Novas perspectivas sobre a restrição de fluxo sanguíneo: investigando os determinantes da pressão de oclusão total e a inserção clínica do tissue flossing

Abstract

O presente estudo teve como objetivo apresentar novas perspectivas sobre a restrição de fluxo sanguíneo (RFS), investigando os determinantes da pressão de oclusão total (POT) e a inserção clínica do tissue flossing (TF). Inicialmente, verificou-se que a aplicação da faixa de TF promove uma oclusão arterial significativa, com valores situados na faixa considerada segura e eficaz (40–80% da POT). A mensuração por fotopletismografia (PPG) conferiu objetividade ao método e sustentou o uso do TF em contextos clínicos e esportivos. Na sequência, a análise de confiabilidade demonstrou níveis bons a excelentes de consistência intra e interavaliador, sobretudo no membro superior, reforçando o caráter reprodutível da técnica quando aplicada com padronização adequada. Modelos preditivos também foram desenvolvidos para explicar a POT a partir de variáveis antropométricas e hemodinâmicas. No membro inferior, o índice de massa corporal (IMC) foi o único preditor significativo, enquanto no membro superior as variáveis perimetria do braço, pressão arterial sistólica (PAS) e percentual de gordura apresentaram significância, resultando em maior desempenho preditivo. Em ambos os casos, variáveis morfológicas associadas ao volume e à composição de tecidos moles emergiram como principais determinantes da POT. Os achados fortalecem a base científica para o uso racional do TF como ferramenta de oclusão vascular, oferecendo evidências sobre sua segurança, reprodutibilidade e aplicabilidade clínica, e abrindo caminho para futuras investigações sobre suas respostas fisiológicas, validação em populações específicas e potencial terapêutico e de desempenho.

This study aimed to present new perspectives on blood flow restriction (BFR), investigating the determinants of total occlusion pressure (TOP) and the clinical application of tissue flossing (TF). Initially, it was demonstrated that the application of the TF band produces significant arterial occlusion, with values within the range considered safe and effective (40–80% of TOP). Photoplethysmography (PPG) provided objective assessment and supported the use of TF in both clinical and sports settings. Subsequently, reliability analysis revealed good to excellent intra- and inter-rater consistency, particularly in the upper limb, reinforcing the reproducibility of the technique when applied with minimal standardization and familiarity. Predictive models were also developed to explain TOP based on anthropometric and hemodynamic variables. In the lower limb, body mass index (BMI) was the only significant predictor, whereas in the upper limb, arm circumference, systolic blood pressure (SBP), and body fat percentage were significant, resulting in higher predictive performance. In both cases, morphological variables related to soft tissue volume and composition emerged as the main determinants of TOP. The findings strengthen the scientific basis for the rational use of TF as a vascular occlusion tool, providing evidence of its safety, reproducibility, and clinical applicability, while paving the way for future research focused on the physiological responses induced by TF, validation in specific populations, and its therapeutic and performance potential.