Projeto de publicação do tablóide Proleitura

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Data

2001

Autores

Antunes, Benedito [UNESP]
Ceccantini, João Luís Cardoso Tápias [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O periódico Proleitura é voltado basicamente para professores de Português dos níveis de ensino Fundamental e Médio. Trata-se de uma publicação bimestral, com tiragem de 5 mil exemplares, produzida pelo Grupo Acadêmico "Leitura e Literatura na Escola", da Faculdade de Ciências e Letras de Assis, que congrega professores da UNESP de Assis, da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), professores da Rede Pública de ensino de São Paulo e alunos de Pós-Graduação e Iniciação Científica da FCLAs. Começou a ser publicado experimentalmente em junho de 1992 e adquiriu periodicidade regular a partir de 1995. Encontra-se hoje na 23.ª edição e conta com o apoio da Reitoria da UNESP, que o reconhece como importante forma de intervenção no níveis de ensino Fundamental e Médio. Cada edição do Proleitura é dedicada, total ou parcialmente, à abordagem de um tema específico relacionado à leitura e ao ensino da literatura na escola. Sua finalidade inicial era proporcionar um intercâmbio com os professores da Rede Pública de Ensino da Região Oeste de São Paulo e do Norte do Paraná, constituindo-se, assim, num veículo para a disseminação das pesquisas do Grupo Acadêmico. Acabou incorporando, no entanto, um objetivo mais amplo e dinâmico, fundamental para o desenvolvimento das próprias pesquisas do Grupo: a extensão universitária. A publicação tem servido como um termômetro em relação a boa parte dos trabalhos de pesquisa do Grupo. Isto sem falar do exercício representado pela própria forma dos textos publicados, que devem ser concisos, claros, interessantes, mas que não banalizem as abordagens, sob pena de não serem lidos ou, se lidos, não cumprirem sua função. Uma primeira lição que se tirou da experiência desta publicação é que o diálogo com a realidade social cansa e incomoda, sobretudo atualmente, quando, não bastassem a crise geral de valores e da própria escola enquanto instituição, as transformações rapidíssimas dos meios de comunicação, o professor, de um modo geral, mas particularmente o do ensino Fundamental e Médio, é uma categoria relegada ao mais completo descrédito. Mas, apesar disto, e talvez por isto mesmo, o diálogo com o meio social é rico. E muito, ou quase tudo, se aprende com ele. Mesmo nestas condições, elaborar o Proleitura tem sido um dos trabalhos de maior prazer para o grupo. Seja pelo aspecto lúdico da criação de um objeto de comunicação, seja pelo seu caráter aglutinador, pelo que ele proporciona em termos de afinação teórica e expressiva das pessoas envolvidas. Na concepção do projeto Proleitura foi estabelecido pelo Grupo que os números da publicação seriam temáticos e sempre elaborados numa linguagem de divulgação, que evitasse terminologias herméticas, procurando atingir um público heterogêneo - do professor bem formado, que teria no veículo basicamente um suporte para atualização, ao professor de formação deficitária, que encontraria no jornal, por meio dos artigos e da bibliografia recomendada, uma possibilidade de iniciação a assuntos de seu interesse mas nos quais se visse despreparado. Desde a publicação dos primeiros números do Proleitura, houve uma recepção bastante calorosa do tablóide por um contingente diversificado de leitores. Saudaram o aparecimento da publicação professores da Rede, especialistas em Educação ligados às Delegacias de Ensino e Oficinas Pedagógicas, escritores e ilustradores de literatura infanto-juvenil, editores, bibliotecários, livreiros, especialistas em leitura e literatura infanto-juvenil do meio acadêmico, todos apoiando a proposta do jornal, o que reiterou a idéia de que a publicação veio preencher uma lacuna na divulgação de idéias e livros em sua área de atuação. Se havia no mercado diversas publicações científicas voltadas para esse campo de estudos, não havia, contudo, publicações elaboradas numa linguagem mais acessível e, portanto, dirigidas a um público mais amplo do que o acadêmico. A exceção é, ainda hoje, talvez, apenas a revista Nova Escola, no entanto uma publicação de caráter mais geral e dirigida sobretudo ao professor das primeiras séries do ensino Fundamental. Hoje, continuamente, ainda, são recebidas manifestações de apoio ao tablóide, seja de caráter geral, seja em função de matérias específicas publicadas, em contatos pessoais, cartas ou telefonemas. Um indicador expressivo da boa receptividade do jornal tem sido também o grande número de solicitações recebidas de exemplares atrasados por parte de cadastrados mais recentes ou mesmo de pessoas não-integrantes do cadastro que tomam conhecimento do tablóide. Essas solicitações têm sempre sido atendidas. Quando isso não é possível por meio de exemplares originais que se esgotaram, ao menos fotocópias dos números atrasados são remetidas aos solicitantes. Um novo serviço passou a ser oferecido aos leitores a partir do número 11: fornecimento, pelo correio, de fotocópias de artigos científicos fora de circulação ou de difícil acesso indicados como bibliografia básica de um determinado assunto na seção fixa Para saber mais sobre o assunto. A consolidação do tablóide e sua boa recepção têm tido algumas outras implicações que merecem ser destacadas. Hoje, um aspecto significativo é que quase todas as editoras nacionais, das de menor às de maior porte, enviam para a redação do Proleitura exemplares de seus lançamentos em nossa área de atuação, press-releases e catálogos, permitindo uma atualização sem precedentes do Grupo Acadêmico em relação à produção literária e teórica no País, sobretudo em função de nossa atuação numa região tão carente de livrarias e dinamismo cultural. Assim, é possível, conseqüentemente, divulgar essa bibliografia nos cursos de Graduação e Pós-graduação, bem como atualizar o acervo de nossa bibliografia como antes não era absolutamente imaginável. Outro aspecto importante tem sido o intercâmbio do Grupo Acadêmico com instituições de pesquisa, motivado pela circulação do Proleitura. É o caso, por exemplo, dos nossos contatos mais recentes com a Casa da Leitura no Rio de Janeiro e a troca de publicações de diferente natureza e nacionalidade com outras entidades atuantes na área do ensino, leitura e literatura infanto-juvenil. No meio acadêmico, inclusive no interior da própria UNESP, o Proleitura tem servido como intermediário para a aproximação do Grupo com colegas que atuam em áreas afins e que até o presente não mantinham contato entre si. Na verdade, há mesmo alguns desses profissionais que se têm oferecido para organizar números do Proleitura versando sobre suas especialidades. Certamente essas futuras parcerias gerarão projetos estimulantes para o Grupo Acadêmico e para os leitores do tablóide. Um último aspecto a ser levantado, para colocar em evidência a consolidação do Proleitura como uma publicação que, desde seu surgimento, veio se afirmando e atingindo não apenas os objetivos que se propunha, mas desempenhando novas funções, diz respeito ao papel central que o tablóide vem ocupando enquanto elemento aglutinador do Grupo Acadêmico. Sem dúvida, o planejamento e a elaboração de cada número do Proleitura têm sido atividades das mais importantes para integrar o Grupo e levá-lo a discutir e amadurecer questões teóricas e metodológicas da maior relevância para sua atuação. Em realidade, o Proleitura tem sido o principal gerador das pesquisas e novos projetos desenvolvidos pelos integrantes do Grupo, agindo como importante elemento para a coesão e atuando como vibrante catalisador de sua atividades. À medida que o Proleitura foi-se consolidando, o Grupo Acadêmico "Leitura e Literatura na Escola" procurou buscar recursos de natureza diversa que possibilitem a expansão do projeto e a ampliação de seu campo de atuação. Recentemente, para dar conta de uma demanda a que não se podia atender, foi criado um programa de assinaturas, o que vem possibilitando um aumento gradual da tiragem do jornal. Já chegamos a contar com cerca de 700 assinaturas. Estas, de um modo geral, são de professores de outras regiões que não aquelas contempladas pelo programa original ou de profissionais ligados ao ensino privado, todos eles tendo tomado conhecimento do jornal pelos mais diferentes caminhos. Desse modo, o Proleitura já circula hoje em regiões como o Maranhão, Rondônia, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo-Capital e mesmo no Exterior, fato que não se imaginava quando da concepção do tablóide.

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