Programa de orientação holística para obesos

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Data

2001

Autores

Anaruma, Silvia Marina [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O Grupo Interdisciplinar em Educação Saúde, foi formado no ano de 1996, por alguns profissionais ligados às áreas de Educação e Saúde, com objetivo de promover pesquisa e extensão, dentro de uma proposta de interação entre as várias áreas do conhecimento. O primeiro trabalho, desenvolvido em 1996, foi a organização de um programa interdisciplinar, para o atendimento de pessoas com excesso de peso, da comunidade unespiana, especificamente professores e funcionários. Este trabalho, com uma abordagem holística, em grupo, visou lidar não só com os aspectos orgânicos da obesidade, como nutricionais e psicológicos, porque entendemos que este é um problema que deve ser tratado de uma forma global. Também visávamos com este atendimento,. a conscientização dos sintomas e das causas do problema da obesidade, assim como a mudança do estilo de vida de cada uma das pessoas envolvidas. À partir de 1997, desenvolvemos o mesmo trabalho, porém, tendo acesso não só a comunidade unespiana, como a comunidade em geral. Já em 1999, procuramos intervir diretamente na comunidade carente, desenvolvendo este atendimento numa associação de bairro da cidade de Rio Claro. Este programa, portanto, é desenvolvido através de um acompanhamento de pessoas obesas, por um equipe de profissionais, durante um período de aproximadamente 6 meses. Inicia-se com uma palestra com todos os profissionais para apresentação do trabalho e depois de feita a seleção das pessoas interessadas (em torno de 10), priorizando os casos mais comprometidos (tomando-se como referência suas condições de saúde), damos início a avaliação clínica e a anamnese e a partir daí, começam as orientações da parte psicológica, de atividade física e nutricional, através de reuniões semanais, que embora ocorram em grupo, são feitas em momentos diferentes com cada área. As avalições clínicas são realizadas mensalmente, ou quando houver necessidade. O programa diferencia dos procedimentos mais conhecidos e adotados pelos profissionais ou pessoas leigas, por visar a saúde, mais do que a estética, e por possibilitar um acompanhamento individualizado, podendo interferir em todos os aspectos envolvidos neste tipo de problemática, como os de natureza psicológica, social, biológica e nutricional. Dentro deste processo, queremos ressaltar as nossas dificuldades: 1) a aderência dos pacientes após a avaliação clínica, uma vez que exige um envolvimento no trabalho de forma ativa. Muitas vezes, o tempo gasto com a avaliação é perdido pela falta de compromisso das pessoas; 2) a falta de recursos para a aquisição de equipamentos, como uma balança ergométrica e um micro-computador; 3) a falta de recursos humanos, como uma pessoa que auxilie a equipe técnica na elaboração do material didático, cronogramas, correção de testes, etc; 4) a morosidade na viabilização dos exames médicos quando os pacientes são do SUS, que demoram as vezes meses para a execução dos mesmos, impossibilitando a prescrição da dieta e da atividade física; 5) a falta de disponibilidade de tempo dos profissionais que tem envolvimento com a docência, para uma maior dedicação ao programa, já que dispõe de uma quantidade excessiva de aulas e outros compromissos com a universidade; 6) a dificuldade de integração entre as áreas, dificuldade esta inerente à todo trabalho de natureza interdisciplinar. Quanto à motivação e ao envolvimento dos profissionais, podemos dizer que estão totalmente envolvidos neste trabalho, porque através dele é possível criar uma relação entre a teoria e a prática, o próprio envolvimento com a pesquisa aplicada, o compromisso de todos com a devolução da nossa produção de conhecimentos para a comunidade, principalmente àquelas pessoas que não têm condições econômicas para procurarem um atendimento neste nível. Quanto aos resultados alcançados, podemos dizer que estão sendo muito positivos: para a universidade que cumpre com seu papel de atuar na sociedade, podendo mostrar concretamente sua produção e auxiliando no bem estar da comunidade. Por outro lado, permite que este movimento de duas mãos entre a universidade e a comunidade, não só alimente sua produção de conhecimentos, como auxilia na formação de docentes mais próximos da realidade do seu país, podendo contribuir para uma sociedade melhor e mais saudável. Em termos de saúde, nossa intervenção está favorecendo o controle de uma das doenças que mais vem aumentando, passando hoje a ser considerada um problema de saúde pública. Verificamos que a mudança alcançada com o programa, muitas vezes demora com relação ao emagrecimento ideal, mas tem um bom resultado na conscientização do problema e na mudança comportamental que mobiliza.

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