a professora, bem como podem ser fertilmente realizadas a partir de estratégias pedagógicas que envolvam o coletivo. A atividades circenses inseridas nas aulas foram práticas que desenvolveram um trabalho cooperativo entre crianças e professora.

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