Livros - Letras - FCLAS

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    De poeta a editor de poesia: a trajetória de Machado de Assis para a formação de suas Poesias completas
    (Cultura Acadêmica, 2015) Gonçalves, Fabiana; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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    Das letras às telas: a tradução intersemiótica de Ensaio sobre a cegueira
    (Cultura Acadêmica, 2015) Sotta, Cleomar Pinheiro; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este estudo crítico apresenta uma leitura comparada entre o romance Ensaio sobre a cegueira (1995), do escritor português José Saramago, e sua adaptação cinematográfica, Blindness (2008), dirigida pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles. A narrativa de Saramago, tomada como ponto de partida, é analisada à luz das categorias de imagens estabelecidas por Northrop Frye: demoníacas, apocalípticas e analógicas. Em seguida, considerando-se que a literatura e o cinema, apesar de traços comuns, são sistemas semióticos distintos, verifica-se o tratamento que as imagens do livro receberam em sua adaptação cinematográfica, observando aproximações e contrastes existentes entre a narrativa e o filme.
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    Capitu: uma transposição metaficcional
    (Cultura Acadêmica, 2014) Pinati, Flávia Giúlia Andriolo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A autora examina a minissérie “Capitu” - dirigida por Luiz Fernando Carvalho e exibida pela Rede Globo em 2008 em homenagem ao centenário da morte de Machado de Assis - à luz do conceito de metaficção, ou mais precisamente de sua ligação com o teatro representacional. Trata-se, este, de um tipo de teatro tradicional, que não deixa o público esquecer que está diante de uma peça. Para autora, a minissérie traz a influência do pós-modernismo, não resultando meramente de um procedimento consagrado nas artes cênicas. Para a pesquisadora, a utilização por Carvalho da essência contestadora intrínseca ao pós-modernismo, que diante dos moldes ficcionais existentes permanece ciente da própria ideologia e dos aspectos estilísticos a que pertence, resultando numa produção autocrítica, acaba por correlacionar a linguagem intimista e dialógica que o narrador machadiano mantém com o leitor na obra literária aos aspectos metaficcionais presentes no meio audiovisual. Ao mesmo tempo, o diretor da minissérie constrói pontes diretamente para o núcleo do estilo machadiano: o da negação das ferramentas narrativas que criam a ilusão de realidade, deixando claro que suas palavras são conscientemente elaboradas e que o romance não é mais do que um objeto construído – e, assim como a minissérie, não a própria realidade.
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    Posta-restante: um estudo sobre a correspondência do escritor João Antônio
    (Editora Unesp, 2014) Silva, Telma Maciel da [UNESP]
    O livro analisa parte da correspondência do contista João Antônio (1937-1996), especificamente um conjunto de cartas trocadas entre o autor paulistano e o amigo e colaborador Jácomo Mandatto entre os anos de 1962 e 1995. Nelas, a pesquisadora investiga a relação dos missivistas com o mercado editorial, bem como as estratégias utilizadas por eles para ampliar a venda dos livros. Além disso, as cartas demonstram a importância dada pelos correspondentes ao trabalho dos críticos de literatura. A discussão sobre a linguagem empregada por João Antônio nesta correspondência também faz parte da análise. A tese central é a de que as cartas do escritor mantêm um diálogo constante com sua obra, seja do ponto de vista do tema, seja do ponto de vista formal, uma vez que há coincidências no que concerne ao trato com a linguagem. Centenas de cartas guardam muitas similaridades com a obra do escritor, que nelas cria uma atmosfera ficcional que as faz mais um meio de difusão de sua literatura. Deste ponto de partida, é discutido ainda o estatuto do gênero "carta" e a diluição dos gêneros empreendida pelo contista em sua produção epistolar e também ficcional. As cartas também seriam parte de um projeto, mais ou menos consciente, dos dois amigos de fundir suas imagens públicas e privadas, promovendo a diluição das fronteiras entre realidade e ficção.
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    Elementos do trágico em Eça de Queirós: A tragédia da Rua das Flores e Os Maias
    (Editora Unesp, 2014) Leal, Luciana Ferreira [UNESP]
    Partindo do conceito de tragédia na Antiguidade Clássica e na modernidade, a autora discute dois romances do escritor português Eça de Queirós (1845-1900), A tragédia da Rua das Flores e Os Maias, tentando neles não apenas identificar os elementos trágicos tradicionais - como os presságios, as antinomias radicais, o desmesurado, o patético - como avaliar a importância desses elementos no desenvolvimento narrativo das obras. São romances bastante distintos. A tragédia da Rua das Flores é uma obra inacabada, cuja edição ainda hoje é objeto de controvérsias. Já Os Maias é o romance mais elaborado do autor, figurando entre as maiores obras de ficção da língua portuguesa. Enquanto o primeiro é mais simples e direto, com o enredo dando a entender desde o início o desfecho trágico da história, n'Os Maias a tragédia não se realiza de modo completo, revelando inclusive a impossibilidade de realização do trágico na modernidade. Mas ambos os romances têm um ponto em comum, além da visada trágica. São retratos implacáveis de Portugal da segunda metade do século 19, que surge como um lugar decadente, sem energia, sem sociedade civil estruturada ou cultura viva. Um país mergulhado em sua própria tragédia, da qual os personagens não têm como escapar ou sequer vivê-la plenamente.
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    Um (in)visible college na América Latina: Cecília Meireles, Gabriela Mistral e Victoria Ocampo
    (Editora Unesp, 2014) Silva, Jacicarla Souza da [UNESP]
    A autora analisa a atuação de três importantes poetisas e escritoras latino-americanas - a brasileira Cecília Meireles (1901-1964), a chilena Gabriela Mistral (1889-1957) e a argentina Victoria Ocampo (1890-1979) - dentro do cenário cultural e literário do subcontinente durante as primeiras décadas do século 20, quando elas estabeleceram uma rede de contatos intelectuais e pessoais, principalmente através de cartas. De acordo com o trabalho, esta relação acabaria favorecendo uma atitude de reflexão acerca da própria condição a que elas estavam circunscritas, uma espécie de invisible college, como classificou a pesquisadora Ana Pizarro, citada pela autora. Com base neste conceito e a partir das cartas entre Gabriela Mistral e Ocampo, bem como entre Mistral e Cecília, o livro discute o diálogo estabelecido entre elas em torno especialmente da concepção de "americanidade", tendo como subsidio as suas próprias produções ensaística e literária, como também as correspondências que elas trocaram com o escritor mexicano Alfonso Reyes (1889-1959). A pesquisa também procura detectar até que ponto a postura intelectual dessas mulheres compactua com as suas respectivas atividades literárias.
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    Viola Crioula: Modinhas, Lundus e Mornas-Um conceito de amor na literatura colonial brasileira e cabo-verdiana
    (Editora Unesp, 2014) Grecco, Fabiana Miraz de Freitas [UNESP]
    O livro compara a morna, um gênero poético-musical de Cabo Verde, com a modinha e o lundu, que se firmaram no Brasil no transcorrer do século 18. O objetivo é delinear o percurso que teria sofrido a morna desde o seu primeiro registro, naquele século, discutindo os possíveis traços em comum entre ela e as cantigas populares brasileiras mencionadas e discutir até que ponto a morna seria o resultado da adaptação do lundu e da modinha brasileiros à sociedade mestiça de Cabo Verde.De acordo com a autora, que baseou parte de sua pesquisa em fontes cabo-verdianas como Vasco Martins, tal fato foi possível devido às relações estreitas entre as então colônias Brasil e Cabo Verde. Houve, além do tráfico de escravos, muito tráfico cultural. Este fez circular, entre outros artefatos culturais, diversos tipos de cantares que se difundiram e se enraizaram, passando a fazer parte da vida cotidiana de ambos os países.Citando Martins, a autora destaca que morna e modinha apresentam, em comum, muitos pontos musicológicos, como a harmonia, os acordes e a tonalidade menor e, principalmente, o sentimentalismo amoroso presente no texto poético. Já o lundu, música nascida na África e com origem no batuque, aportou em Cabo Verde vindo diretamente do Brasil, mas suas influências foram geograficamente mais abrangentes. Levado também para Portugal, o lundu, na modalidade "chorada", foi uma das fontes do surgimento do fado.
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    Erotismo e religiosidade: romances de Antônio da Fonseca Soares sobre mulheres
    (Editora Unesp, 2013) Moraes, Carlos Eduardo Mendes de [UNESP]; Granjeiro, Heloíza Brambatti [UNESP]; Alfena, Gelise [UNESP]; Lopes, André da Costa [UNESP]; D’Arcadia, Luís Fernando Campos [UNESP]
    Erotismo e religiosidade, título caro às contradições do Barroco e à obra de Antônio da Fonseca Soares, trata de romances sobre a mulher, pintada com olhos de religiosidade e alguma submissão por parte do eu lírico. Fonseca pinta-a fatal e sensual, ambígua e insidiosa. Nos poemas mais agudos, ela se torna objeto de desdém, vazado em curiosos processos de argumentação de um olhar masculino em posição “inferiorizada”. A forma popular romance, sucesso no século XVII português, combina a ligeireza dos seus versos à aparente simplicidade do vocabulário. Neste corpus, extraído do manuscrito 2998 da Sala de Reservados da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Moraes, Granjeiro, Alfena, Lopes e D’Arcadia estudam romances que retratam a oposição entre o amor (de carnal a idealizado) e o argumento cristão moralizante, pela pena de Fonseca Soares, também conhecido por Capitão Bonina.
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    Dô - caminho da arte: do belo do Japão ao Brasil
    (Editora Unesp, 2013) Shioda, Cecília Kimie Jo [UNESP]; Yoshiura, Eunice Vaz; Nagae, Neide Hissae [UNESP]; Satomi, Alice Lumi; Greiner, Christine; Chamas, Fernando Carlos; Terror, Heloísa Helena Guedes; Nagae, Neide Hissae [UNESP]; Miyashiro, Rafael Tadashi; Lara, Arthur Hunold; Gouveia, Anna Paula Silva; Porto, Teresa Augusta Marques [UNESP]
    O Brasil é o país que recebeu o maior número de imigrantes japoneses do mundo. Atualmente residem no país cerca de 1,5 milhão de nipo-brasileiros que estabelecem inter relações culturais que já duram mais de um século. Assim, a inclusão do olhar brasileiro na arte e na cultura japonesas ou do olhar japonês na arte e na cultura brasileiras proporciona um rico cruzamento de visões e procedimentos distintos, extremamente originais e desconhecidos até então em outros lugares. É essa perspectiva que se apresenta neste livro, cujos textos assinalam, em solo brasileiro, a trajetória da música okinawana, a formação de alguns grupos de haikai, as experiências brasileiras de teatro e dança no cruzamento com as estéticas japonesas, os significados do shodô (caligrafia japonesa), a relação entre arte e religião, as artes da terra de origem e os conhecimentos de arte budista e das estéticas provenientes da literatura japonesa.
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    Monteiro Lobato: um estudo de A chave do tamanho
    (Editora Unesp, 2011) Valente, Thiago Alves [UNESP]
    Neste livro, Thiago Alves Valente faz um percurso panorâmico e histórico da fortuna crítica de A chave do tamanho, de Monteiro Lobato, configurando um quadro por cujas lacunas pretende caminhar. Ao organizar os vários estudos críticos por eixos temáticos (ideologia, pensamento filosófico, cientificismo,N questões estéticas), o autor constata que há a “necessidade de empreender uma análise textual em que os elementos estruturais da narrativa possam ser compreendidos sem sua funcionalidade na construção da obra”. Com esse intuito, Valente realiza um confronto entre as modificações feitas por Monteiro Lobato nas várias edições do livro para, em seguida, apresentar com rara originalidade sua crítica desse texto lobatiano, comprovando, por meio de elementos que estruturam a narrativa, de que modo os temas centrais da obra de Lobato estão articulados na criação literária.
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    De palanque: as crônicas de Artur Azevedo no diário de Notícias (1885/1886)
    (Cultura Acadêmica, 2011) Silva, Esequiel Gomes da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esequiel Gomes da Silva reúne neste livro vários textos jornalísticos do maranhense Artur Azevedo, considerado o primeiro grande dramaturgo brasileiro. O período focado por Silva foi um dos mais fecundos na carreira jornalística do escritor, que através de suas crônicas traçou, com verve e simpático distanciamento, um amplo painel da sociedade e da vida política e cultural do Rio de Janeiro, a efervescente capital imperial. O livro traz, além das crônicas publicadas nesse período - transcritas integralmente, com ortografia atualizada - uma percuciente análise sobre a produção intelectual de Artur Azevedo, enfatizando, porém, sua atuação enquanto crítico de jornais. A obra ainda oferece uma caracterização geral das crônicas e se debruça sobre o processo de elaboração formal e sobre os recursos de comicidade utilizados pelo escritor. O trabalho também possibilita compreender como essas crônicas serviram de ferramenta de intervenção artística, cultural, política e social, terminando por mostrar um Artur Azevedo surpreendentemente engajado nos assuntos do país e empenhado no fortalecimento da cultura brasileira
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    Monteiro Lobato nas páginas do jornal: um estudo dos artigos publicados em O Estado de S. Paulo (1913-1923)
    (Cultura Acadêmica, 2010) Valente, Thiago Alves [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A fase compreendida pelos historiadores como fase de consolidação ou profissionalização da imprensa, início da República até a década de 30, corresponde a um período relevante da atuação do escritor Monteiro Lobato (1882-1948) como jornalista. O intuito de se abordar os artigos publicados no jornal O Estado de S. Paulo, periódico fundado em 1875 como baluarte das questões ideológicas republicanas, permite situar o início da produção de Lobato em 1913. O limite de 1930 justifica-se pelo momento histórico, ou seja, a transição de um país rural para um estado em franca urbanização com o advento da era Vargas. Como veículo fugaz, o jornal apresenta-se como oportunidade para se rever uma faceta menos literária do escritor. A observação do conjunto de textos produzidos como artigos para O Estado entre os anos de 1913 e 1923 revela um escritor em fina sintonia com o veículo do qual participava e ajudava a construir, fosse na esfera dos ideais, fosse no círculo das atividades exercidas dentro do jornal. Lobato é, com efeito, um jornalista participando ativamente dos ideais políticos e sociais de um grupo cuja influência extrapolava a tão autoproclamada neutralidade do jornal. Havia um projeto de país em boa parte comum a escritor e jornal, ou melhor, entre o publicista atento e o periódico bem sucedido. Uma velha praga, Urupês ou o quase não lembrado Entre duas crises são textos que, postos lado a lado e lidos na seqüência e freqüência que surgem em O Estado, compõem um mosaico esclarecedor da visão projetada por Lobato e por um grupo de intelectuais cuja ação pública, política, identifica-os como grupo do Estado
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    Sparkianas texto adentro: narrativa e relações de gênero nos contos de Muriel Spark (1918-2006)
    (Cultura Acadêmica, 2013) Ask, Celia Cristina de Azevedo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O objetivo da autora aqui é discutir como se dá, no trabalho da romancista e contista escocesa Muriel Spark (1918-2006), a constituição das personagens femininas e a forma como estas veem a si mesmas e aos outros. A análise tem como base a coletânea composta de 41 contos publicada em 2001 sob o título de All the Stories of Muriel Spark (inédita no Brasil), cujas narrativas, em sua maioria, já haviam sido publicadas anteriormente em outras coletâneas ou em outros meios, como jornais e revistas. A autora também estuda nos contos o modo como os textos da escritora revelam sua visão peculiar do mundo e dos indivíduos, que foi se tornando mais amarga, embora mais compreensiva, com o passar do tempo. As narrativas curtas sparkianas se distinguem por refletir os diferentes contextos históricos vividos pela escritora: há contos que têm como ambiente a África, onde ela viveu nos anos 1930 e 1940, outros que se passam na Europa do pós-guerra e ainda os contos escritos mais recentemente. De passagem, a pesquisadora também analisa o engajamento político e ideológico de Muriel Spark, cuja vida conflituosa não a impediu de alcançar considerável sucesso de crítica e público nos países de língua inglesa. Sua obra-prima, o romance Primavera de Miss Jean Brodie (1961), foi adaptada para o cinema - o filme foi exibido no Brasil sob o título Primavera de uma Solteirona
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    Releituras da história franquista: uma análise dos romances Galíndez e autobiografía del General Franco, de Manuel Vázquez Montalbán
    (Cultura Acadêmica, 2013) Fiuza, Adriana Aparecida de Figueiredo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Neste livro, Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza investiga como se dá a releitura da história e a retomada da memória nos romances Galíndez e Autobiografía del general Franco, ambos publicados na década de 1990, de autoria do escritor catalão Manuel Vázquez Montalbán (1939-2003). Em sua análise a autora enfatiza o estudo da metaficção e o papel de relevância dessas obras como modelo estético para outras narrativas que surgiriam posteriormente no campo da literatura espanhola, abordando os temas da memória, da ditadura e da Guerra Civil, que viabilizou a introdução do regime autoritário. Montalbán, jornalista de formação, é um intelectual diretamente ligado à memória da Guerra Civil por sua história particular, uma vez que seu pai foi preso político na ditadura franquista, e pela postura política que assume ao tornar-se escritor. Autor fecundo, circulou por diversos gêneros - como a crônica, a poesia, o romance, o ensaio e a crítica da teoria da comunicação. A autora observa que apesar das obras se reportarem a realidades sócio-históricas distintas, uma vez que a narrativa de Galindez transcorre na Espanha, nos Estados Unidos e na República Dominicana e Autobiografía del general Franco, apenas na Espanha, as duas obras enfocam a ditadura franquista. A autora demonstra a existência de uma relação dialógica entre os romances no que tange à questão da representação do poder e da violência e barbárie que caracterizam as ditaduras. Fiuza pontua ainda que, apesar de terem sido construídos com recursos estéticos típicos do romance histórico pós-moderno as narrativas não abandonam o caráter de reivindicação. A autora conclui que os romances podem ser considerados modelares para a literatura espanhola a partir dos anos 1990, obras que se preocupam em superar o passado traumático da Espanha, voltando-se para uma discussão acerca da recuperação da memória da história recente do país. No entanto, como a grande obra de arte, ultrapassa os limites de sua nacionalidade, indo em direção a um contexto universal.
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    Uma pluralidade singular em O selvagem da ópera, de Rubem Fonseca
    (Cultura Acadêmica, 2013) Alves, Rebeca [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A autora investiga o romance O selvagem da ópera, de Rubem Fonseca, publicado em 1994 e que se destaca por certa excepcionalidade dentro da obra do escritor, conhecido pelo uso da linguagem das ruas e pela ênfase nas situações de violência social - embora neste texto, publicado quatro anos após ter lançado Agosto, em que mesclava história e ficção para narrar os acontecimentos do mês em que Getúlio Vargas se suicidou, também volte a utilizar esses elementos. No livro, Fonseca debruça-se sobre a vida do compositor Carlos Gomes, famoso por sua ópera O Guarani, desde a sua partida de Campinas para o Rio de Janeiro de D. Pedro II, e depois para a Itália, onde encontraria a glória e o fracasso. O autor não se limita, porém, à simples narrativa histórica: investe também no hibridismo de gêneros, já que é contado para o leitor que o romance servirá de base para um filme de longa-metragem. Dessa forma, segundo a pesquisadora, Fonseca, empregando o recurso da metaficção, monta um jogo de simulacros e armadilhas, deixando o leitor indeciso se está diante de um material biográfico ou de um roteiro cinematográfico. Além da análise formal, o livro também discute as implicações trazidas pelo olhar inovador de Fonseca diante do cenário artístico e cultural da segunda metade do século 19
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    Mitos hispânicos no romance histórico brasileiro: uma leitura de O Chalaça (1994) e de O Feitiço da Ilha do Pavão (1997)
    (Cultura Acadêmica, 2013) Lacowicz, Stanis David [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O trabalho busca analisar a apropriação que dois romances históricos brasileiros contemporâneos fazem dos mitos literários hispânicos do pícaro e de Dom Juan: O Chalaça (1994), de José Roberto Torero e O feitiço da ilha do Pavão (1997), de João Ubaldo Ribeiro. Segundo o autor, ambos privilegiam uma releitura crítica da história oficial, especialmente por meio de recursos como a carnavalização, a ironia, a intertextualidade e a metaficção. Na abordagem do romance de Torero, o autor discute as relações que o livro estabelece com a picaresca espanhola clássica, a partir de um jogo de máscaras e níveis narrativos, uma maneira engenhosa de fazer reemergir um personagem (o Chalaça) que teve grande importância política no Primeiro Reinado, mas foi soterrado pela história oficial como um mero alcoviteiro a serviço de Dom Pedro I. No romance de João Ubaldo Ribeiro, é posto em debate o processo pelo qual o texto, ao dialogar com as narrativas do realismo mágico, reitera o mito de Dom Juan em uma imaginária ilha do Pavão, localizada no Recôncavo Baiano e eivada de conflitos entre o grupo principal de personagens (e seus ideais de liberdade e igualdade) e as instituições oficiais no período colonial, como a Igreja e o Estado, que tentam impor as mais diversas formas de dominação. Para o autor, esses dois romances, além de se aproximarem pela via da apropriação mítica e da intertextualidade, ainda utilizam anti-heróis como referências de um espaço social excêntrico, contrário às normas instituídas, o que também iria ao encontro de aspectos mais tipicamente desconstrucionistas do romance histórico contemporâneo
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    Por uma nova arrumação do mundo: a obra de Mia Couto em seus pressupostos ecosóficos
    (Cultura Acadêmica, 2012) Cantarin, Márcio Matiassi [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A ecosofia, termo criado pelo filósofo francês Félix Guattari, baseia-se em uma articulação ético-política entre três campos ecológicos - do meio ambiente, das relações sociais e da subjetividade humana. Para Guatarri o homem moderno só poderá resolver seus impasses por meio da ecosofia, conceito que pressupõe uma nova maneira de ser e estar no mundo, a qual implica na reinvenção dos modos de vida, da sensibilidade, da inteligência, e exclua as relações de poder. Partindo desse conceito, o professor de Literatura Márcio Matiassi Cantarin aprofunda-se na obra do escritor moçambicano Mia Couto. O autor descola sua análise do eixo da crítica literária convencional, que tem preferido analisar a literatura produzida na África quase que exclusivamente pela perspectiva das relações coloniais e pós-coloniais, exigindo do escritor passaporte africano. Cantarin considera Couto um criador cujos temas transcendem fronteiras nacionais. No decorrer da obra, ele contextualiza os escritos de Couto em relação aos aspectos políticos, sociais e literários de Moçambique e faz considerações sobre a origem da separação entre o humano e o mundo natural, oferecendo uma visão geral sobre as teorias ecocrítica e ecofeminista. O último capítulo é dedicado à analise literária de 26 contos de Mia Couto sob o prisma da ecosofia.
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    Confinamento e vastidão: a representação feminina e a subversão em The Magic Toyshop
    (Cultura Acadêmica, 2012) Rodrigues, Talita Annunciato [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pesquisadora Talita Annunciato Rodrigues efetua neste livro uma delicada análise do romance The magic toyship, escrito pela inglesa Angela Carter em 1967. Ela mostra como a construção das personagens, da ambientação e até da forma narrativa exteriorizam uma postura crítica da autora ao modelo de sociedade patriarcal. De acordo com Rodrigues, embora Carter seja associada principalmente à literatura fantástica e ao pós-modernismo, nessa obra ela se enreda profundamente no tecido social. Como se, por meio de um estilo de escrita extremamente pessoal e até certo ponto subversivo, procurasse seu próprio espaço na literatura e ao mesmo tempo a liberdade de criticar os estereótipos e os papéis sociais impostos às mulheres. Mas a pesquisadora adverte que é impossível compreender o livro - em que ela detecta aproximações com a peça Casa de Bonecas (1879), do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen - se não se levar em conta a profunda relação da autora com a literatura fantástica e, até mesmo, com os contos de fadas. A relação com este último gênero está presente não apenas nos romances, mas também nos trabalhos de Carter como editora e tradutora. Ela traduziu, por exemplo, vários contos do autor francês Charles Perrault, considerado um dos mestres da modalidade.
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    Anita Garibaldi coberta por histórias
    (Cultura Acadêmica, 2011) Ribeiro, Fernanda Aparecida [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Onde termina o mito e começa a mulher? Se a vida repleta de aventuras de Anita Garibaldi já deu origem a vários filmes e minisséries, também é tema recorrente na literatura não apenas brasileira, mas até na hispano-americana. No livro Anita Garibaldi coberta por histórias, Fernanda Aparecida Ribeiro analisa com elegância e concisão as imagens construídas da revolucionária catarinense por dois escritores brasileiros - João Felício dos Santos e Flávio Aguiar - e dois argentinos - Julio A. Sierra e Alicia Dujovne Ortiz. Ribeiro discute o esforço desses autores de contextualizarem melhor o mito dominante em torno de Anita - o da heroína de dois mundos, que lutou por seus ideais na América do Sul e na Itália. E também a tentativa que eles fizeram para se desvencilhar da outra imagem, mais domesticada, da companheira de Giuseppe Garibaldi, vista antes como esposa e mãe do que como revolucionária por vários historiadores brasileiros, principalmente no começo do século 20.
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    Geografias do drama humano: leituras do espaço em São Bernardo, de Graciliano Ramos, e Pedro Páramo, de Juan Rulfo
    (Cultura Acadêmica, 2010) Marques, Gracielle [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este livro analisa o processo de construção do espaço que permeia os romances São Bernardo (1934), do escritor brasileiro Graciliano Ramos (1892-1953), e Pedro Páramo (1955), escrito pelo mexicano Juan Rulfo (1918-1986), explicitando as analogias e os contrastes entre as duas obras, a partir da percepção de que ambas projetam, no processo de construção do espaço, lugares que revelam conflitos sociais, psicológicos e existenciais do homem em confronto com sua origem e seu destino. Com esse pressuposto, o livro investiga a relação íntima e direta do espaço com as personagens, as conseqüências da particularização do espaço pela violência, as paisagens que refletem a solidão, a incomunicabilidade e o desamor presentes no universo poético de ambos os romances desses dois grandes expoentes da literatura latino-americana. O livro demonstra que ambas as obras retratam a complexidade das sociedades da América Latina, simbolizadas num espaço rural emblemático que expressa, em perspectiva poética e sem caráter documental, diversas facetas da realidade.