Desenvolvimento biotecnológico de novos açúcares: açúcar líquido, isomaltulose e neosugar

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Data

2001

Autores

Oliva Neto, Pedro de [UNESP]
Cruz, Rubens [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Mudanças nos hábitos alimentares, tem despertado na população o interesse por açúcares de menor teor calórico e mais saudáveis o que tem estimulado a iniciativa privada do setor açucareiro a buscar parcerias com a Universidade para o desenvolvimento de novas tecnologias neste campo. Através do programa Rede-Unesp de Difusão de Ciência e Tecnologia foi firmado um convênio em julho de 1995 entre a UNESP de Assis e a Usina Nova América - Tarumã-SP, na qual a universidade se compromissava a desenvolver tecnologia para açúcares líquidos, e outros de baixo valor calórico, ainda inexistentes no País, recebendo em contrapartida, verbas e equipamentos para este e outros projetos de interesse acadêmico. Em relação aos açúcares líquidos (inversão parcial ou total da sacarose - de grande interesse na indústrias de alimentos para redução da área de xaroparia) foram estudadas as melhores condições de pH, temperatura e relação enzima:substrato visando a obtenção do produto através da imobilização de leveduras de panificação (S.cerevisiae) em alginato de cálcio. Quanto aos açúcares de baixo valor calórico foram isoladas novas linhagens de bactérias e fungos possibilitando a obtenção de isomaltulose e frutooligossacarideos (neosugar). Tais açúcares são sintetizados por transformações enzimáticas a partir da sacarose. O primeiro é um dissacáride, com novo arranjo molecular e o segundo um mix de pequeno percentual de glicose, sacarose residual e oligossacarídeos com 2, 3 e 4 unidades de frutose, não metabolizáveis pelo trato intestinal sendo, portato, não calóricos, não cariogênicos e dotados de outras qualidades de alimento funcional, proporcionando a regulação das funções do trato intestinal e propriedades cancerígenas obtidas pela estimulação do crescimento de bifidobactérias em detrimento de bactérias putrefativas no trato intestinal (efeito prebiótico). O projeto foi, inteiramente, desenvolvido nas etapas de laboratório e escala piloto. Quanto à industrialização a empresa já vem produzindo e comercializando, normalmente, o açúcar líquido enquanto pleiteia financiamento junto a FINEP para a produção do "Neosugar" em escala de 1 ton./dia para testes de formulações de produtos em parcerias com outras indústrias do ramo alimentício. Sem a parceria a universidade não teria como adentrar nesta sofisticada linha de pesquisa pois não dispunha de equipamentos de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC); reatores enzimáticos ou fermentadores; câmaras de agitação de maior capacidade (frascos de 1.000 a 3.000 ml) com temperatura controlada; altofreezer para preservação do genoma de microrganismos, equipamentos fundamentais adquiridos pela empresa a realização do projeto. Tal projeto resultou ainda em estimulação financeira adicional aos docentes, funcionários e vários alunos em Iniciação Científica que receberam bolsa via Fundação. Além disso, trabalhos em revistas internacionais puderam e ainda estão sendo publicados, bem como patentes deverão ser requeridas para a universidade. A maior parte dos equipamentos foi doada à Universidade o que está possibilitando novos trabalhos, ainda sem envolvimento da iniciativa privada, por falta de uma política universitária adequada e eficiente que prestigie e estimule tal parceria.

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