Reativação de falhas: o caso da Zona de Falha de Cássia/MG

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Data

2018-01-11

Autores

Sartori, José Eduardo [UNESP}

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A Zona de Falha de Cássia corresponde a uma zona de falha transcorrente sinistral oblíqua orientada segundo a direção geral NNW-SSE. A estrutura se desenvolveu em decorrência de movimentações tardias do Cinturão de Cisalhamento Campo do Meio durante o Ciclo Orogênico Brasiliano. A Zona de Falha de Cássia está registrada através de uma faixa de rochas deformadas de largura variável entre 0,5 a 3,0 km, composta por rochas miloníticas, caracterizadas por deformação dúctil-rúptil em condições metamórficas de fácies xisto verde, zona da clorita. A descontinuidade foi reativada como uma zona de falha normal, com bloco baixo a sudoeste (reativação geométrica) durante o Neocretáceo, correlacionada com o Soerguimento do Alto Paranaíba. A reativação tectônica foi marcada por intensa brechação, cataclase e a formação de dois conjuntos de falhas normais com arranjo em blocos escalonados progressivamente rebaixados para oeste. As feições microestruturais e reações de alteração constatadas, juntamente com a ocorrência de pseudotaquilito permitiram inferir que estas rochas de falha foram desenvolvidas em profundidades inferiores a 11 km, com temperaturas menores que 300°C, provavelmente associadas a sismos. Uma segunda etapa de reativação está registrada através da formação de depósitos sedimentares argilosos e arenosos quaternários, respectivamente nas regiões de Cássia-Pratápolis e Desemboque. Tratam-se de depósitos correlativos de falha relacionados à movimentação da Zona de Falha de Cássia como uma zona de falha normal, com bloco baixo a sudoeste, configurando uma reativação cinemática. Localmente os sedimentos exibem feições de deformação rúptil como falhas, fraturas e zonas brechadas, indicando atividade neotectônica na região. Este rico acervo de produtos geológicos transforma a Zona de Falha de Cássia em modelo para estudos de reativação tectônica em ambiente intraplaca e evolução de longo termo.
The Cássia Fault Zone corresponds to an oblique sinistral transcurrent fault zone oriented in the general direction NNW-SSE. The structure developed as a result of late movements of the Campo do Meio Shear Belt during the Brasilian Orogenic Cycle. The Cássia Fault Zone is recorded through a range of deformed rocks varying in width ranging from 0.5 to 3.0 km, composed of milonitic rocks, characterized by ductile deformation in metamorphic conditions of green schist facies (chlorite zone). The discontinuity was reactivated as a normal fault zone, with a lower block to the southwest (geometric reactivation) during the Neocretaceous, correlated with the Soerguimento do Alto Paranaíba. The tectonic reactivation was marked by intense breccia, cataclase and the formation of two sets of normal faults with arrangement in stepped blocks progressively lowered to the west. The microstructural features and alteration reactions observed together with the occurrence of pseudotaquilite allowed us to infer that these fault rocks were developed at depths lower than 11 km, with temperatures lower than 300 ° C, probably associated with earthquakes. A second stage of reactivation is recorded through the formation of quaternary sedimentary deposits in the regions of Cássia-Pratápolis and Desemboque. These are correlative fault deposits related to the movement of the Cássia Fault Zone as a normal fault zone, with a lower block to the southwest, forming a kinematic reactivation. Locally, the sediments exhibit features of deformation such as faults, fractures and breccias, indicating neotectonic activity in the region. This rich collection of geological products transforms the Cássia Fault Zone into a model for studies of tectonic reactivation in intraplate environment and long term evolution.

Descrição

Palavras-chave

Geologia estrutural, Falha, Reativação tectônica, Structural geology, Fault, Fault reactivation

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